quarta-feira, 28 de maio de 2014

A palma da mão ou a sola do pé?

A Palavra de Deus em Isaías 49, 16 diz: "Eis que estás gravada na palma das minhas mãos...", assim, todo o que se torna cristão, sendo, então, "configurado a Cristo" (CIC, 1272), é reconhecido como filho de Deus e Dele merecedor de seu amor, sua misericórdia, suas benécies, e, também, de suas provas e repreensões.
Ter o nome escrito na palma da mão de Deus é refletir no fato que mãos servem para abençoar (Gn 1, 28; Mc 10, 16; Lc 24, 50...), para curar (Mt 8, 3), para erguer (Lc 14, 4)), entre outros, assim como também serve para fazer justiça.
Agora, dedução minha, o que parece ocorre é que: Deus ao escrever nosso nome na palma de sua mão, o inimigo de Deus escreve o nosso nome na sola do pé, em virtude de se observar como este visa a massacrar sem piedade àqueles que aprisiona pelo pecado.
É notório observa com poucos exemplos como aqueles que se entregam ao pecado são massacrados pelo inimigo, caso dos que enveredam pelos vícios (drogas, pornografia, sexo desregrado, violência...) observe-se como para a grande maioria o fim destes é triste e lastimável. Tudo isso por que o inimigo olha para cada filho de Deus e vê a imagem de Jesus, a quem odeia com todas as forças (Jo 17, 14), logo, todo ser humano será alvo do ódio de satanás.
Assim, ao ser apanhado pelo "laço do caçador" (Sl 90, 3) ver-se-á em pouco tempo sendo "espezinhado" sem dó nem piedade, por isso que Jesus ao usar a metáfora da ovelha desgarrada (Lc 15, 1-6) que é trazida nos ombros e tem suas feridas cuidadas, mostra que ao cair em mãos inimigas as marcas deixadas serão profundas tanto físicas, como emocionais e psíquicas; no entanto, muitos ainda preferem enveredar pelo arriscado caminho de brincar com o pecado mesmo sabendo que incorre em risco grave.
Olhar para a cracolândia é um exemplo disso. Brincaram com o "leão que ruge" (I Pedro 5, 8) e foram agarrados; caíram no laço e foram aprisionados, e a visão concreta que se mostra a todos nós não é nada perto do que acontece espiritualmente. Santa Tereza D'Ávila tinha este dom: ver o que se passava no mundo físico e espiritual ao mesmo tempo, e outros santos também o tiveram, no entanto pode-se inferir que se o que se vê com aqueles homens e mulheres na cracolândia ao nível dos olhos físicos já é de entristecer o coração de qualquer cristão que tem Deus e sofre a dor do próximo, imagine se se tivesse "olhos espirituais".
Por isso que Jesus não poupou suas forças nem sua vida para buscar redimir e resgatar os filhos de Deus de tão grande lástima, pois sabe Ele e deveríamos nós, também, reconhecer que somente Nele estamos a salvo, visto que foi o próprio Senhor que afirmou: "Eu lhes dou a vida eterna: elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão" (Jo 10, 28).
Infelizmente, é triste observar que tantos se lançam decididamente ao sabor das suas próprias vontades renegando a segurança da "palma da mão" de Deus para optar pelo sofrimento da "sola do pé" do inimigo, algo que o chamado neopaganismo cultua terrivelmente e tem arrastado muitos para esta triste realidade.
Deus por meio do seu Filho Jesus Cristo pela ação do Espírito Santo faça muitos acordarem, despertarem para esta realidade que Jesus já deixou claro no seu Evangelho: "Todo homem que se entrega ao pecado, é seu escravo" (Jo 8, 34), caiam em si como o filho pródigo, arrependam-se, clamem por Jesus que é o único que pode libertar um escravo do jugo do inimigo (Jo 8, 36) e trazê-lo para a segurança de suas mãos e dos seus braços acolhedores.
Tome esta decisão, você que se encontra nesta segunda realidade, clame a providência divina e seja muito mais feliz com Jesus! Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 18 de maio de 2014

