terça-feira, 21 de junho de 2011

"Quem se importa?"

Assistir estupefato àquela máfia de homens da saúde de Sorocaba que, com atitudes que vão frontalmente de encontro ao próprio "Juramento de Hipócrates" que um dia fizeram perante uma multidão, demonstrando desrespeito e desinteresse pela condição humana, percebe-se que a cada a vida tem valor desprezível.
Um traficante não tem nenhum código de ética na sua conduta; um homicida, também não. Agora profissionais que prepararam-se, sob um código que os impõe respeito para com aqueles há quem deveriam servir, e vão na contramão do que se espera, sabendo que suas atitudes de total negligência podem ter como consequência mortes, isto é inaceitável.
Percebe-se que este é somente mais um caso onde a banalização da vida é o resultado da postura vil, mesquinha e egoísta de pessoas que não primam pelo bem-estar do próximo, pois como meta principal está o seu bem-estar próprio. Pactuam, portanto, daquela célebre frase do personagem de Chico Anisio (que era um deputado!), que dizia, com todo o desprezo: "Eu quero que pobre se exploda... Eu quero é me dar bem!".
É triste saber que o suplício de enfermos nas mais diversas condições não seja, não signifique, nada para estes "profissionais"; é duro saber que ocupa mais espaço na mente desses sujeitos a condição financeira e patrimonial, os bens, que o sofrimento de pessoas que passam todo tipo de penúria em busca de um tratamento digno.
Há estes o Senhor Jesus tem uma Palavra: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a riqueza" (Mt 6, 24). Mas, o que acontece nesse triste episódio? O "senhor riqueza" é a opção dessas pessoas, que sem nenhum tipo de temor de Deus, ou crença mesmo, fazem sua opção por sí mesmo em detrimento do outro.
No afã do apego desmedido a esses "tesouros" que "a ferrugem e as traças corroem" (Mt 6, 19), desprezam por completo a vida do próximo, daí agirem de forma tão fria e indiferente. Desagradam por tudo a Deus que, mostra no Evangelho que o amor ao próximo é a forma mais perfeita de amar e agradar a Deus, o Deus da Vida. A sanha voraz pelo "ter" para "ser" não vê escrúpulos nas atitudes, "coisificando" pessoas para "humanizar" coisas: o dinheiro e o poder tornam-se seus amigos íntimos.
No que se refere às vítimas: quem se importa? Quem será por eles? Ninguém outro senão Deus. Ele que afirma na Sagrada Escritura: "Se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me acolherá" (Sl 26, 10), porque "o Senhor é bom e misericordioso" (Sl 102, 8), pois em meio a tantos corações de pedra, Ele sempre levantará aqueles de bom coração, pois "na tribulação invoquei o Senhor, ouviu-me o Senhor e me livrou" (Sl 117, 5).
É justo ressalvar que em meio a estes "árvores de maus frutos" (Mt 7, 17), existem aquelas de "bons frutos" (Mt 7, 17) que honram a sua profissão e a desempenham com desvelo e retidão. Porém, a estes desviados todo repúdio e reprovação, e que Deus os faça despertar para o mau que causam e passem a ter os seus corações em outro tesouro (Mt 6, 21): Jesus, Caminho, Verdade e Vida (Jo 14, 6).
Seja assim também com todo aquele que ainda carrega em sí essa tendência a optar pelo "senhor riqueza"; que faça sua opção pelo único e verdadeiro Senhor: Deus, que faz opção pelo pobre e humilde.
Deus te abençoe no nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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