domingo, 10 de julho de 2011

"Os tíbios,..." (Ap 21, 8)

Segundo os dicionários, tibieza, é a qualidade, condição ou estado de tíbio: estado de fraqueza, de frouxidão, de debilidade, de falta de ardor, de entusiasmo; frieza.
Por quê será que o Senhor Jesus fala deste atributo no livro do Apocalipse quando faz referência àqueles que irão para a condenação eterna? Porque, seja como qualidade, condição ou estado de vida, a tibieza é pecado. E é um pecado que incomoda profundamente o Senhor, tanto que o dicionário fala em frieza, e Jesus, no mesmo livro de Apocalipse diz: "Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te" (Ap 3, 16).
O Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 2094 diz que esta é "uma das formas de pecar contra o amor de Deus. A tibieza é uma hesitação ou negligência em responder ao amor divino, podendo implicar a recusa de se entregar ao dinamismo da caridade". Logo, aquele que é envolto na condição de tíbio é alguém que não tem predisposição à ser disseminador do amor de Deus, visto que a caridade não se restrige apenas a gestos fortuitos de bondade (doar uma cesta básica, por exemplo), mas fazer transparecer na vida daquela pessoa que recebe aquele gesto caridoso mais que o ato em sí, a presença Daquele que motivou tal ato: Deus.
O Senhor na passagem de Apocalipse deixa claro, portanto, que admite a atitude daqueles "frios", ou seja, que pouco ou nada fazem pelo bem do próximo, visando sempre seus esforços em favor de interesses pessoais: os egoístas; ou os "quentes", aqueles que vivem esse amor de Deus partilhando-o como o próximo com o intuito de levá-lo a experimentar, também, este amor transformador, santificante, libertador.
Os "quentes" são os que, por uma experiência do batismo no Espírito Santo, são tomados de um ardor missionário, um desejo incontrolável de ver essa graça acontecer na vida das outras pessoas, não medindo as consequências.
Porém, existe os "meio termos", os "mornos", esses são inadimissíveis para Jesus; são aqueles que, segundo o Catecismo, "recusam-se a se entregar ao dinamismo da caridade". Até tem boas intenções, mas são pessoas sem atitudes concretas, são os acomodados aos esforços, pois a caridade passa pelo esforço, o sacrifício, a entrega, a disponibilidade. São aqueles que "se puder eu vou", "se não demorar...", "se eu não tiver de falar nada...", ou seja, são os cristão da desculpa, que põem impecilho sempre, o medo, a timidez, sempre são argumentos para justificar a falta de vontade. E isso acontece até no meio daqueles que se dizem "de caminhada".
Porém, o indiferente é o mais detestável. A passagem do homem rico e do pobre Lázaro (Lc 16, 19-31) deixa clara a indignação de Deus para com estes. Uma pessoa que se fecha totalmente ao sofrimento, a dor, à necessidade do próximo, chegando ao ponto de ainda desprezá-lo e humilhá-lo, o Senhor conta o final deste ao fim da parábola.
Assim, vê-se que a tibieza é algo presente na vida do ser humano e que só é retirada quando de uma experiência pessoal de Jesus que é capaz de retirar tal pecado; e muitos estão necessitando serem libertos deste mal, e urgentemente, mesmo dentro da Igreja, de pastorais, grupos de oração, ...pois, concluindo o a passagem de Apocalipse 21, 8 ela diz: "..., os infiéis, os homicidas, os impuros, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte".
Não se deixe levar pela tibieza, pois o amor de Deus nos chama a propagar este amor a outros corações através da caridade. Lembre-se da passagem de Mt 25, 31-46 quando Jesus fala que os que se salvarão foram os que praticaram a caridade, não por medo de ir para o inferno, mas por uma ação do Espírito Santo que nos leva a olhar o próximo com olhar de Deus, pois eles refletem o próprio Deus.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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