domingo, 10 de maio de 2015

O amor...o veneno...o antídoto!

"O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da terra, e inspirou-lhe nas narinas o sopro da vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gn 2, 7). Deus soprou sobre o gênero humano o seu Espírito e entre tantos outros atributos infundiu-lhe o amor, que não era um amor qualquer, mas o amor de Deus, aquele de fala São Paulo em Rm 5, 5: "Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado". A essência principal de Deus que é o amor, pois Deus é amor, foi suflada no homem, e Adão e Eva puderam experimentar a dimensão do amor de Deus sem mácula, sem mancha, sem imperfeição, em plenitude; o mesmo amor que somente Maria Santíssima e o Senhor Jesus Cristo (os novos Adão e Eva) experimentariam.
O impoluto de Deus esteve na essência do homem, e deveria assim permanecer; e se assim permanecesse, daqui da Terra contemplaríamos Deus face a face como Adão e Eva puderam contemplar (Gn 3, 8), o pleno amor de Deus nos tornaria imunes a todo tipo de mazelas que hoje se observa, infelizmente, sobre a face do planeta. Certamente, amaríamos a Deus, ao próximo, a nós mesmos, a Criação, de maneira sublime e correta porque veríamos em tudo a glória resplandescente do Pai.
Por quê, então, assim não é? Porque alguém se sentiu incomodado, enciumado, irado: o inimigo de Deus. Este utilizou-se de um veneno mortal que é a sua essência (o pecado), para frustrar a belíssima obra do Criador e assim depreciá-la. Ele "injetou" no homem este "veneno" chamado pecado e as consequências vieram: a "vergonha" de Deus (Gn 3, 8), a perda do sustento divino (Gn 3, 17), o sofrimento para gerar um filho (Gn 3, 16), a inveja e o homicidio (Gn 4, 1-8), dentre tantas outras mazelas. Tudo isso por quê? Por que a essência fundamental, o amor de Deus, perdeu-se, e  a capacidade de vislumbrar Deus no outro, na criação, também; perdeu-se até a capacidade (para alguns) de crer até mesmo na existência e na assistência do Deus Todo Poderoso.
Um veneno chamado pecado tem dizimado muitas almas desde o Éden até estes dias, e continua produzindo seus efeitos: o desejo de pecar mais e mais até o ponto de tornar-se escravo do mesmo como bem ensina o Senhor Jesus (Jo 8, 34); o anestesiamento (insensibilidade) a tudo que diga respeito a Deus, por isso a recusa de tantos à escuta da Palavra de Deus, a vida de oração, a Santa Missa, a obediência aos Mandamentos e preceitos divinos..., e a pior das consequências: a morte, como bem adverte São Paulo em Rm 6, 23 (não a morte física, mas a morte eterna (Ap 21, 8)). Tudo isso por uma causa só: a perca da essência primeira, o amor.
No entanto, Deus que é amor (I Jo 4, 8.16), que "amou o mundo de tal maneira...", não se conformou com tal sorte à qual estava destinado sua "obra-prima" (CIC, 343), e por isso prometeu e cumpriu e nos "deu seu Filho único" (Jo 3, 16), para nos resgatar, ajudando-nos a vencer o pecado pela obediência e pelo amor. O "Verbo se fez carne" (Jo 1, 14) a essência do amor se fez matéria como todo homem e veio mostrar-se como "modelo" (CIC, 1710) que fomos gerados por amor e com amor por mãos divinas (Sl 118, 73) e que necessitamos retribuir este amor a quantos mais pudermos (Jo 15, 17; I Pe 1, 22).
Jesus veio como o "antídoto" do Pai para a humanidade, o único capaz de neutralizar, de debelar o veneno do pecado que nos torna cegos para a verdade como bem testemunha São Paulo quando da sua conversão (At 9, 18). Jesus é o remédio eficaz contra a escravidão do pecado e isto está comprovado nas palavras do Senhor quando afirma: " Se o Filho do homem vos libertar, sereis verdadeiramente livres" (Jo 8, 36). Libertos de tão terrível mal tem-se agora recuperada a velha condição, a de amar com o amor de Deus, e assim passar a reconhecê-lo, como bem constatou São Paulo, a ter "acesso a esta graça" (Rm 5, 2) pois agora possuí, pelo Batismo, o "Espírito de seu Filho que clama: Aba, Pai" (Gl 4, 6) e com Ele ter comunhão. Restaurado este amor, passa-se a amar o próximo com o amor de Deus, o amor-caridade, o amor que experimentou o apóstolo São João levando-o a afirmar que "Nós sabemos que fomos transladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos" (I Jo 3, 14), como bem constata São Paulo em I Cor 13, 3: "Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria".
Infelizmente, muitos ainda rejeitam o santo remédio, Jesus, preferindo permanecer dia após dia injetando o "veneno" que as levará a morte. Preferirão viver apartados do amor do Pai que "tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta" (I Cor 13, 7), para abraçar o mal que tudo odeia, tudo descrê, nada espera, e a nada suporta, nem a si mesmo.
Jesus "veio para o que era seu, mas os seus não o receberam" (Jo 1, 11). Não seja parte desta multidão dos ingratos e descrentes, mas acolha a Cristo na sua vida, receba o antídoto, livre-se do veneno e viva o pleno amor de Deus.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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