sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fidelidade que obedece

A fidelidade é uma das marcas registradas de Deus; tanto que em II Tm 2, 13 a Palavra diz: "Se formos infiéis...Ele continua fiel, e não pode desdizer-se". Na essência de Deus está a fidelidade; fidelidade esta demonstrada para com o homem na sua forma mais extrema: dar o seu Filho único como penhor da nossa salvação.
Sendo nós criados à imagem e semelança deste Deus fiel, por quê, então, também nós não o somos? Por quê tão facilmente tornamo-nos infiéis ao amor de Deus, à sua bondade, à sua dedicação, ao seu zelo...? Porque a fidelidade nasce de uma amizade sincera e verdadeira, amizade que é sedimentada num amor sincero e verdadeiro.
Infelizmente, tornamo-nos infiéis em virtude do pecado que nos leva a nos rebelarmos, a rejeitarmos esta amizade; por isso que Jesus declara aos discípulos: "Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai" (Jo 15, 15).
Um amigo fiel agrada e é agradado; ajuda e é ajudado; auxilia e é auxiliado; obedece e é obedecido...Mas, quando diz respeito a esta relação com Deus tudo isso é descumprido, pois não amamos verdadeiramente, logo não se estabelece uma amizade verdadeira da nossa parte para com Ele.
Daí o Senhor Jesus explicitar essa dificuldade de relacionamento na parábola dos talentos (Mt 25, 14-30) onde claramente Ele mostra que da sua parte para conosco existe uma confiança e certeza que se pode cumprir uma missão confiada: multiplicar o bem confiado; bem este que na parábola está demonstrado na forma de ouro, pois um talento equivalia a trinta quilos de ouro; mas este ouro capacidade propagar a Palavra de Deus, a Boa Nova, o Evangelho de Jesus, e assim levar vidas ao arrependimento, à conversão, ao abandono das práticas de pecado para viver as virtudes evangélicas.
Alguns, como narra o texto, são fiéis em multiplicar os talentos confiados; dispuseram-se a partilhar essa riqueza com outros mostrando aos outros que não são egoístas em reter o amor, o bem, a paz, a alegria, a fé, a esperança que receberam de Deus para sí, mas são generosos em repartir cada graça recebida do Pai. São pessoas que na verdade trzem em sí essa face de doação, pois Deus se doou, em Jesus Cristo, ao extremo por cada ser humano.
Ao contrário, os que não privam desta amizade sincera com o Pai não obedecem, não cumprem o propósito que lhes foi confiado, e como aquele último da Palavra: enterram o talento. São pessoas que por medo, receio, timidez, mas muitas vezes por falta de vontade e desejo de ver a graça de Deus chegar ao irmão, acomodam-se na sua vida, mergulhados nas suas próprias preocupações, e assim aquele "talento", aquele "bem", que deveria ser transmitido aos outros fica "enterrado", posto de lado, sufocado pelas vãs preocupações, ou pelo desinteresse mesmo de ver o próximo alcançado pelas benécies de Deus.
Em se tratando de pessoas que não querem, de forma alguma, saber de ter amizade ou proximidade com o Senhor, é compreensível, pois são pessoas distanciadas mesmo. Porém, o que causa surpresa e estranheza são aquelas que tiveram uma experiência pessoal deste amor do Pai, que experimentaram (ou dizem ter experimentado) desta amizade, e agem da mesma forma desinteressada e egoísta que os primeiros que os primeiros, que ainda não conhecem na intimidade esse Deus maravilhoso.
Há esses, "enterradores de talentos", no dia do retorno do "dono dos talentos", do ajuste de contas, ao chegarem de mãos vazias, sem terem produzido nada, ouvirão uma palavra duríssima de rejeição: "Servo mau e preguiçoso!" (vers. 26), e uma sentança terrível: "Jogai-o nas trevas exteriores: ali haverá choro e ranger de dentes" (vers. 30).
