O nome é algo
marcante para toda pessoa; certamente, um casal ao saber que terão um filho e
após ficarem sabendo qual será o sexo, é imediato especular qual será o nome
que possuirá. Para o ser humano é diferente dos demais animais, pois para um
cachorro que olha outro é só um cachorro, um gato que se depara com outro gato
é somente um gato..., no entanto, ao ser humano o fato de lhe acrescer um nome sai do comum para algo mais
íntimo, mais próximo, o nome lhe eleva o patamar, sai do geral para o
particular, deixa de ser qualquer um para ser diferenciado.
Assim, no meio de tantos
“Joões”, o meu João não é qualquer um, é diferenciado, tem lugar especial na
minha vida, na minha história, no meu existir...; da mesma forma com as tantas
“Marias”, “Franciscos”...e é assim com Jesus, que para Deus tem lugar especial,
primeiramente por ser seu Filho único (Jo 3, 16), por ter tido participação
decisiva na história da humanidade, desde a Criação (Gn 1,26) até o Calvário
(Jo 19, 30).
Deus, na sua relação com seus
filhos, a partir de Adão gerou muitos nomes que ficarão para a eternidade, por
seus méritos, e também pelos seus equívocos: o próprio Adão por ter sido o ser
humano criado em toda plenitude, no entanto, será lembrado, também pela
desobediência que trouxe ao mundo o pecado; Abraão por ter sido o escolhido
para gerar uma descendência que seria tão numerosa quanto “as estrelas do céu”
(Gn 15, 5); Moisés, por ter sido escolhido para libertar o povo hebreu da
escravidão do Egito e levá-lo a uma “terra prometida”; Davi que foi o homem
“segundo o coração de Deus” (At 13, 22); Ezequiel, o profeta que era tratado
por Deus como “filho do homem” (Ez 2, 1); Maria que foi fiel ao dizer “faça-se
em mim conforme a tua palavra” (Lc 1,38); Pedro, sobre quem seria “edificada” a
Igreja (Mt 16, 18)...
Muitos outros nomes poderiam ser
citados, cada qual com seus préstimos às ordenanças do Pai que tanto
colaboraram para que o projeto salvífico do Senhor se realizasse; no entanto,
haveria de vir “um nome”, que não é qualquer um, porque se trata do Filho de
Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo, prometido desde a queda de Adão com uma missão
específica de “procurar e salvar o que estava perdido” (Mt 18, 11; Lc 19, 9-10),
com a missão de devolver ao homem sua dignidade perdida, proporcionar-nos a
“paz com Deus” (Rm 5, 1) perdida desde o Eden.
Todos os nomes antes citados
tiveram seus nomes de certo modo exaltados por Deus, porém, Jesus, como
descreve São Paulo em Filipenses 2, 9 teve seu nome “exaltado soberanamente”,
ou seja, muito acima dos demais, visto que como explica na mesma passagem “E,
sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se
obediente até a morte, e morte de cruz.” (vers. 8), isso o levou a receber do
Pai a outorga de ter “o nome que está acima de todos os nomes.” (vers. 9). Tal
elevação mostra que Jesus está muito acima de Adão, pois nunca desobedeceu;
está muito acima de Abraão, pois Dele sairá um novo povo que não nem judeu nem
grego, mas filhos de Deus; está acima de Moisés, pois Jesus é aquele liberta da
escravidão do pecado, pois é Ele mesmo que afirma que “Se o Filho do homem vos
libertar, sereis verdadeiramente livres.” (Jo 8, 36); está muito acima de Davi,
pois, venceu a batalha das batalhas contra um gigante muito maior que Golias,
além de tornar-se o Rei dos reis; está muito acima de Ezequiel, pois Ele agora
é não somente o Filho do homem, mas o Senhor há quem, como conclui São Paulo,
“ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda
língua confesse para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor.” (vers.
10-11)
O porém é que, no céu os joelhos
se dobram e as línguas confessam Jesus como Senhor, nos infernos, também, mas
aqui na Terra já não é bem assim. A cada geração cresce o número dos que reconhecem
qualquer nome e se dobram em adoração a qualquer senhor, como
ao dinheiro, fama, sucesso, status..., se dobram em adoração a pessoas carnais,
pecadoras, falhas, e incrédulas (artistas de música, cinema, TV...), coisas e
pessoas que não serão capazes de oferecer aquilo que somente Jesus pode nos
oferecer: “vida em abundância” (Jo 10, 10); vida que não se trata de vida
terrena, mas de vida eterna (a terra prometida), vida liberta da escravidão do
pecado (Egito), vida em abundância que não se trata de prosperidade
materialista, mas de abundância de graça e paz.
Nessa Quaresma e Semana Santa
muitos vão passar sem ainda reconhecer esta realidade que São Paulo reconheceu
e por isso professou em sua carta aos Filipenses que existe apenas um nome, que
está acima de todos os nomes, digno de todo louvor, exaltação, adoração,
glorificação, e de ser declarado Senhor: Jesus Cristo, mas que, infelizmente,
por uma imensa maioria não será visto além de um personagem histórico (que para
alguns ainda é motivo de ressalvas e até fruto de desconfiança se realmente
existiu e que fez o que fez), que passou por um martírio cruel e nada mais.
Não seja o mesmo para você que
se declara cristão de verdade, que este tempo de Semana Santa, ao assistir mais uma vez os filmes, as
encenações da Paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, medita, contempla,
reflete no grande ato de amor para com toda a humanidade e conclui: “Este homem
não é qualquer homem, este nome não é qualquer nome”, este é o “meu Senhor e
meu Deus!” (Jo 20, 28) como professou Tomé ao comprovar que era mesmo o Senhor
ressuscitado. A Ele todo o meu reconhecimento e toda a minha adoração! Amém.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.
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