quarta-feira, 13 de junho de 2012

"Dar-vos-ei um coração novo e em vós porei um Espírito novo..." (Ez 36, 26)"

O homem quando do pecado original, dentre outras consequências, adquiriu essa tendência a desobedecer, a rebelar-se e afastar-se de Deus. E o que mostram as Sagradas Escrituras é o Pai (Criador) tentatando restabelecer essa intimidade com as suas criaturas.
No seu projeto salvífico escolheu um povo, uma nação (Dt 7, 7) a fim de renovar o projeto frustrado no Éden; porém, mesmo com todos os prodígios, milagres e sinais, demonstrados no meio daquele povo, principalmente quando da libertação do julgo egípcio e na peregrinação pelo deserto, não foi suficiente para tornar aquela gente fiel, sendo, então, frustradas todas as alianças estabelecidas.
Daí a passagem de Ez 36, 16-20 mostrar Deus justificando aos israelitas o motivo do castigo que pesava sobre eles: a desobediência que se manifestava na violência e idolatria (vers. 18) cuja causa é devido a esse distanciamento de Deus que dá espaço para o pecado que aos poucos vai tornando o homem insensível e duro de coração, o que no texto bíblico Deus vai chamar de "corações de pedra." (Ez 36, 26)
Alguém com o coração endurecido pelo ódio, mágoa, rancor, inveja, orgulho, falta de oração, de perdão, falta de buscar a Deus, é perfeitamente capaz de todo tipo de atitude maléfica e desagradável ao Pai.
No entanto, o amor de Deus persevera pela nossa salvação como a daquele povo, mesmo que a princípio o Deus de amor deixe claro a restauração deles não será porque mereçam, mas "por honra do seu Santo nome" (Ez 36, 22). Porém, a Palavra em Jo 3, 16 é clara ao afirmar que o Pai não desistiu por "amor ao mundo", ou seja, por amor a todos nós, pois Deus é amor (I Jo 4, 8).
Um coração "de pedra" é um coração sem vida é um lugar intransponível, frio, escuro, ou seja, impróprio para ali habitar o amor, o perdão, a fé, a alegria, a luz, enfim, impróprio para Jesus habitar; daí compreender-se porque que quando Jesus depois de retirado da cruz foi depositado num "sepulcro escavado na rocha" (Lc 23, 53). É para indicar que esse sepulcro é o coração de todo homem que vive distante de Deus, rejeitando-O e renegando-O.
Aquele que só quer viver para si, para seus interesses pessoais, para os seus próprios prazeres, pouco se importa com o próximo chegando ao ponto de atos extremos como matar. No coração desses, Jesus está morto e sepultado, e Deus vendo essa triste realidade fala a Israel e a todas as gerações: "Dar-vos-ei um coração novo e em vós meterei um Espírito novo...". O Pai prometia como solução para essa "morte espiritual" do homem o Espírito Santo, que será reforçada pelas palavras do profeta Joel 3, 1-2.
Por isso que Jesus recomendou aos discípulos que não saíssem de Jerusalém, mas que esperassem aí o cumprimento da promessa do Pai: porque João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo..." (At 1, 4-5); aqueles homens estavam trancados no cenáculo com medo, desanimados, sem vida, mas quando acontece Pentecostes são ressuscitados na sua fé, revigorados para cumprir sua missão.
Hoje temos acesso ao Espírito Santo pela Santa Igreja pelos santos sacramentos do Batismo e Crisma, e também pela efusão deste em momentos de oração onde, quando clamado a Jesus, cumpre-se a Palavra que diz: "Pedi e vos será dado" (Mt 6, 7), pois assim narra a Bíblia: "Mal acabaram de rezar, tremeu o lugar onde estavam reunidos. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam com intrepidez a Palavra de Deus" (At 4, 31)
Homens que estavam abatidos e derrotados, carregando em si um Cristo morto e sepultado, agora, pelo Espírito Santo anunciam, cheios de vigor e coragem, o Cristo vivo e ressuscitado, pois carregam no peito não um coração "de pedra", mas um coração "de carne", um coração restaurado, um novo coração, e é o que Deus quer e deseja para todo ser humano.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

sábado, 9 de junho de 2012

Um amigo, um tesouro...Jesus!


