domingo, 10 de abril de 2011

"Lázaro, vem para fora!" (Jo 11, 43)

O Evangelho de hoje (Jo 11, 1-44) vai narrar uma das mais impressionantes passagens do exercício ministerial de Jesus: a ressurreição de Lázaro. Certamente, dentre todos os prodígios, milagres, sinais, curas ou libertações realizados pelo Senhor, este vem dar uma visão de como se dá a ação do poder de Deus em colaboração à nossa fé, e como somos parte importante para que esta graça chegue às pessoas. É bem verdade que esta era a terceira vez que Jesus ressuscitava um morto: a primeira foi a filha de Jairo (Mc 5, 21-24.35-43), a segundo o filho da viúva de Naim ( Lc 7, 11-17) e a terceira esta de Lázaro. Mas por quê esta última é mais impressionante? A narrativa dá alguns indicativos. Diz o texto que Jesus era jurado de morte na judeia (vers. 7 e 16), porém Jesus não se importa, pois o que interessa é que a glória de Deus se manifeste naquele lugar; com essa atitude Jesus nos mostra que a despeito dos perigos, fazer o bem ao próximo, a vontade de Deus, está acima dos riscos e aí faz-se lembrança, aqui, do trecho da canção que diz: "Tenho que lutar, tenho que arriscar, ai de mim se não o faço!". Posteriormente, no diálogo com Marta e Maria vemos dois comportamentos: ambas creem que Jesus tinha poder para curá-lo e não lhe permitir a morte, mas é Maria quem impulsiona Jesus a ressuscitá-lo, por quê? Marta foi argumentar com Jesus, Maria foi clamar aos pés de Jesus; Marta teve que ouvir do Senhor que Ele era a ressurreição e a vida, Maria foi a Ele já com esta certeza. E o ensinamento que fica é que: para alcançarmos a graça da parte de Jesus não deve haver sombra de dúvida sobre sua divindade; quem respondeu a Marta não foi Jesus, o filho de Maria e José, o carpinteiro, o homem pobre que não tinha lugar para recostar a cabeça, mas o Filho de Deus, o próprio Deus. Maria já tinha essa certeza e moveu Jesus a realizar o milagre. Chega, então, o momento áureo. Jesus ordena: "Tirai a pedra" (vers. 38), e mais uma vez Marta argumenta, e mais uma vez Jesus lhe chama a atenção. Quantos de nós Jesus não já deu a ordem de ir retirar "a pedra" do coração do irmão com uma palavra, um conselho, uma exortação e ficamos argumentando com Jesus em vez de simplesmente obedecê-lo? O sepulcro de pedra é o coração humano, que quase sempre, por si só, será incapaz de retirar a pedra, por isso Jesus nos chama a colaborar com Ele nesta missão. Por fim, retiram a pedra e Jesus faz sua parte com o poder da Sua Palavra: "Lázaro, vem para fora!" (vers. 43), e aquele morto ressuscita, revive, Jesus manifesta a glória de Deus na vida daquele homem e assim, causa um espanto em todos que vêem aquela cena. Jesus, posteriormente, passaria pela experiência de Lázaro na sua Paixão e Morte, mas ao terceiro dia, pelas mãos do próprio Deus é ressuscitado, para agora, não mais como homem, mas como o "Nome que está acima de todo nome" (Fl 2, 9) à destra do Pai, trabalhar incansavelmente para que muitos outros lázaros saiam do sepulcro e encontrem Nele a vida e vida em abundância (Jo 10, 10). Porém Ele está a necessitar dos que retirem a pedra. Jesus precisa, primeiro, que nós deixemos o sepulcro, e posteriormente trabalhemos para que outros também saiam. Caso você, meu irmão (ã), ainda se veja jazendo no sepulcro, vítima dos seus pecados, clame a Jesus e Ele te socorrerá, transformará este sepulcro (teu coração de pedra) num "coração de carne" (Ez 11, 19) e te devolverá a vida. E se você já está entre os que experimentou essa ressurreição, trabalhe para tirar a pedra na vida de outros, seja um evangelizador, seja canal de benção na vida de outros. Ajude a Jesus a trazer outros lázaros para fora! Deus te abençoe em Nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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