segunda-feira, 11 de abril de 2016

Na terra ou no mar, evangelizar!

O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é claríssimo ao demonstrar que o itinerário da vida cristã passa pelo crer, batizar, testemunhar (evangelizar) e partir.
"Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura..." (Mc 16, 15) é o envio dos discípulos, e da Igreja como um todo, logo, evangelizar é uma premissa obrigatória para todo batizado, uma exigência da parte do Senhor que encontra toda ênfase na frase de São Paulo: "Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim se eu não anunciar" (1 Cor 9, 16).
Portanto, se evangelizar não é opção, mas condição necessária para todo o que professa Cristo, torna-se imperioso ter consciência, também, que evangelizar não escolhe tempo nem lugar, pois quando se refere ao tempo é São Paulo que, na sua Carta a Timóteo, exorta: "Prega a Palavra, insiste oportuna e inoportunamente..." (2 Tm 4, 2).
No que tange ao lugar é o próprio Jesus que evidencia que todo lugar (povo, raça e nação) é lugar propício para a difusão do Evangelho, mesmo que seja na terra ou no mar, pois uma parábola e uma passagem de sua vida são esclarecedoras a respeito dessa realidade.
A parábola é a do semeador (Mt 13, 1-23) onde Jesus mostra a missão de evangelizar comparada ao ofício de semear, pois evangelizar é lançar sementes, sementes estas que Jesus ensina tratar-se da Palavra de Deus (vers. 19) e que deve ser lançada ao "solo" do coração de cada homem na intenção que germine, cresça, floresça e frutifique.
Já a passagem bíblica que mostra o encontro de Jesus com os primeiros discípulos (Pedro, André, Tiago e João) em Lc 5, 1-11 vai evidenciar o evangelizador como pescador, pois após o evento da pesca milagrosa o Senhor faz o convite àqueles homens: "Não temas, doravante serás pescador de homens. E, atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram." (vers. 10-11)
Estes dois trechos bíblicos mostram, então, que se na terra, semeadores, se no mar, pescadores, para indicar a universalidade da missão de evangelizar da Igreja que não escolhe "solo" nem "mar", pois todos são o "mundo" que Jesus fazia menção na passagem do Evangelho de São Marcos.
Outro detalhe ainda a destacar é o fato de que o semeador e o pescador eram profissões comuns e típicas de pessoas mais simples e humildes da sociedade judaica da época, o que indica que o chamado e a resposta sempre virá com mais vigor dos simples, dos pequenos; além de denotar que da terra brota o trigo que vai tornar-se pão e a videira que irá produzir o vinho, assim como do mar saem os peixes, elementos que remetem a ceia, banquete, alimento.
Isso para indicar que a missão de todo evangelizador é levar Jesus Cristo, o Pão da Vida (Jo 6, 35. 48), Aquele que nos convida a "cear com Ele e Ele conosco" (Ap 3, 20) em cada Santa Missa por meio da Santa Eucaristia.
Evangelizar torna-se, então, o ato de levar Jesus Cristo, presença que alimenta e fortalece, não somente o corpo, mas, fundamentalmente, a alma e o Espírito, e se faz presença real na vida e na caminhada de todo o que Nele crê e a Ele busca.
Desta forma, a necessidade de evangelizar se faz sempre necessária em todo tempo e lugar, pois sempre haverá pessoas necessitadas de Cristo como presença que dá sentido a vida e único capaz de saciar toda "fome" de Deus que cada um trás em si. Daí não importar se é "terra" ou "mar", o importante é evangelizar.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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