segunda-feira, 16 de junho de 2014

"Vinde, voltemos ao Senhor..." (Oséias 6, 1; Lc 15, 11-24)

Cá estou,
Em tão horrendo lugar,
Cá estou,
Na lama a chafurdar,

Eu pequei,
A minha herança pedi,
Eu pequei,
Minha liberdade excedi,

Estava errado,
A casa do pai recusei,
Estava errado,
No mundo me aprisionei,

Sofrimento e dor,
Foi tudo o que senti,
Buscando prazeres constantes,
Até que tudo perdi,

Agora arrependido,
Quero ao pai retornar,
Agora arrependido,
Vou me reconciliar,

Nos braços do Pai,
Encontrarei amor e perdão,
Tudo o que não tive,
Na casa do mal patrão,

Voltei ao Pai,
Nova vida ganhei,
Voltei ao Pai,
Não mais o abandonarei.

sábado, 7 de junho de 2014

"Faça valer a pena!"

Na catequese estava a abordar a missão de Moisés quando me veio, acredito que por inspiração do Espírito Santo, a lembrança daquele maravilhoso filme de Steven Spielberg "Resgate do Soldado Ryan"; e por quê?
Moisés foi um homem que recebeu uma missão de Deus de libertar o povo hebreu que jazia num duro cativeiro no Egito há pelo menos quatrocentos anos. Deus ao abordá-lo naquela passagem da sarça ardente (Ex 3, 1-4) dirige-se a ele dizendo " Eu vi, eu vi a aflição de meu povo que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, Eu conheço seus sofrimentos" (Ex 3, 7)", e revela a Moisés a sua intenção: "...E desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir do Egito para uma terra fértil e espaçosa, uma terra que mana leite e mel..." (vers. 8); e, por fim convoca Moisés: "Vai, eu te envio ao faraó para tirar do Egito os israelitas, meu povo" (vers. 10)". Moisés reluta, mas aceita o chamado e cumpre a missão.
A missão de Moisés é uma pré-figuração da missão do próprio Jesus que chamado pelo Pai para ir ao "Egito", egito que metaforicamente é lugar de dor, sofrimento, tristeza, opressão, angústia, escravidão..., logo, este "egito" na verdade é cada pessoa, cada vida, que ao entregar-se ao pecado vê-se neste lugar de opressão tendo um "faraó" (satanás) como responsável por tal situação, sendo, assim,  necessitado de resgate e libertação.
Jesus no seu infinito amor aceita a missão, paga o "preço" de cruz e propicia este resgate de toda a humanidade. Logo, assim como o capitão John Miller que aceita a missão de ir ao encontro do soldado Ryan o encontra, o resgata, mas no entanto, é ferido e morre. Porém, antes de dar o último suspiro deixa uma recomendação ao soldado: "Faça valer a pena!". É bem verdade que o final do filme onde Ryan está diante do túmulo do capitão John deixa entender que fez valer a pena ao constituir uma família e, provavelmente, ter desfrutado da liberdade que ganhou, sem no entanto, um fazer menção ao aspecto espiritual.
Todavia, se Jesus no alto do madeiro, em vez de proclamar: "Está tudo consumado" (Jo 19, 30), dissesse "Façam valer à pena", seria, então, para que toda a humanidade compreendesse, e que afinal é a proposta do Evangelho, que como discípulos do Senhor Jesus, somos chamados a ser um "capitão John" de ir ao "egito" de cada vida, não sozinho, mas tendo ao lado o General Jesus, visto que lá estará o "faraó", e assim pelejar pelo resgate destes filhos de Deus aprisionados pelas correntes do pecado.
É uma missão que não se mostra fácil, e incorre na possibilidade de ser vitimado nesta batalha, e Jesus não oculta esta possibilidade como se vê em Mateus 10, 39 onde diz: "Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á. Aquele que a perder, por minha causa, reencontra-la-á". Logo, Jesus deixa claro que existe um risco, mas deixa claro que existe um prêmio.
Somos assim "Ryans" que um dia foram resgatados pelo sacrifício de Jesus e que temos que fazer valer a pena, que é resgatar vidas para Jesus. Todos os grandes heróis e heroínas da fé cristã compreenderam isso, e que o Espírito Santo também nos faça compreender, também!
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.