domingo, 10 de julho de 2016

Fora da barca corremos perigo!

Desde a sua criação, mesmo antes de sua queda, o homem já corria risco neste mundo, tanto que fora advertido por Deus a respeito da "árvore da ciência do bem e do mal" (Gn 2, 16) e seus "frutos" mortais. Mesmo assim, Adão e Eva cedem à tentação e a consequência é a morte (Gn 2, 16).
De lá para cá o ser humano tornou-se ainda mais vulnerável aos "frutos" perigosos do pecado; logo, o homem vive em constante risco de morte, principalmente, ao cair na tentação da autossuficiência e egocentrismo que o leva a viver e agir segundo suas próprias vontades.
As Sagradas Escrituras ao deixarem patente ao homem a gravidade desta forma de agir vai evidenciar, também, que existe uma única maneira de proteger-se de tão grande risco: abrigar-se em Deus e Nele refugiar-se.
Para isso, a figura simbólica da barca vem, no texto bíblico, indicar esse lugar de refúgio, de segurança, e isso já se evidencia no Gênesis na pessoa de Noé que visitado por Deus recebe a ordem de construir uma arca (Gn 6, 14), uma barca, afim de ele, sua família e casais de animais não pereçam ante o dilúvio que viria para exterminar aquela geração corrompida e que não buscava a Deus.
Esta figura da barca novamente retornará no Novo Testamento quando de duas passagens emblemáticas: a da tempestade acalmada (Mc 4, 35-41) e Jesus andando sobre as águas (Mt 14, 23-33).
Na primeira passagem o texto narra Jesus e os discípulos numa barca atravessando um lago quando surge uma grande tempestade que quase afunda a mesma, o que não acontece por que Jesus dá ordens aos ventos e a calmaria é restabelecida.
Na segunda passagem os discípulos estão na barca atravessando o lago, assolados por ventos fortes, quando avistam o Senhor jesus e se apavoram por pensarem ser um fantasma. Pedro ao perceber tratar-se do Senhor pede que possa lhe ir ao encontro o que Jesus autoriza. Porém, no primeiros passos atemoriza-se devido a força das ondas e do vento e começa a afundar. pede socorro ao Senhor que o salva e entrando ambos na barca o vento cessa.
A barca de Noé (Antigo Testamento) e no Novo Testamento denotam lugar de segurança ante as tempestades e procelas que contra ela investem. No entanto, esta barca somente torna-se lugar, refúgio seguro pela presença de um comandante, um chefe, um líder, cuja figura de Noé prefigura a verdadeira segurança que é Deus em seu Filho Jesus Cristo.
Esta "barca" vem a ser a Igreja que navega pelo "mar" da história atravessando tempestades violentas que ao longo dos milênios levanta-se furiosamente contra ela e seus discípulos nela abrigados. Barca esta que não deixará de ser assolada no seu singrar rumo ao porto definitivo que é o céu quando haverá o encontro definitivo com seu dono.
Enquanto isto, o texto bíblico e o Sagrado magistério inspirados pelo Espírito Santo que hoje guia a barca da Igreja, ensinam que todo o que se arvorar deixa-lá, e a segurança que ela oferece, certamente, perder-se-á; logo, é imperioso conscientizar-se que, no peregrinar desta vida, mesmo em meio aos ventos e procelas, permanecer na Igreja é imprescindível.
Esta segurança se fortalece a partir da firme decisão de nãos se afastar da sã doutrina, do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e da sua íntima presença que nos exorta a "não nos afastarmos de Jerusalém" sem Ele, ou seja, da sua casa, da sua presença, pois agir contrariamente a esta exortação é pular da barca e ser tragado pelo mar bravio como bem ensina o Papa Emérito Bento XVI em seu livro Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém à ressurreição
sobre a decisão de Judas Iscariotes de deixar a presença de Jesus e dos demais discípulos para embrenhar-se pela noite tenebrosa.
O Espírito Santo, condutor da Igreja, seja o auxílio de todo homem nesta decisão de permanecer na barca, afim de que o relativismo, o neopaganismo, a apostasia que graçam neste mundo, seduzindo a tantos a saírem da barca, encontre homens e mulheres decididos a permanecerem na segurança da Santa Igreja, via segura rumo ao destino final que é o céu.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário