segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

"Eles não tem mais vinho" (Jo 2, 3)

Um casamento, uma festa, convidados, celebração, comida, bebida...alegria. Tudo corre bem, e assim deveria continuar por sete dias, visto que era a tradição da época, afinal, a necessidade de comemorar  a felicidade daquele casal não poderia se resumir a um dia, apenas.
Eis que, então, um dos elementos constitutivos do cerimonial está a findar-se, e quão vergonhoso será para os nubentes mirar os convivas a questionarem-se: - Onde está o vinho?; e envergonhados terem dizer: -"Acabou!".
Obviamente, que a preocupação acometia os auxiliares da festa, à exceção de uma convidada ali presente: a Santa Mãe de Jesus, que também se encontrava presente com seus discípulos.
E esta atenta mãe, que terá no futuro justamente esta missão: perceber as angústias e necessidades dos seus filhos e pôr-se em auxílio, acorre Àquele que sempre terá a solução para os embaraços e agruras dos filhos de Deus, com o intuito de que a alegria não se mude em embaraço e tristeza, mas permaneça e siga acontecendo.
No entanto, aquela festa, aquele casamento se dão meramente num contexto humano, carnal, o que enseja crer que tudo se move em torno de um prazer fugaz, que tem princípio, meio e fim, e que vendo os dirigentes que o fim poderia precipitar-se antes do tempo devido inquietam-se.
Entra, então, em ação as realidades divinas que, percebendo o que dramaticamente se passa, vem em socorro, não para que tudo siga seu roteiro normal, mas para ensejar uma nova dinâmica, e elevar a uma nova significância o que até ali se dava.
Nova significância no sentido de compreender que, apesar do que ali acontecia ter um cunho religioso, o louvor de Deus e a glorificação do Senhor não estava no contexto, mas unicamente as satisfações puramente humanas dos que ali se congrassavam, tanto que Jesus e Nossa Senhora não passavam de mais um na multidão. O vinho que estava para acabar tinha lugar mais privilegiado.
Esse vinho é o prazer deste mundo, que se denota em outros prazeres também, que tem em comum o fato de que em dado momento cessarão, e quando acabarem virá a angústia e desespero, e neste momento o céu entrará em ação por meio da Igreja, que vem para oferecer um vinho melhor: Jesus Cristo, em cuja presença e ação a alegria não será momentânea, mas perene.
Jesus sendo "o vinho melhor" ensejará um novo contexto, onde essa festa tem começo (a partir do seu convite a aceitá-Lo), meio (a medida que se deixa ser tornado noiva apta e adequada para Ele), e sem fim (pois no céu o Esposo desposa a esposa por toda a eternidade).
Maria Santíssima, a responsável por conduzir as noivas ao Noivo, que com olhar maternal atento às almas que estão ficando sem "vinho" (sem fé, sem esperança, e sem Deus), ajude a cada um com sua intercessão rogando ao Noivo: "Eles não tem mais vinho", "Eles não tem a ti, meu Filho!".
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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