domingo, 17 de janeiro de 2021

EU SOU SAMARITANA VII

 Reconhecer é o princípio do mudar


Havia, então, um entrave que dificultava a compreensão, o entendimento por parte da samaritana à proposta de Jesus: o pecado. Esse mal que põe dificuldade à compreensão, que faz com que se ouça a mensagem do emissário como que se em língua estranha ou em código indecifrável, e que somente se torna clara e compreensível se auxiliada por um elemento fundamental: a humildade.

E por mais que a fala da mulher em tantos momentos transpareça arrogante, intransigente, ao responder que deseja da água que lhe é oferecida, já demonstra abertura, caso contrário rejeitaria tal oferta de pronto. Também em reconhecer que não possuía marido, o que é elogiado por Nosso Senhor, demonstra atitude humilde, pois humildade e verdade são companheiras.

Com isso a abertura está dada, mas resquícios ainda existem, e a mulher passa a questionar sobre a adoração e o lugar adequado de adorar a Deus, e o Senhor Jesus, após instruí-la dizendo que "Deus é Espírito, e os que o adoram devem adorá-Lo em Espírito e em verdade" (vers. 24), deixando evidenciado que a adoração a Deus parte em primeiro de um coração que O ama e de uma alma que se faz seu templo, e isso independe de lugar, coloca-a como partícipe desta graça, ainda que não seja judia.

Daí ela questiona que o Messias que virá (vers. 25) é que anunciará estas maravilhas, e com isso Jesus se revela a ela, não como mero judeu, mas como o próprio Messias: "Sou eu, que falo contigo" (vers. 26). Interessante perceber que em várias passagens Jesus pede para que não o revelem como Messias, e aqui Ele se revela. Certo é, que a samaritana é, finalmente, penetrada pela Verdade salvífica, e o que restava de dúvidas é extinta, e a consequência é que "a mulher deixou o seu cântaro e foi à cidade..." (vers. 27).

A "água viva" foi sorvida, a "sede" foi debelada, o pecado apagado, o sentido devolvido, e o cântaro das "águas inúteis" foi abandonado, afinal, a alma agora está preenchida de uma alegria indescritível, de uma felicidade nunca antes vivida. E essa "água da vida", o puro, santo, genuíno e incomparável amor de Deus não cabe em si tem de chegar a outros, tem de ser compartilhado... 

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