“Operários do Amor de Deus”

As abelhas, ainda quando larvas, não possuem distinção entre si. No entanto, quando chegam a fase adulta, farão parte de uma das três castas (classes) existentes: rainha, soldado ou operária.
Apesar de possuírem funções diferentes – a primeira de procriar (gerar vida), a segunda de defender e a terceira de realizar as demais tarefas – apresentam um aspecto que é maior que suas individualidades e as tornam tão unidas: o bem comum, o bem de todos.
No entanto, sabe-se que sempre haverá aqueles que terão de colaborar com um esforço maior, e neste caso trata-se das operárias. Este grupo tem a tarefa de cuidar da “casa” (colméia), dos “bebês” (as larvas), e da “chefe” (rainha); além disso, são as responsáveis por buscar o alimento, prepará-lo e distribui-lo a todos.
 Observando tal fato surge a pergunta: O que move, então, as operárias a realizar tais tarefas, sabendo que essas são contínuas e incessantes, e até a sua morte? A Biologia responderá dizendo que isto é fruto de uma programação genética, ou seja, isto já está pré-determinado e elas executarão sem objeção.
Quanto ao ser humano podemos observar quase que a mesma coisa, pois também fazemos parte de uma grande “colméia” (a Igreja) onde existe uma “rainha”, na verdade, um Rei (Jesus), existem “soldados” (o Clero) e existem “operários” (os leigos), cada um com a sua tarefa: o Rei gerando vidas pela graça e pela fé; os soldados defendendo o depósito da fé, e os operários servindo aos dois primeiros, além de ir buscar as “abelhas” desviadas e trazê-las de volta à “colméia”.
A missão do operário também deve ser contínua e incessante, e até a morte; porém, ao contrário das abelhas não se nasce pré-programado a realizar tais tarefas, mas é necessário ser ensinado sobre a obrigatoriedade de exercer tal ofício. No entanto, somente o ensino não será suficiente, mas será necessário algo que impulsione este operário a querer realizar tão árduo e fatigante trabalho. E que “algo” é esse? Esse algo é o AMOR! Mas não qualquer amor, mas o AMOR DE DEUS; amor que como descreve São Paulo em I Cor 13 é paciente, é bondoso, não se envaidece, não é orgulhoso, não espera retribuição, que serve ao próximo não pela aparência, mas pela sua essência (por ser imagem e semelhança de Deus).
A abelha operária não faz por amor, mas o operário da vinha do Senhor, sim; e se a messe ainda carece de operários é porque o amor ainda é pouco, pois “o que pouco ama, pouco serve”; mas “o que muito ama, muito serve”, e isso se potencializa cada vez mais quanto mais se doa a partir do momento que percebe que existem necessitados de conhecer e experimentar este amor, inclusive nós mesmos.
Conscientes, então, de que é o amor de Deus que nos impulsiona a realizar este labor, mesmo contra a nossa vontade humana, como e onde experimentar este verdadeiro amor? A Palavra de Deus dá a resposta em Romanos 5, 5 onde o Apóstolo São Paulo diz que “o Amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”.
É o Espírito Santo, o Paráclito (auxílio), que cada operário necessita para que nos convençamos que precisamos deste amor, e o temos por que Deus é um Deus que não nos abandona; e que precisamos levar este amor, fonte de salvação e ressurreição, para muitos que se encontram “mortos” na esperança e na fé.
Seja, então, pelo auxílio e força do Espírito Santo esse operário do amor de Deus; “abelhinhas” incansáveis em servir ao grande Rei Jesus para a honra e glória do seu Santo Nome.

terça-feira, 13 de maio de 2014

"Quem odeia seu irmão é assassino" (I Jo 3, 15)

