quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Alimento

Quarto escuro,
Jogo duro,
Um monturo,
Qual é o futuro?

Uma batalha,
Que estraçalha,
Tudo atrapalha,
A dor se espalha,

Não queria isso,
Curiosidade dá nisso,
Pago o preço disso,
Não tive compromisso,

Quando passa o efeito,
Vem a dor no peito,
Olho insatisfeito,
O que tenho feito?

Não me reconheço,
Tem sido alto o preço,
Sem paz, sem endereço,
É isso o que mereço?

Ser olhado e não ser visto,
É tudo o que avisto,
O desprezo é o que conquisto,
Ser miserável causa isto?

Após a noite segue o dia,
Após o choro a alegria,
Já não aguento a agonia,
Acaso alguém me ajudaria?

Descrente e conformado,
Eis que ao meu lado,
Alguém bem arrumado,
Pergunta: aceita um ensopado?

Faminto aceito sem demora,
Sem droga a fome devora,
Um sorriso no rosto aflora,
Tudo veio em boa hora,

Para mim foi preciosa a intenção,
Em meio a tanta omissão,
Alguém que vê a situação,
E age por ter amor no coração,

Foi-se prometendo que voltaria,
O que logo cumpriria,
Uma proposta, então, me faria,
E toda minha história mudaria,

Estendeu-me a mão, me ajudou,
Desde então minha vida mudou,
Do vício me recuperou,
Outro rumo minha história tomou,

O quarto escuro, o monturo, foi superado,
As perdas, os prejuízos, tudo recuperado,
A alegria, o amor restaurado,
A partir de um alimento partilhado,

Cristo foi o alimento,
Que pôs fim ao sofrimento,
E que seja eu também instrumento,
Para tantos que passam o mesmo tormento.

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