quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pacíficos, sim; pacifistas, não!

"Não, Paz não é pacifismo, não esconde uma concepção vil e preguiçosa da vida; mas, proclama sim os valores mais altos e universais da vida : a verdade, a justiça, a liberdade e o amor."; esta frase é parte da Mensagem do Papa Paulo VI de 1967 onde proclamava que o dia 1º de janeiro de 1968 seria o Dia Mundial da Paz.
Para nós cristãos é importante resgatar o que o Papa Paulo VI estava querendo dizer, pois a sua mensagem é esclarecedora em deixar ao evidenciar que a Paz pregada por Jesus em nada tem haver com a proposta pacifista que se propaga mundo afora.
No Sermão da Montanha (Mt 5, 1-11) o Senhor Jesus faz menção à necessidade que se tem de paz quando diz ao povo: "Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!" (vers. 9); o Senhor mostra que ser pacífico é uma das características dos filhos de Deus, logo é um dos tantos bens que adquirimos ao aderir ao Evangelho de Cristo. Isto, portanto, evidencia que entre as tantas consequências da queda do homem no Éden, a perca da harmonia, do entendimento, do respeito entre as pessoas e povos, a deterioração dos "altos e universais valores da vida" que destaca Paulo VI, foi somente um dos tantos desastres que se abateram sobre a humanidade chegando ao ponto de lançarem-se em guerras uns contra os outros.
Jesus veio a este mundo num momento onde seu povo não vivia em paz, pois era subjugado pelos romanos; no entanto, segundo o que se observa nas palavras dos fariseus quando decidem-se por prender e condenar o Senhor à morte, é que naquele momento viviam, não em paz, mas num ambiente de "pacifismo" para com os romanos.
O pacifismo decorre, de certa forma, de um tratado de não agressão (ainda que não formal) entre duas partes que na verdade não se toleram, e até mesmo se odeiam; é como se um dissesse ao outro: "Eu não te suporto, e sei que você também não me suporta, então, vamos firmar um acordo de "paz" e sigamos sem agressões!".
Esta, provavelmente, seria a situação que viviam os judeus e romanos, ambos se odiavam, mas buscavam manter um convívio "tolerável". No entanto, o grande problema do pacifismo é que este "acordo" vive sob tensão por não ter uma base sólida, e por ser uma linha tênue qualquer ato ou atitude de um dos lados pode romper este "acordo".
Quando Jesus vem ao seu povo mostra, então a eles que a Paz verdadeira pode acontecer, é concreta, no entanto, necessita ser fundamentada numa base sólida, e esta base sólida é o próprio Jesus (Ef 2, 14), e a Santa Igreja entendeu isso, e nos ensina isso quando oramos: "...Eu vos deixo a Paz, Eu vos dou a MINHA Paz...". Assim, tratados, armistícios, protocolos de intenções, nada disso produzirá Paz no mundo, mas apenas pacifismo.
Quando Zaqueu (Lc 19, 1-10) deixou de viver o pacifismo para com a população de Jericó que o odiava, e vice-versa? Quando um dia foi encontrado por Jesus que o convidou para uma conversa. Ao abrir as portas de sua casa, e principalmente do seu coração, Zaqueu foi convertido, transformado radicalmente, não por uma ideologia, mas pelas palavras carregadas de verdade, justiça, liberdade e amor, e perdão, que emanavam dos lábios do Senhor por ação do Espírito Santo.
Daquele diálogo saiu agora um homem pacífico, que entendeu que a maior dádiva que existe é ser capaz de amar o próximo e promover-lhe em vez de submetê-lo. O gesto seguinte daquele cobrador de impostos injusto foi de devolver o dobro, até o quádruplo se necessário aos que prejudicara. Zaqueu sepultou o pacifismo e passou a ser um homem pacífico, um filho de Deus.
Este é somente um exemplo que torna concreta as palavras do Papa São Pio X: "Querer a Paz sem Deus é impossível"; no entanto, o mundo se nega a compreender tal verdade, daí ver-se a tentativa de estabelecer um pacifismo entre EUA e Rússia, Palestinos e Israelenses; capitalistas e comunistas..., tudo em vão, pois é um mero acordo de cavalheiros que não se sustenta.
A única possibilidade deste exemplos antagônicos e tantos outros que se ver surgir no século XXI: brancos x negros, homossexuais x heterossexuais..., somente acontecerá em Jesus como está profetizado em Isaías 11, 6-9: "Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e UM MENINO pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi. A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte. Porque a terra estará cheia da ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar."
O detalhe negativo é que o inimigo de Deus sabe disso, e ver essa profecia de Isaías cumprida não é a sua intenção; por isso tem levantado ideologias e filosofias totalmente anti-cristãs que mostram o cristianismo não como solução, mas como um entrave para que o pacifismo aconteça e um "mundo melhor" surja sobre a Terra.
Por isso Jesus deixou claro: "Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada" (Mt 10, 34). Não é que Jesus seja contra a Paz, mas é que o triunfo da "Sua Paz" significa a derrota do mal, e o Mal sabendo disso sempre se levantará de forma violenta como o foi e está sendo até os dias atuais.
Viva, portanto, a verdadeira paz de Jesus e rejeite o pacifismo, mesmo sabendo que talvez um preço tenha que ser pago por tal opção e que Deus nos ajude a sermos perseverantes até o fim.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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