Os noticiários dos últimos dias preenchem as telas de nossas TVs com uma modalidade de crime que, diga-se de passagem, não é algo novo, mas que passou a ser quase que corriqueiro, infelizmente. Trata-se dos vários casos de linchamento.
Primeiro o da senhora confundida com uma sequestradora de crianças que foi vitimada por uma falsa notícia propagada em um site e o resultado do triste acontecido: uma inocente barbaramente espancada e morta, um marido só e dois filhos órfãos de mãe; agora, o caso de outra senhora que, segundo dizem, por causa de um pacote de biscoitos, foi sequestrada e, também, barbaramente torturada e morta e o resultado do triste acontecido: cinco filhos órfãos.
São João foi de certo, assim mostram o seu Evangelho e suas Cartas, o apóstolo que mais entendeu que a missão de Jesus tinha como princípio fundamental a promoção, a dignificação, o resgate moral e espiritual do próximo. São João, principalmente na sua Primeira Carta deixa essa realidade patente quando no trecho de I Jo 4, 20 afirma: "Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê".
Nesta mesma Primeira Carta no capítulo terceiro, no versículo 14,  o apóstolo faz uma afirmação digna de reflexão: "Nós sabemos que fomos transladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte." São João deixa evidente que o verdadeiro, o real sentido de ser convertido (deixar o pecado (morte) e passar (ser transladado) a ser de Cristo (Vida), não é ter visões, grandes revelações, proclamar profecias, mas compreender que amar o irmão é condição necessária para quem está verdadeiramente em Jesus. Portanto, não existe verdadeira conversão se não há amor ao próximo, por isso que o apóstolo São Paulo afirma em I Cor 13, 3: "Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que eu entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!".
"Se não tiver caridade", se não tiver o amor de Deus, aquele que é "derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5, 5), será mero ato para "aparecer", para auto-promoção, enquanto que quem deve ser promovido deve ser o irmão; Jesus não disse "Pai perdoa-lhes, por que não sabe o que fazem" (Lc 23, 34) para auto-promover-se, mas para promover, principalmente aqueles que o "lincharam" da forma mais vil.
Portanto, só existe verdadeiro sinal de transformação, se se aprende que o irmão é esta mediação necessária entre eu e Deus. Assim, ao desprezar o irmão ele torna-se objeto potencial de minhas fraquezas humanas, e até da minha desumanidade, logo, eu me torno um potencial assassino, e foi isso o que São João quis dizer: "Quem odeia seu irmão é assassino". E foi o ódio, a ausência de Deus, o desprezo ao irmão por não ver nele a imagem e semelhança do Criador que suscitou esses dois casos extremos aqui citados, assim como os tantos que já existiram, e também, os que infelizmente virão a ocorrer.
Essas duas senhoras, assim como tantos outros, são, portanto, a realidade evidente de uma geração de pessoas que ao abandonarem a fé (apostasia), abandonarem os caminhos do Evangelho, e se entregarem às suas concupiscências afundam-se na "lama dos porcos" como o filho pródigo. O desprezo do outro é um passo perigoso para a auto-destruição e aniquilação, basta ver o que está acontecendo perigosamente na Síria e na Ucrânia: são compatriotas, nascidos na mesma terra, falam a mesma língua, professam a mesma crença, mas não se identificam uns com os outros, não se reconhecem como irmãos, logo, passam a se odiarem e por fim a se matarem.
Deus livre o Brasil deste tipo de caos; que como a maior nação cristã do mundo dobremos os nossos joelhos em oração e clamemos ao Pai para que o nosso país seja um lugar de pessoas que se reconhecem como seres especiais única e exclusivamente por serem imagem e semelhança de Deus e por serem "preciosos aos seus olhos" (Is 43, 4), e por isso, serem dignas de todo respeito.
Que o sangue inocente dessa senhoras não seja nas mãos de satanás uma oferenda para que outras barbáries se sucedam, mas sejam nas mãos do Senhor Jesus um clamor por um tempo de paz e reconciliação nesta terra de Santa Cruz.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.