Aos primeiros, "multiplicadores de talentos", os que não mediram esforços em fazer este talento produzir frutos na vida do próximo, o Senhor os acolherá dizendo: "Servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, Eu te confiarei muito. Vem regozijar-te com o teu Senhor!" (vers. 21). Há estess está reservado o reino do céu, lugar de alegria e gôzo.
Perseveremos em permanecer neste amor e amizade sinceros e verdadeiros, que confia a nós e em nós para sermos disseminadores dos bens celestes; proclamadores do Evangelho da Salvação, e multiplicadores dos talentos de Deus, sabendo que tudo isso só pode se dar intimamente ligado a Jesus, pois Ele mesmo diz: "Sem mim nada podeis fazer" (Jo 15, 5), pois só Ele é capaz de dar toda orientação para que esses talentos convertam-se, eficazmente, em vidas restauradas e transformadas.
Deus te abençoe no nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Senhorio dos pais: fonte da honra dos filhos.

O texto de Eclo 3, 1-18 faz uma clara referência a filhos que honram seus pais. O dicionário faz referência a expressão honrar pai e mãe como venerar, reverenciar. Percebe-se que mesmo numa expressão gramatical, etimológica, os termos utilizados concordam com o significado bíblico.
Dentre os vários versículos, aquele que salta aos olhos é o oitavo: "Quem teme o Senhor honra pai e mãe. Servirá àqueles que lhe deram a vida como a seus senhores". O versículo é taxativo quando afirma que um filho só honrará pai e mãe, só terá essa atitude venerável, reverencial, se nele estiver o temor de Deus.
Mas um filho não trás consigo desde o nascimento este temor, mas o adquire a partir do convívio, do exemplo, da prática observada por parte dos seus genitores. E o questionamento é: esses filhos tem observado esse temor de Deus em pais mergulhados nas suas preocupações diárias? Que dão maior importância aos prazeres e satisfações deste mundo, vivendo como disseminadores das práticas absurdas que impõe a TV, as novelas, as músicas, as revistas...? Que se empenham devotamente em cumprir suas obrigações de alimentar, vestir, educar, mas que se eximem totalmente de dar a esses filhos alimento, educação, parâmetros e princípios espirituais?
A mais dura realidade é que, se hoje se observa filhos que não manifestam essas atitudes de honraria para com os pais, é porque não vêem nestes atitudes que os levem a agir de tal forma. O versículo quinto diz que "quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro". Mas tem-se observado hoje, mulheres, mães, que estejam se comportando como essa figura preciosa? As mães de hoje tem-se mostrado para os filhos como essa figura divinal segundo o que a Bíblia preceitua?
Os versículos 9 e 10 exortam: "Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência, afim de que ele te dê sua benção e que esta permaneça em ti até o teu último dia. A benção paterna fortalece a casa de seus filhos...". Percebe-se neste trecho a força da benção de um pai; mas quantos filhos não manifestam mais qualquer importância quanto a essa graça, fruto até mesmo do próprio desprezo de pais por esta prática.
Pais que demonstram, exercem na prática perante seus filhos, e exigem este senhorio, que significa soberania, propriedade, autoridade plena, terão filhos que saberão honrá-los com fidelidade e respeito, até porque compreenderam que exercer essa honradez é um ato mais espiritual que humano.
Porém, é necessário, urgente, que os atuais e futuros pais aprendam e pratiquem o que aconselha a Palavra de Deus em Eclo 30, 13: "Educa o teu filho, esforça-te (por instruí-lo), para que não te desonre com sua vida vergonhosa". Mas não se pode dar o que não se possui; educar um filho nos caminhos do Senhor só consegue quem trilha os caminhos do Senhor; quem segue os Mandamentos e preceitos da Palavra de Deus; que vive os Sacramentos com sinceridade; quem busca a Igreja como lugar de santidade e salvação.
