quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

"Vem, Senhor Jesus" (Ap 22, 20)

"Enquanto O acompanhavam com seus olhares , vendo-O afastar-se para o céu, eis que lhe apareceram dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: "Homens da galileia, por quê ficais aí a olhar para o céu? Esse Jesus que acaba de vos ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que O viste subir" (At 1, 9-10).
A promessa é que Jesus que veio, menino, pobre, filho de uma dona de casa e um marceneiro voltará, não mais como Salvador, mas como o Justo Juiz, e após essas palavras dos dois anjos essa foi uma das mensagens constantes na tradição da Igreja dos primeiros tempos, tanto que São Paulo nas suas pregações e Epístolas recomendava aos convertidos: "Peço na minha oração, que a vossa caridade se enriqueça cada vez mais de compreensão e critério, com que possais discernir o que é mais perfeito e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo..." (Filipenses 1, 9-10).
São Paulo e a Igreja viviam a expectativa do iminente retorno de Jesus, e assim permanece até hoje. O Advento, ao contrário do que erroneamente se pensa, não é preparação unicamente para o nascimento de Jesus, mas um lembrar que a Igreja se prepara para a vinda gloriosa de Jesus e quem diz isso é o Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 524: "Ao celebrar cada ano a Liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de sua segunda vinda."
O Natal comercial que se vê hoje em dia é uma descaracterização do seu propósito fundamental: renovar e fortalecer no coração dos fiéis essa expectativa do retorno de Jesus que vem para levar os seus eleitos. Mas que eleitos? São Paulo na passagem de Filipenses ora para que "a vossa caridade se enriqueça", é na prática do bem e do amor ao próximo onde estarão os eleitos, observa-se que neste tempo até alargam-se os gestos de caridade, porém, ainda longe daquilo que preconiza a Palavra, pois, mesmo os bons gestos são ladeados por propagandas e aplausos enquanto que Jesus dizia: "Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita" (Mt 6, 3), ou seja, pratique a caridade sem alardes.
O melhor presente que se poderia apresentar ao menino Jesus seria não ouro, incenso e mirra, mas uma porção de boas ações e gestos fraternos para com o irmão, principalmente o sofredor e desvalido. Foi o que buscou fazer São Nicolau, que se transformou pela mente capitalista deturpada de alguns num bom velhinho que é capaz de agradar apenas a necessidade egoísta e egocêntrica de cada um. Por isso que ele está no centro e não Jesus, porque lembrar de papai noel é lembrar que eu quero ser agradado, enquanto que lembrar de Jesus é lembrar que eu tenho que agradar.
Este Natal comercial afasta o cristão de refletir estas realidades: que Natal é renovar a expectativa no retorno glorioso de Jesus para buscar os seus eleitos, eleitos que deverão estar irrepreensíveis perante Ele; porém, é necessária uma renovação do comportamento reinante do comportamento cristão atual que deve acima de tudo voltar seus olhos para o outro e para o céu e proclamar: Maranatha, Vem Senhor, pois o próprio Senhor Jesus em Apocalipse 22, 20 diz: "Aquele que atesta estas coisas diz: Sim! Venho depressa! Amém. Vem, Senhor Jesus!"
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo que está voltando.

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