sábado, 25 de janeiro de 2020

Precisamos ser trigo (santos)!

Eis que São João Batista batizava junto ao Jordão, assim narra o texto sagrado em Mt 3, 1-2, e, eis que lhe chegam a batizar fariseus e saduceus (vers. 7). A conduta de São João é, então, marcada pela dureza das palavras quando àqueles refere-se por "raça de víboras..." (vers. 7), o que, por certo, deva ter deixado estupefatos os próprios e demais da multidão que ali se encontravam.
A priori se possa julgar que São João se reportara aos doutores da Lei de forma discriminatória com um clara postura de rejeição.
No entanto, se assim fosse, este homem de Deus estaria a agir de forma contrária ao agir de Deus que, diz que "...o que vem a mim de maneira nenhuma eu o lançarei fora" (Jo 6, 37); em sendo assim, o Batista tinha outra intenção quando do uso de palavras tão contundentes.
E a intenção se faz evidente ao final do texto quando diz: "O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto, será cortada e lançada ao fogo" (vers. 10); e mais abaixo reforça evocando o agir Daquele que virá (vers. 11): "Ele está com a pá na mão e vai limpar a eira: o trigo, Ele o guardará no celeiro, mas a palha, Ele a queimará num fogo que não se apaga" (vers. 12).
O profeta fala de conversão, fala de Juízo, fala de Salvação. Logo, o texto santo, assim como ao longo de toda a Sagrada Escritura, evidencia a necessidade de fazer uma escolha: salvação ou perdição. E não é diferente nesta passagem onde aqui se observa o contraponto entre o "trigo" e a palha que Jesus vai melhor indicar em outra passagem como "joio", ou seja, o que serve e agrada a Deus (trigo) e o que é imprestável (palha, joio).
O campo, que é o mundo, está semeado por "boa semente" (trigo) e a "má semente" (joio) lançada no solo dos corações. A boa semente figurada em João é aquela que crê em Deus, obedece à sua Palavra e abraça a fé; a má semente, figurada nos fariseus e saduceus é o que não crê, desobedece à Palavra e abraça o pecado.
O trigo sempre vai dar bons frutos, tanto que São João arrastava multidões que a ele acorriam para confessar seus pecados e receberem o batismo (vers. 5); o joio não produz frutos bons, daí João cobrar-lhes: "Produzi, pois, fruto digno de vosso arrependimento" (vers. 8). E como se pode ser o "trigo" agradável a Deus?
A vida de São João na narrativa dá os indicativos: "usava roupa de pelos de camelo e um cinto de couro na cintura" (vers, 4), ou seja, desapego; "...e alimentava-se com gafanhotos e mel silvestre..." (vers. 4), ou seja, penitência; "...mas o que vem depois de mim é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de carregar suas sandálias" (vers. 11), ou seja, humildade. Logo, desapego, penitência, humildade, são alguns dos instrumentos daqueles que buscam ser trigo, ou seja, santos.
No entanto, esses atributos de São João eram advindos da presença e ação de uma Pessoa que ele recebera ainda no ventre de sua mãe Isabel quando da visitação de Nossa Senhora (Lc 1, 41): o Espírito Santo. Por isso que fala aos fariseus, que ele não rejeita, mas adverte: "Eu batizo com água, (...). Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (vers. 11).
E será a ação do Espírito Santo que tornará possível uma conversão verdadeira e concreta daqueles homens, que não foram rejeitados, mas despertados para as realidades divinas, que para que sejam "trigo" digno de ser ajuntados aos "celeiros" do céu, somente com arrependimento verdadeiro, fé viva em Jesus, obediência à Palavra e busca de santidade que só se dará com o auxílio da graça e do Espírito Santo.
Eis, então, o itinerário; e a decisão, a escolha é livre e pessoal de cada um (a): ou Jesus e por Ele ser feito "trigo", ou o Inimigo e por ele ser "joio". E que o Senhor vos ajude a tomar a melhor decisão.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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