terça-feira, 19 de novembro de 2013

Sede misericordiosos!



Jesus ao iniciar seus ensinamentos aos discípulos no famoso Sermão do Monte (Mt 5, 1-12) começa falando sobre “bem-aventurados” ou seja, felizes, pois o reino de Deus é lugar para pessoas felizes, e que conhecerão a verdadeira felicidade ainda nesta terra, porém, seguindo os preceitos que o Senhor discorrerá até o final do versíulo 12 (doze).
Em Mt 5, 7 Jesus diz: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”, logo, um dos pressupostos para a felicidade é ser misericordioso. Porém, o que é misericórdia? As Sagradas Escrituras mostram que misericórdia é o supremo amor de Deus que se inclina no sentido de fazer o bem ao homem mesmo sendo este não merecedor de nada.
Logo, mesmo não sendo merecedores das benécies do Pai a temos todos os dias em profusão, o Senhor Jesus nos exorta a agir para com o outro da mesma maneira. Assim sendo, para que se consiga ser misericordioso com alguém são necessárias algumas posturas e atitudes que algumas parábolas contadas por Jesus evidenciam.
Uma dessas parábolas é a do bom samaritano (Lc 10, 25-37) onde o Senhor ao ser questionado por um doutor da Lei sobre “quem é o meu próximo?” (vers. 29) Jesus conta, então, esta parábola que, resumidamente, fala de um homem que é atacado durante uma viagem por ladrões e é deixado desacordado, quase morto; passam pelo homem três pessoas: um sacerdote, um levita e um samaritano (vers. 30-33) e somente o samaritano pára e ajuda o ferido (vers. 33-35). Ao final, Jesus pergunta: “Qual desses três parece ter sido o próximo daquele que caiu na mão dos ladrões?” (vers. 36) e a resposta do doutor foi: “Aquele que usou de misericórdia para com ele.” (vers. 37). Jesus conclui dizendo: “Vai, e faze tu o mesmo.” (vers. 37)
Nessa parábola Jesus deixa evidenciado que para ser misericordioso, assim como o samaritano, devemos ser movidos por compaixão (vers. 33). Jesus sempre agiu movido por compaixão, e não por pena, pois a diferença entre um e outro é que a compaixão nos impulsiona a agir em favor do necessitado, enquanto que a pena toca, mas não nos move a fazer algo por aquele precisa. Possivelmente, o sacerdote e o levita sentiram pena do moribundo, talvez por isso não agirem.
O bom samaritano, no entanto, agiu por compaixão e agiu por quê? Por que a compaixão nos mostra que devemos nos colocar no lugar do outro. Jesus veio e sofreu o que sofreu foi porque viu a nossa miséria e se pôs no nosso lugar, e assim deveríamos nós agirmos, também; logo, se faltam atitudes de misericórdia da nossa parte para com o próximo é porque ainda não estamos sendo capazes de nos colocarmos no lugar do outro.
Na parábola do servo cruel (Mt 18, 23-35) Jesus deixa evidente essa necessidade de colocar-se no lugar do outro. Na parábola um servo deve muito ao patrão e ao ser ameaçado de ser vendido com toda a família humilha-se e recebe o perdão da dívida (vers. 23-27), porém, quando este servo encontra-se com um outro servo que lhe devia ao ver o devedor humilhar-se não o perdoa e ainda o manda para a prisão (vers. 28-30). O senhor ao saber do ocorrido questiona-o porque não agiu com a mesma compaixão (vers. 31-33) e também condenou-o a prisão.
Ser misericordioso, portanto, é ter compaixão, é colocar-se no lugar do outro, é ter consciência que mesmo não sendo perfeitos como Jesus somos chamados a imitá-lo, e se Ele, mesmo na cruz sendo rejeitado e ridicularizado compadeceu-se e clamou perdão por todos nós, assim devemos agir, também, mesmo sabendo que somos miseráveis que mais precisam da misericórdia do que somos capazes de agir misericordiosamente.
Ser misericordioso é ser bem-aventurado, pois o bem produz verdadeira felicidade e paz, pois promover o outro, erguer o outro, certamente alegra o coração de quem assim age e, mais ainda, o coração de Deus.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

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