Pais que tem essa consciência formarão filhos que reconhecem seu senhorio como respeito e reverência ao próprio Deus; honrarão seus pais com a certeza que a Palavra de Deus em Ex 20, 12 que diz "Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra que te dá o Senhor, teu Deus" se cumprirá; e que, por fim, saberão, também eles, constituir famílias onde serão multiplicadores desse propósito divino, gerando neste mundo uma sociedade com famílias santas e retas a exemplo da família de Nazaré que teve em Jesus um filho que soube honrar e reconhecer o senhorio de seus pais.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Senhorio de Jesus

Ter ou possuir senhorio é o mesmo que ser dono, proprietário, possuidor... Logo, é exercer soberania sobre algo ou alguém. Ser senhor de algo ou alguém é ter posse sobre aquilo que foi adquirido mediante esforço.
Assim, uma pessoa pode dizer-se senhor de um bem (casa, carro, empresa, etc.), porque foi adquirido medinte esforço próprio, passanto, então, a ter autoridade plena de fazer o que quiser com aquele bem.
No que diz respeito ao divino, Deus em todo o Gênesis, principalmente no primeiro capítulo é sempre citodo como Senhor, por quê? Porque com esforço particular "criou todas as coisas", logo Deus exerce senhorio pleno sobre todas as coisas, inclusive o homem.
O pecado rompeu este reconhecimento da soberania de Deus (Catecismo da Igreja Católica, 455) sobre o homem, passando, assim, a tornar-se rebelde a esta soberania. A partir do pecado original, até os dias atuais, a Bíblia e a história mostram essa resistência à autoridade de Deus, tomando assim a liberdade de agir segundo suas convicções mediante considerar-se "dono de si", e assim colhendo as consequências deste desprezo ao Pai.
Deus, porém, em seu extremado amor não mediu esforços em buscar reconquistar junto ao homem esse senhorio; tentou por meio dos profetas, dos reis, até que por fim decidiu dar sua maior prova deste amor: enviar seu Filho único (Jo 3, 16), afim de que em natureza humana o homem pudesse compreender que ter a Deus como dono, proprietário, não significava ser visto ou tido como uma "coisa qualquer", mas ser elevado a uma condição privilegiada, tanto que em algumas passagens bíblicas quando aparece a expressão "de pé" (Zaqueu, a mulher adúltera, Maria e João aos pés da cruz...), significava devolvido à sua verdadeira condição de filho de Deus, restaurado, vencedor.
Aqueles, porém, que não aceitam este senhorio do Pai, que é agora também outorgada a Jesus: "Por isso Deus O exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor" (Fl 2, 9-11), após sua Paixão, morte e Ressurreição, vão caminhando como caídos, derrotados, abatidos, mesmo que ana sua arrogância e cegueira não percebam nem reconheçam.
Ao rejeitar o Senhorio do Pai e do Filho, vão servir a outro senhor: satanás (Mt 6, 24) sobre a forma do dinheiro, da fama, do poder, do sucesso, homens..., e assim vão-se afundando numa vida de ilusões e enganos, afastando-se cada vez mais do Senhor da vida e aproximando-se do senhor da morte, morte esta que será inevitável em permanecendo nesta condição.
Jesus é claro nas suas palavras: "Não se pode servir a dois senhores". Reconhecê-Lo como Senhor não é meramente uma decisão instintiva, mas passa por uma experiência que somente o Espírito Santo pode proporcionar, pois é São Paulo que diz em I Cor 12, 3: "...ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo".
O homem precisa reconhecer que renunciar o senhorio, o domínio, a autoridade de Jesus sobre sua vida é optar pelo pecado, e diz a Palavra de Deus: "todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo" (Jo 8, 34).
Renuncie o senhorio do diabo e do pecado, e aceite a liberdade que o Senhorio de Jesus proporciona. Clame o Espírito Santo e declare hoje Jesus como seu único Senhor.
Deus te abençoe no nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.