A Palavra de Deus em Mt 6, 21 o Senhor Jesus afirma: “Porque onde está o teu tesouro, lá também está o teu coração”, e quais são os tesouros que temos desejo de alcançar? Que tesouros a Palavra nos mostra? Ela fala de, pelo menos, dois: o primeiro, e principal deles, nos é mostrado por Jesus em Mt 13, 44 onde diz: “O reino dos céus é também semelhante a um tesouro escondido no campo.”; e o segundo está em Eclo 6, 14 que diz: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção, quem o achou, descobriu um tesouro”.
Encontrar um tesouro não é fácil, requer esforço, empenho, e até às vezes “sorte”; daí valorizarmos tanto quando encontramos, e a Palavra nos mostra que é assim, por isso tratar com todo zelo aquilo que temos como precioso: família, trabalho, bens, status social..., e quando se conquista essas coisas é natural fazer de tudo para não perder. Porém, o único problema é se aquilo que temos depositado toda a nossa afeição tem sido capaz de proporcionar a nós um bem maior.
Quando Jesus afirma que conquistar o reino dos céus é adquirir um tesouro é porque o reino dos céus nos proporciona um bem maior, pois encontrar o reino dos céus nesta vida é encontrar alegria, paz, tranqüilidade, acolhida, repouso, amor...E quando a Palavra nos afirma que encontrar um amigo fiel é também encontrar um tesouro, é porque este verdadeiro amigo será capaz de também proporcionar um bem maior quando temos nele (a) uma companhia que traz paz, tranqüilidade, acolhida, repouso, amor...
Porém, como encontrá-lo? O livro do Eclo 6, 7-8 dá uma dica: “...adquire-o na provação, (...) pois há amigo em certas horas que deixará de o ser no dia da aflição”, pois esta mesma palavra nos diz que “há amigo que só o é para a mesa, e que deixará de o ser no dia da desgraça” (vers. 10) e essa é uma verdade: encontrar “amigos” no tempo bom, da mesa farta, é muito fácil, mas os verdadeiros e sinceros só se mostrarão no tempo da contrariedade.
Quem se mostrou verdadeiro amigo de Moisés quando o povo se rebelou? Somente Josué e Caleb; quem foi verdadeiro amigo de Davi quando era implacavelmente perseguido por Saul? Jônatas, filho de Saul; quem foi verdadeiro amigo de Jesus quando foi abandonado pela maioria dos discípulos após sua pregação sobre o Pão da Vida? Somente os doze. Agora, quem é o verdadeiro amigo quando o dinheiro acaba, a doença chega, as dívidas batem à porta, a fé falta, o desânimo toma conta, e todos os que estavam ao redor desaparecem, até familiares? O único que permanecerá é aquele mesmo que na Bíblia estava junto com Sidrac, Mesac e Abedenego quando foram lançados na fornalha; é aquele que estava com Daniel na cova dos leões; é aquele que estava com Davi no enfrentamento do gigante Golias; é aquele que estendeu a mão a Pedro quando se afogava: o verdadeiro amigo é Jesus Cristo, este é o único que no tempo da aflição não nos abandonará, mas ao contrário será o aquele que estará mais presente.
Nesta vida muitos tem a graça de encontrarem em pessoas comuns esses amigos fiéis, muitos deles verdadeiros instrumentos de Deus para uma conversão de vida, porém, a imensa maioria cita relatos de decepções e frustrações, isso porque pessoas são limitadas, falhas, pecadoras, imperfeitas...,mas em Jesus Cristo teremos ao nosso lado alguém sem limitações, sem falhas, perfeito. E Jesus deseja isso, pois Ele mesmo certa vez declarou aos seus discípulos: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi do Pai” (Jo 15, 15).
Jesus deixa claro que Ele é um amigo que irá nos proporcionar conhecer coisas maravilhosas que não são provindas desse mundo (inveja, ambição, orgulho, ódio,,,), mas coisas provindas do céu (caridade, paciência, tolerância, respeito, humildade...), virtudes que nos ajudará a sermos também amigos melhores para outras pessoas e assim cumprir a nossa missão que é de levar esse Jesus amigo àqueles que se magoaram e decepcionaram por depositarem seu coração em tesouros falsos, e mostrar-lhes que Jesus é o amigo que “a traça e a ferrugem não corroem e os ladrões não roubam” (Mt 6, 20).
Busque em Jesus esse amigo valioso, pois Nele teremos a certeza que jamais seremos decepcionados, Nele teremos sempre a certeza da acolhida sincera mesmo quando caímos, fraquejamos, pecamos, pois diz Ele: “Todo o que vier a mim, não o lançarei fora”. Se você já teve a triste experiência de ter sido lançado fora por pessoas que em vez de te acolher te julgaram e condenaram, tenha hoje a experiência de voltar aos braços daquele que não te julga, mas está pronto a te acolher.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.