terça-feira, 29 de março de 2011

O perdão é a maior graça de Deus

O Evangelho de hoje, Mt 18, 21-35, inicia com São Pedro questionando a Jesus sobre quantas vezes perdoar: "até sete vezes?" (vers. 21) e Jesus responde: "não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete" (vers. 22). Para Pedro perdoar tem limites, para o Senhor o perdão é ilimitado, pois a graça de Deus passo, muitas vezes pelo perdão dos pecados. Tal é a dimensão da graça de pedir perdão, e principalmente de perdoar, que Jesus em seguida mostra essa dimensão a Pedro através de uma parábola onde um servo que devia ao patrão ao ser cobrado humilha-se diante dele e recebe o perdão da dívida (vers. 24-27). Jesus mostra pelo valor altíssimo da dívida (10000 talentos=350.000 quilos de ouro) para dizer que imensa era a quantidade de pecados que aquele servo possuía, ao ponto de, mesmo empenhando bens e família, não ter como pagar. Porém, ele apelou à compaixão daquele Senhor, que se compadeceu e o despediu livre da dívida; mas logo em seguida este servo encontra um de seus devedores e age de forma contrária quando este devedor lança-se aos pés e clama um prazo para pagar o que deve (vers. 28-29) e não aceitando a proposta lança-o na prisão (vers. 30). A atitude deste servo injusto demonstra não ter compreendido a dimensão do perdão que recebera do patrão, daí ter agido de forma tão reprovável. E assim é com a imensa maioria das pessoas: vão aos pés de Jesus clamando a misericórdia de Deus e ao receberem-na logo em seguida confrontadas com uma situação onde deveriam aplicar a mesma atitude de Deus agem de forma inversa. Tudo porque não se percebe que o perdão de Deus é uma graça imensurável que supera até milagres. Lembre-se, por exemplo, daquele paralítico trazido por alguns homens até Jesus (Mc 2, 2-12) e Jesus o cura não dizendo a ele "fica curado", mas "Filho, perdoados te são os pecados" (vers. 5) e em seguida determina: "Eu te ordeno: levanta-te, toma teu leito e vai para casa" (vers. 11). O milagre foi consequência do perdão dos pecados daquele homem, pois eles eram a causa do mal. E o Senhor Jesus quer mostrar isso nesta parábola: que o perdão de Deus é tão valioso para o bem estar do homem que deve ser exercitado por cada um para o bem estar do próximo, também. Porém, não é o que acontece com aquele servo que lança o próximo na condenação e pelo patrão (Deus) também é lançado num lugar de condenação (vers. 34). Que o Senhor Jesus, por meio do Seu Santo Espírito, nos ajude a vivermos o exercício do perdão para com o próximo, não apenas para termos paz com nós mesmos (atitude egoísta), mas para termos paz com Deus (Rm 5, 1) e para edificarmos o irmão (ato de misericórdia-Mt 5, 7), da mesma maneira com que o Pai tem agido para conosco. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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