quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Não serão ideologias...será o Amor!

Desde a queda de Adão e Eva (Gn 3, 6), o homem privou-se de várias características que o tornavam semelhança de Deus, entre elas, a capacidade de desejar e fazer o bem ao outro, visto que por amor foi criado e por amor deveria agir, propagando, disseminando este dom aos seus semelhantes.
No entanto, vaidade, orgulho, ódio, indiferença..., dentre tantos outros maus sentimentos tomaram parte na natureza humana levando este homem a chegar ao ponto de subjugar ao outro por achar-se superior.
Este fato já se mostra evidente nos primeiros Livros das Sagradas Escrituras quando, ainda no Gênesis, a narrativa da vida de José, filho de Jacó, mostra que este é vendido como escravo pelos próprios irmãos, tudo fruto de inveja, ciúmes, ódio.
Esta triste realidade perpassa não somente a história do povo de Deus, mas de toda a humanidade, mesmo a pagã, e chegará visível até o tempo de Jesus quando vem a este mundo e encontra seu povo subjugado por um outro povo: o romano.
Naquele instante, os israelitas esperavam por um homem, um Messias, que com habilidades de guerreiro, valente e forte, aos moldes do grande rei Davi, expurgaria das suas vidas e da sua realidade aquela condição de humilhação.
Este Homem veio, "mas os seus não o receberam" (Jo 1, 11), porque sua proposta foi inteiramente contrária ao que se esperava; depararam-se com uma mensagem que defendia que o fim do opróbio viria não pela "força dos carros ou dos cavalos" (Sl 19, 8), mas pela força do coração, pela força do amor. Amor de Deus que antes de libertar o corpo, liberta a alma, e era o que Jesus tentava dizer, foi o que buscou ensinar; muitos, porém, não O compreenderam e por isso foi rejeitado e morto.
No entanto, muitos como Zaqueu, por exemplo, tiveram a oportunidade de experimentar essa proposta de Jesus quando, ao abrir as portas de sua "casa" (seu coração, sua vida), pôde constatar o que significa verdadeiramente ser livre.
Jesus voltou ao Pai e deixou sua Igreja a cargo de continuar a difusão desta mensagem transformadora, libertadora, mas o pecado tem sua força também, e afrontando a Palavra de Deus, seguiu levando ao longo dos séculos seguintes homens a portarem-se para com os outros da mesma maneira: opressora, subjugante...
No século XIX surge uma nova forma de relação que ara alguns nada mais é que uma nova forma de opressão e humilhação de homens para com homens: o capitalismo. Para alguns pensadores é uma nova forma vil de tratamento dos que possuem muito (burgueses) para com os que nada tinham (proletários); essa relação odiosa não colaborava para que um "mundo melhor" existisse: sem classes, sem dominados e dominadores, pobres e ricos, pequenos e grandes.
Em meio a esta realidade surge, então, uma corrente que defende a erradicação deste modelo temerário, para isso, a princípio torna-se necessária uma revolução do proletariado que pela força das armas teria que se insurgir contra os defensores de tal regime; surge assim a ideologia comunista, defendida por Karl Marx, conhecida, também, por marxismo.
Esta ideologia que ao longo do século XX foi sofrendo mudanças quando perceberam que a força das armas não surtira resultados satisfatórios. Passaram, então, a investirem na revolução cultural, na mudança de mentalidade, pois somente gerando uma humanidade conscientizada é que se debelaria por completo o capitalismo e tudo o mais que denotasse qualquer relação de poder, inclusive a religião, inclusive o cristianismo.
Todavia, o que se observa em mais de um século que esta ideologia vem sendo propagada pelo mundo é que mostrou-se ineficaz e até temerária, visto que produziu verdadeiras atrocidades nas nações onde foi implantada.
E por quê mostrou-se ineficaz? Por que o Senhor Jesus deixou claro na sua passagem por esta terra: a profunda mudança não ocorrerá de fora para dentro, como deseja a ideologia marxista, mas de dentro para fora, como viu-se com Zaqueu, e tantos outros casos durante o período em que Jesus propagou seu Evangelho, e em todos estes milênios de história cristã.
Somente um coração, uma alma restaurada pelo amor de Deus, livre de suas más inclinações, será capaz de ver o outro como importante, como especial, pois vê nele a imagem do próprio Deus e por isso sua vida é importante e digna de todo cuidado e zêlo.
Um mundo melhor não acontecerá mudando mentes (Jesus poderia ter utilizado deste recurso com Zaqueu), mas acontecerá a partir do momento que a "Verdade vos libertar" (Jo 8, 32). Daí não ser exagero afirmar: a verdadeira revolução para que o mundo melhor aconteça, e a Civilização do Amor, a que se referia São João Paulo II, exista, só se dará a partir de um encontro pessoal com o Senhor Jesus Cristo, pois não serão ideologias a produzir a mudança, será o Amor, como bem reconheceu o Apóstolo São João ao declarar: "Nós sabemos que fomos transladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos." (I João 3, 14).
Deus te abençoe no nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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