domingo, 24 de maio de 2015

"Vai e não tornes a pecar!"

De repente aquela multidão,
Me tomando agressivamente,
Fez disparar o meu coração,
E o pavor invadiu-me completamente,

Arrastavam-me entre gritos e acusações,
- Fostes pega em adultério e serás ap
edrejada!
Em meio a tantas humilhações,
Chorava e gemia angustiada,

Ouço, então, alguém bradar:
- Levemos essa adúltera a Jesus, o profeta,
E ouçamos o que terá a falar,
Sobre a pena para quem adultério cometa!

Assim fizeram, e aos pés daquele homem me lançaram,
Questionaram-no sobre o que a Lei determinava,
Nenhuma resposta escutaram,
E sentado no chão rabiscava,

O silêncio tomou o lugar da gritaria,
Em seguida o homem se levantou,
Questionou se ali alguém sem pecado teria,
E que "atirasse a primeira pedra", desafiou,

De olhos fechados, chorando e orando,
Não percebi o que em volta ocorria,
Dei por mim pelo homem me tocando,
E de pé diante dele me via,

Perguntou se alguém me acusou,
Não! Foi o que respondi,
"Também não te acuso", assim falou,
"Vai e não tornes a pecar", pode ir!

Não há como em palavras descrever,
O que senti naquele momento,
Era uma alegria, uma paz a me envolver,
Que dissipou de minh'alma todo tormento,

Aquele homem de meigo olhar e justo agir,
Fez suas palavras o meu ser transpassar,
E me fez naquele instante decidir:
Aquela vida errada abandonar,

Sua atitude de amor me tocou,
O que levou-me a então O procurar,
Como sua serva Jesus me aceitou,
E a segui-lo decidi me dedicar,

Na sua morte estava presente,
Testemunhando a dor do meu Senhor,
Que ao contrário de mim era inocente,
Mas aceitou tudo por amor,

No seu sepultamento também estava,
Com Maria, sua mãe, eu chorava,
Seu corpo dilacerado contemplava,
Enquanto aquela pedra o sepulcro fechava,

No dia seguinte, ao túmulo cheguei,
Meu Senhor não encontrei,
Com dois homens me deparei,
"Não está aqui, ressuscitou!", deles escutei,

De repente, vejo ao lado,
Um homem que pensei ser jardineiro,
Ao ouvir meu nome pronunciado,
Reconheci ser Jesus verdadeiro,

Meu coração se encheu de alegria,
Por testemunhar o Senhor que vivia,
Relatei aos discípulos o que acontecia,
E a eles também se manifestaria,

Como posso ao Senhor agradecer,
Pela sua misericórdia que me fez renascer,
Que converteu o meu viver,
E me fez uma nova mulher agora ser.


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