quinta-feira, 14 de abril de 2011

Duas letras a mais e a perpetuação de uma promessa.

São raros, na Bíblia, casos onde Deus determina ou altera o nome de alguém, porém, nas poucas vezes em que este fato é narrado nas Sagradas Escrituras, a consequência é de proporção imensurável. Em Gn 17, 1-27 a Palavra narra o chamado de Deus a Abrão, prometendo-lhe que será pai de uma multidão de povos (vers. 4) e, mediante o sim a Deus, o Pai diz: "De agora em diante não te chamarás mais Abrão, e sim Abraão, pois farei de ti o pai de uma multidão de povos" (vers. 5). São Paulo ao relatar este episódio da história de Israel em Hb 11, 8 dá a explicação para que a promessa se cumprisse: a fé. A fé de Abrão acrescentou a seu nome uma letra, mas à sua história um posteridade incalculável, pois, apesar de tudo o que se apresentava à sua realidade: a idade avançada, a esposa estéril, e também de idade avançada, como diz o próprio São Paulo: ele "Esperando contra toda a esperança, Abraão teve fé e se tornou pai de muitas nações..." (Rm 4, 18). No Novo Testamento dois outros atos de fé ficarão para a eternidade: no primeiro, Maria, que nem é chamada pelo nome, mas por uma saudação, também aceita a proposta de Deus e, por inspiração do Espírito Santo proclama: "Desde agora me proclamarão bem-aventurada todas as gerações" (Lc 1, 48), foram duas letras a mais, a fé, que a levou, acreditando no inacreditável, de gerar um filho por ação divina, sujeita a perder a vida, que escreveu seu nome para eternidade. O segundo caso é o de Simão, filho de Jonas que, já sendo discípulo de Jesus, certo dia, juntamente com os outros eram questionados pelo Mestre: "No dizer do povo, quem é o Filho do homem?" (Mt 16, 13) e, após diversas respostas, eis que Simão responde: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!" (vers. 16); a esta resposta Jesus exclama: "E Eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (vers. 18). Ao nome de Simão foi acrescido um outro nome, e tudo deu-se porque Simão antes acrescentou duas letras ao que já tinha. Contra toda a circunstância, pois era rude, ignorante, sem estudos, deu o seu sim, mesmo tendo fraquejado, é verdade, mas redimiu-se e deu prosseguimento à determinação de Jesus e hoje, dois milênios depois, as palavras do Senhor estão a prevalecer. São três exemplos onde duas letras fizeram a diferença, para os personagens, e para a posteridade, pois, mesmo Abraão, pois diz Jesus: "Abraão exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria" (Jo 8, 56), que não viu Jesus em pessoa, mas, provavelmente numa visão (nota da Bíblia Ave-Maria), juntamente com Maria e Pedro que o viram em pessoa, creram no "Nome que está acima de todos os nomes" (Fl 2, 9). Estes, assim como tantos outros ao longo da história do cristianismo acresceram essas duas letras e seus nomes estão para a eternidade como narra Eclo 44, 6.10.13: "Os homens ricos de virtude, (...), foram homens de misericórdia. Nunca foram esquecidas as obras de sua caridade. (...). Por causa deles seus filhos permanecem para sempre, e sua posteridade, assim como a sua glória, não terá fim". Acrescente estas duas letras: fé, que se transmutam em duas palavras: Jesus Cristo, e faça a diferença neste tempo, mesmo as circunstância sendo contrárias, colaborando com a Igreja por meio do seu testemunho, afim de que a promessa iniciada em Abraão tenha continuidade até a volta gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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