domingo, 27 de novembro de 2011

O pecado do receio nos impede de lançar as redes.

"Muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos" (Mt 22, 14). Jesus faz referência àqueles que receberam um convite de Deus, mas não aceitaram; porém, existem os que são chamados a convidar e não aceitam, ou por duvidarem de sua capacidade, ou por não desejarem mesmo.
Estes que se julgam incapazes, e duvidam que podem ser missionários da Palavra de Deus são citados por Jesus nas Sagradas Escrituras na Parábola dos Talentos (Mt 25, 14-30) quando faz referência àquele servo que recebeu um talento e o enterrou por dúvida, medo, timidez... Incorreu num pecado que acomete grade parte do povo de Deus: o receio.
A parábola é muito clara: a todos é dado um talento, uma capacidade, um dom, para alcançar vidas para o Reino de Deus; é certo que a alguns mais (cinco, dois), a outros, aparentemente, menos (um talento). Aparentemente, por quê? Porque um talento equivalia no tempo de Jesus a trinta quilos de ouro. É pouca coisa? Se calculássemos isso em reais equivaleria a mais de trezentos mil reais. É pouca coisa?
Não. Mas o receio de ter um valor tão alto nas mãos e não dar conta de fazê-lo render leva o servo a retrair-se e preferir fazer a devolução do valor. Essa atitude irritou profundamente o "senhor", pois os talentos na verdade são as pessoas, os filhos desgarrados e distantes, que mesmo distantes são o "ouro", o tesouro precioso de Deus. Aquele servo infiel olhou para o valor menor (o dinheiro), não percebeu que o que importava era o valor maior (as pessoas).
O que faltou, então, àquele servo? Um desejo maior de fazer o investimento do "senhor" multiplicar, como fizeram os outros. O receio, a dúvida, o sentimento de incapacidade, ou a falta de vontade mesmo, não despertaram nele o desejo de utilizar daquele valor para produzir meios de fazer render.
A desculpa dada pelo servo de que teve receio é tão fortemente rejeitada pelo "senhor" devido à sua fraqueza que ele diz: "Devias, pois, levar meu dinheiro ao banco, e à minha volta, eu receberia com juros o que é meu" (Mt 25, 27). Um banco é o local onde estão pessoas treinadas, habilitadas, e dispostas, em fazer lucrar. Logo, o que poderia ter feito aquele servo receoso e sem estratégias? Ter investido em pessoas dispostas e empenhadas que pudessem, então, fazer o trabalho, e assim aquele talento multiplicaria.
Trazendo para nós o que a parábola quer, provavelmente mostrar é que este servo poderia ao menos investir este talento em pessoas que poderiam, assim fazer cumprir a tarefa que ele, no seu receio e medo não conseguiu desempenhar. Por exemplo: tenho talento para cantar, mas não tenho coragem de usar este talento para alcançar vidas, então, deveria investir em formar cantores que, ao contrário dele, iriam ao cumprimento da missão; assim também, com aquele que tem o talento para pregar...
De certo é que Deus não aceita desculpas. A todos são dados dons, e a todos é exigido exercê-los, pois a partir do Batismo, e principalmente do Crisma, somos chamados a ser discípulos de Jesus e da sua Santa Igreja; chamados a evangelizar, a ir às encruzilhadas, aos guetos, aos presídios, enfim, a todos os lugares lançando as redes, anunciando o amor de Deus e o Seu convite ao banquete, a experimentar o melhor que tem para nós.
Portanto, renunciemos ao pecado do receio que produz medo, paralisia, incapacidade, temor de lançar as redes, de fazer os talentos de Deus multiplicarem para a glória do Seu Nome e para o bem da Santa Igreja.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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