terça-feira, 18 de agosto de 2015

O "alimento" que movia Jesus!

Na passagem do encontro de Jesus e a samaritana (Jo 4, 1-42), após o diálogo que levou aquela mulher a conversão a ponto de sair daquele encontro pregando a todos do vilarejo ter encontrado o Messias, o Senhor é encontrado pelos discípulos junto ao poço de Jacó, e ao lhes oferecerem comida Jesus faz um comentário que intriga aqueles homens: "Tenho um alimento para comer que vós não conheceis." (vers. 32)
A resposta do Senhor leva os discípulos a uma dedução meramente humana: "Alguém lhe teria trazido de comer?" (vers. 33). Instantemente, Jesus lhes diz: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir sua obra." (vers. 34). Assim, Jesus evidenciava aos seus seguidores que existia um alimento diferenciado que o movia: anunciar o Evangelho, revelar o Pai e resgatar a humanidade.
Toda essa passagem se dá ao meio dia e, realmente, Jesus tinha sede (pois pedira água à mulher!) e fome, também; no entanto, mais que anseio de saciar suas necessidades orgânicas o Senhor deixa claro que uma "fome" maior o movia, o impulsionava, a ponto de, mesmo cansado e fatigado não deixa passar a oportunidade de ao encontrar aquela mulher necessitada de Deus, resgatá-la.
É a mesma "fome" que move tantas pessoas quando se entregam devotadamente a alcançar uma meta um propósito: é assim com o artista que deseja fama e sucesso; é assim com o profissional, o empresário, que também vê no seu esforço uma missão a cumprir. Em todos estes exemplos não importar a ocasião, não importa a situação (cansaço, fadiga), não perderão a oportunidade de mostrar o que pretendem.
A diferença entre esses exemplos dados e o de Jesus é que no caso do artista, do profissional, do empresário, esta "fome" de alcançar uma meta é para proveito próprio, para satisfação pessoal, logo está carregada muitas vezes, de individualismo e egoísmo, pois não tem a pretensão de edificar outros.
Ao contrário, a "fome" de Jesus de fazer a vontade do Pai, e cumprir a missão que lhe fora dada, não é para exaltação nem proveito pessoal, tanto que em muitas passagens Jesus curava, libertava, e pedia silêncio, segredo (Lc 8, 56), ausentava-se em seguida. Esta postura mostrava a finalidade altruísta, Ele empenhava-se para beneficiar o outro, edificar o outro, como foi com a samaritana.
A "fome" que Jesus possuía era saciada por este alimento diferenciado que se chama caridade: fazer o bem, salvar almas, converter vidas...era uma "fome" tão pulsante que mesmo no alto da cruz, destroçado por chagas e dores, ainda pôde uma última vez, colocar em prática esse anseio ao salvar aquele ladrão arrependido (Lc 23, 43).
Com todas as suas forças, e mesmo sem força alguma, conseguiu cumprir o que viera realizar: mostrar àquele povo o rosto amoroso do Pai e seu coração misericordioso à humanidade inteira ao resgatá-la pelo terrível, mas glorioso sacrifício da cruz.
Ao dizer aos seus Apóstolos as palavras de ordem: "Como o Pai me enviou, Eu vos envio a vós" (Jo 20, 21), palavras que continuam através da Igreja e chega a cada um de nós, o Senhor Jesus nos exorta a termos a mesma "fome" que o impulsionou, a mesma vontade que lhe impeliu, e o buscar o mesmo "alimento" que o ajudar a cumprir sua missão, afim de que também nós possamos, agora: pregar o Evangelho, revelar o Filho e continuar colaborando para que muitos se salvem.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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