sábado, 18 de janeiro de 2020

A superação das tentações fortalece o servir a Deus

"Não nos deixeis cair em tentação..." (Mt 6, 13), já ensinava Nosso Senhor Jesus Cristo na oração do Pai Nosso, deixando, assim, evidenciado que, dentre tantos outras realidades espirituais, as tentações são, e serão inevitáveis, acontecerão, e por quê? Por que existe alguém que é real e se utilizará delas contra qualquer alma cristã e, principalmente, contra as mais devotas.
Logo, fazer-se preparado para tal realidade não é um conselho, é uma ordem, visto que se por ela se deixar enredar o pecado a que ela insinua, se fará concretizado, a alma se enfraquece, o inimigo abre um flanco e por ali tem livre acesso para, cada vez mais, depreciar esta vida que, por falta de dar ouvidos ao que o Senhor advertia no Getsêmani: "Orai e vigia, pois o espírito é forte, mas a carne é fraca" (Mt 26, 41), vêem-se atingidas.
A tentação é um convite a..., um convencimento para..., e observe que sempre para algo satisfatório ao prazer e a renegação de Deus; com isso, ele (o inimigo), alcança seu intento maléfico: isolar o homem da presença de Deus pela desobediência e atá-lo a si pela prática do pecado a que se apegou.
Foi assim com Eva quando cedeu ao convencimento que poderia comer do fruto da árvore (prazer) e ser como Deus (renegação de Deus); foi assim co o rei Davi que cedeu ao desejo de ter a mulher de Urias (prazer) e para isso planejou e concretizou a morte do seu general (renegação de Deus); foi assim com Judas Iscariotes que cedeu à tentação de ganhar trinta moedas de prata (prazer) em troca de trair Jesus e entregá-lo aos malfeitores (renegação de Deus)...
A mesma tática o inimigo aplica para com o Senhor Jesus: propõe que transforme pedras em pães para que aplaque a fome (prazer) dispensando, assim, o auxílio do Pai (renegação de Deus); propõe dar-lhe todos os reinos da Terra (prazer), contanto que o adore (renegação de Deus). Jesus resiste a tudo por amor ao Pai e o inimigo se afasta.
A continuidade da narrativa em Lc 4, 14 diz que: "Jesus, então, cheio do Espírito, voltou para a Galiléia. E a sua fama divulgou-se por toda a região. Ele ensinava nas sinagogas e era aclamado por todos".
As tentações que são vencidas, com a graça de Deus e o auxílio do Espírito Santo, fortalecem a fé e aprimoram o servir, pois denotam que optamos por Deus, por lhe ser fiel, por fazer a sua vontade, em detrimento de um prazer fugaz que leve a renegá-lo.
Por isso que Maria Santíssima, modelo maior dentre as criaturas, encontra-se coroada e glorificada, por que em detrimento de uma vida familiar cômoda e pacata (prazer) poderia ter dito não ao Arcanjo Gabriel (renegação de Deus). No entanto, preferiu dizer sim ao plano de Deus, ainda que tendo de ouvir futuramente de Simeão que "Quanto a ti uma espada te transpassará a alma" (Lc 2, 35), o que vai se concretizar na Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo quando testemunha o coração de seu Filho sendo transpassado pela lança do soldado romano (Jo 19, 34).
Contudo, lá estava Nossa Senhora: ao pé da cruz, na Ascensão, em Pentecostes, de pé com os Apóstolos como ensinamento de que superada a tentação e a prova, a força do alto será ainda maior, e mais eficaz o serviço.
Deus te ajude quando as tentações vierem, e que o prazer não leve à renegação, mas a fé vos leve a permanecer na convicção de que amar e servir ao Pai, em Jesus, é a melhor opção. E que a cada vitória tenha-se, também, a humildade de saber que o inimigo não desiste, como não desistiu de Jesus no deserto: "E terminada toda tentação, o diabo afastou-se dele até o tempo oportuno" (Lc 4, 13), não desistirá de cada um, por isso seguir-se o conselho de São Paulo: "Portanto, quem julga estar de pé, tome cuidado para não cair" (1 Cor 10, 12).
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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