segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Por quê o Evangelho não prospera como antes? Parte 3: A contradição entre falar e viver!

Quando Jesus expõe a Sua Doutrina nos capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho de São Mateus, onde ali reafirma os Mandamentos dados ao povo de Israel aperfeiçoando-os, e acresce novos parâmetros, principalmente de conduta moral, não é plenamente compreendido, nem pelos discípulos, nem pelos demais que O escutam.
Aos que ali ouvem o sermão de Jesus, certas recomendações soam incompreensíveis e até inaceitáveis, visto que iam de encontro ao que preconizava a Lei de Moisés, por exemplo, no trecho do capítulo cinco, nos versículos de 38 a 41 onde Jesus ensina: "Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. De alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil".
O "olho por olho, dente por dente" (Lei de Talião) era própria da Lei Mosaica e os ouvintes, diante daquela ordenança, certamente, ficaram espantados, pois a eles seria difícil cumpri-la; porém, será somente após Jesus viver a sua Paixão e morte é que, em particular os discípulos, perceberão que Jesus não se restringiu a propor um novo agir, mas que vivera à risca o que ensinara, daí o fato de na passagem de At 5, 41 o texto sagrado narrar que, os agora apóstolos, após terem sido presos, açoitados e ameaçados ao deixarem o cárcere saem "cheios de alegria por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus".
Os apóstolos aprenderam com o ensinamento vivencial de Jesus que ser discípulo, ser missionário, ser testemunha do Senhor, é indispensável, é obrigatório que não haja contradição entre o falar e o viver, e foi assim que a Igreja avançou de forma estupenda nos seus primeiro tempos após a ressurreição e ascensão do Senhor, pregando e vivendo seu Evangelho integralmente como o mesmo ordenou.
Não será, portanto, essa contradição uma das causas de tanto arrefecimento da fé? Pois se há de convir que ouvir alguém pregar condenando o pecado do adultério e depois ser flagrado cometendo tal pecado, bem como alguém que prega condenando o alcoolismo, as drogas, a corrupção..., e ser flagrado praticando os mesmos delitos, é fato que a fé destes ouvintes irá à lona e a consequência será a incredulidade e até a apostasia.
Nada, absolutamente nada, do que Jesus pregou ou ensinou fez o contrário. Quando questionado por Pedro sobre quantas vezes perdoar, se "até sete vezes" (Mt 18, 21), Jesus responde: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (Mt 18, 22); e o Senhor demonstrou este ensinamento não somente no tempo do seu ministério, até o alto do madeiro, como continua a fazê-lo até hoje.
Fica assim demonstrado que a mensagem evangélica pregada deve ser abalizada pelo prática. O contrassenso, portanto, entre o falar e viver tem sido um entre tantos fatores que explicam esse pouco avanço da Boa Nova de Jesus, pois o famoso "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", neste contexto não tem fundamento, mas trará consequências sérias, pois vidas passam a desacreditar na mensagem salvífica, no auxílio de Cristo, para enveredar por outras mensagens, daí o crescimento de seitas e falsas doutrinas, do ateísmo, do neopaganismo e até do satanismo. E por quê? Por que mesmo sendo enganosas seus anunciadores o fazem com certeza e sem contradizer-se.
A Igreja precisa, urgentemente, voltar ao que exorta Nosso Senhor Jesus Cristo e obedecê-Lo, pois ele adverte a esse que se contradizem: "...quem não ajunta comigo, espalha" (Mt 12, 30), e aos "espalhadores" o juízo não será bom. Sejamos "ajuntadores" com Jesus sendo fiéis e coerentes afim de que se possa frutificar em bençãos para o próximo o nosso viver sincero e assim almas sejam resgatadas para Deus.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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