sábado, 4 de janeiro de 2020

Jesus: a estrela oriente

Eis que aqueles três reis magos, de lugares diferentes, prefigurando a humanidade inteira, todo povo, raça e nação, que é chamado a vir a Deus, vir para a Verdade, pela fé, à luz, respondem a este chamado e poem-se a caminho.
Mas, qual caminho seguir? Quem para orientar? Para onde ir? O que os espera? Essas perguntas não serão respondidas se antes não houver uma decisão, decisão por encontrar alguém, decisão por querer alguém. E ao que parece, esses reis magos decidiram ir ao Rei não por uma questão de status ou poder, mas por uma questão de fé.
Pondo-se, então, a caminho, Aquele que em Isaías é profetizado como "Caminho santo" (Is 35, 11) não tardaria a vir em auxílio, pois a graça nada mais é, segundo o Catecismo da Igreja Católica, que "... favor, socorro gratuito que Deus nos dá para responder a seu convite..." (CIC, 1996). E o auxílio surge na forma de uma estrela que não era semelhante às demais, pois destacava-se pelo brilho diferenciado e por mover-se.
Essa estrela, essa luz, guia-os pelo deserto, lugar inóspito, desafiador, perigoso, até fatal, para os que o percorrem sem o conhecimento devido. Assim, seguem os reis, os três, que ainda não tinham destino certo, até que a estrela lhes mostra o lugar: Belém, a menor das cidades, a casa do pão. No entanto, enganam-se pela sua humanidade, desviando-se do caminho indicado e seguindo sua dedução humana vão para um palácio.
Ali percebem que adentraram lugar errado, tornam a deixar-se guiar pela luz e, agora sim, encontram o lugar certo, que a princípio os possa ter deixado confusos, pois não era um palácio, era uma gruta (uma lapa); não havia trono, mas uma manjedoura; não havia pessoas abastadas, mas um casal simples e pastores muito humildes; não havia suntuosidade, apenas simplicidade; não havia um rei coroado, cercado de poderoso exército, mas um menino indefeso, cercado pelos animais que ali viviam.
Os três, certamente, entenderam a mensagem envolta na cena, pois diz o texto que adoraram o Senhor (humildade) e ofereceram-lhe presentes (gratidão), por que não há como reverenciar ao Rei dos reis sem essas prerrogativas. É dever de todo adorador oferecer "o ouro do amor a Deus, o incenso da oração e a mirra da mortificação" (São Luís de Montfort, Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, 56).
Essa passagem bíblica mostra que chegar ao Rei somente se dará pelo caminho que é Ele mesmo, por isso afirmar: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida..." (Jo 14,6); e que para trilhar esse caminho é necessária a fé que atrai a "estrela", a luz, Aquele que também afirmou: "Eu sou a Luz do mundo..." (Jo 8, 12). Ele nos conduz pelo "deserto", ou como diria Santa Tereza D'Ávila: "pelo desterro" desta vida.
O destino final é o seu Coração Sacratíssimo, que é manso e humilde (Mt 11, 29), a casa do pão, pois é o Pão da Vida (Jo 6, 48), que não se encontra entronizado numa manjedoura, mas numa cruz e que da mesma forma como procederam os reis magos, exige de cada um humildade, gratidão e adoração advinda de fiéis que lhe ofereçam algum tesouro de amor.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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