segunda-feira, 6 de julho de 2020

REFLEXÕES DE UM TEMPO DE QUARENTENA (PARTE 1)

"Eis que voltou muito mais forte"

"Após ser batizado, o Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto, onde passou quarenta dias e quarenta noites sem nada comer, nem beber..."
Deus nos conduz, o céu nos conduz, que ledo engano imaginar, aventar a ideia que, realmente, caminhamos por este desterro (como dizia Santa Tereza D'Ávila), sem que estejamos sobre a influência, seja da nossa vontade humana, seja de uma vontade espiritual.
As Sagradas Escrituras, principalmente os Evangelhos, deixam, de forma insofismável, evidenciado que se pode ser conduzido por ação sobrenatural de Deus ou do seu inimigo;  por Deus para objetivos que visam o bem, pelo inimigo para ações que visam o mal.
O Senhor Jesus foi conduzido ao deserto, e ali, nas adversidades do clima, da escassez de água e alimento, na ausência de distrações e até de companhias para compartilhar o momento, ainda teve que deparar-se com as investidas do inimigo.
Dias de luta, um embate onde o convite a agir como Deus, a tentar Deus, foi o que passou o Senhor. E o que o fez resistir? As virtudes. A fé e a esperança que avivadas e alimentadas pela caridade não deixaram Jesus vacilar no firme propósito de glorificar ao Pai, renegando qualquer confiança em si, mas depositando toda ela no Deus Todo Poderoso demonstrando, e deixando como ensino luminoso, que na humildade de rebaixar-se à Majestade, realiza e poder do Deus Altíssimo, sobressai-se sobre a soberba do astuto adversário. 
O que colheu Jesus desse tempo adverso? Voltou do exílio muito mais forte como bem explicita a Palavra: "Jesus, então, cheio da força do Espírito Santo, voltou para a Galileia. (...)." (Lc 4, 14)
Esse exemplo de Nossa Senhor Jesus Cristo lança luzes maravilhosas envoltas numa verdade indelével: "Toda prova vivida com fé e esperança, envolta na humildade, e alimentada na caridade, fará emergir nessa alma uma força antes desconhecida, capaz de produzir maravilhas de caridade para o outro e para si. E isso por quê? Por que essa "força" a brotar é a presença viva Daquele a gera: o próprio Senhor Jesus por meio do Espírito Santo.
Por isso que esse tempo de confinamento, de quarentena, certamente conduzido pela permissão de Deus, se bem aproveitado e vivido pelas almas que se deixam sair do mero materialismo e busca o sentido espiritual dos acontecimentos, certamente, colherá os frutos deste tempo contrário, mas necessário, por que, verdadeiramente, "não se valoriza tanto algo, quando se vê a perda, em possibilidade, da perda, daquilo que se quer bem".
O Senhor não quer nos perder, logo, que este tempo sirva para percebermos que, também nós, não desejamos nem queremos perdê-lo, pois o mundo e suas ilusões irão passar de qualquer maneira, porém, terrível é passar a vida eterna e a graça de um céu de felicidade junto à Trindade Santíssima e nossa Mãe Bem-Aventurada.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo. 

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