terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A exceção, da exceção, da exceção chama-se Milagre!

Ao participar de uma formação para catequistas da paróquia a que pertenço, e sirvo, mais uma vez pude deparar-me com as maravilhas que o amor de Deus pode gerar, a beleza do que seu amor pode produzir, em contraponto àquilo que também o desamor pode gerar e que, infelizmente, é o que se supra-dimensiona nesses tempos de tantos absurdos realizados pelo homem secularizado e sem limites.
Nesta formação, marcou-me uma palestra ministrada por uma professora especialista em educação inclusiva de crianças, jovens, adultos, e portadores de necessidades especiais. À medida que transmitia o conteúdo fomos, primeiramente, impactados pelo fato de ela ser portadora de TDAH (Transtorno de Déficit de Aprendizagem e hiperatividade) onde o diagnóstico indica que tais pessoas não terão como alcançar certos patamares, de estudo e aprendizagem, por exemplo, e o que mais impressionou foi o fato de que a mesma é formada, com pós-graduação, além de ter cursos de canto (soprano, diga-se de passagem), artes plásticas, e até de mestre-de-obras.
Além do seu exemplo pessoal, ainda partilharia o fato de que seu primeiro filho seria diagnosticado tempos depois com síndrome de Asperger, um tipo de autismo, onde o neuropediatra que a informou sobre a síndrome deixou-lhe claro que não esperasse nada do filho, visto que as limitações seriam grandes. Ao final ela fecha dizendo que hoje seu filho de dezessete anos irá cursar o terceiro ano do ensino médio e no segundo ano atingiu uma nota altíssima no ENEM (exame de seleção para ingresso em universidades públicas ou privadas) e que só não cursará por que ela optou que o mesmo termine o curso regular.
Essas maravilhas, que se denomina formalmente, de "exceção à regra", são os exemplos para todo que analisa este mundo não somente com olhos humanos, concretos, cartesianos, empíricos, mas com um olhar e uma sensibilidade que percebe que essas "exceções" não são algo que se deva espantar, visto que existe "algo" que produz tal situação: esta algo se chama amor, se chama fé, este algo se chama Deus, até porque casos como dessa professora e seu filho não são exceção à regra.
O caso desta mãe e filho se irmanam, plenamente, àquilo que se verá em tantos casos relatados nas Sagradas Escrituras como, por exemplo, no caso do homem da mão seca (Mc 3, 1-6), cuja deficiência o levou a viver à margem da sociedade, visto como um incapacitado seria um alguém-ninguém em meio a uma sociedade que tem olhos apenas para os "perfeitos"; no entanto, naquela passagem, enquanto Jesus era questionado e criticado por curar no sábado, algo proibido pela Lei, o Senhor vai deixar mais uma lição aos fariseus, chamando o homem para o meio e curando-lhe a deficiência.
Ele foi uma exceção, da exceção, da exceção  à regra, porque aos critérios humanos já estava sacramentada sua condição de viver toda a sua vida portando uma deficiência que o incapacitaria para sempre; no entanto, Jesus é aquele que veio mostrar aos homens que existe um Deus que está além das limitações, e quando movido por amor e compaixão, faz a exceção, das exceções tornar-se milagre, e mostrou àqueles homens que Deus é capaz de agora o alguém-ninguém pode tornar-se alguém-alguém.
O exemplo desta mãe e seu filho nada mais é que isto, o amor movido pela compaixão e pela fé que será capaz de transformar situações já determinadas. Por isso que o cristianismo, por isso que Jesus permanecerá, a contragosto de muitos, sendo uma realidade presente em meio às famílias, povos e nações, porque somente Nele pode-se constatar tal maravilha: o amor suplantar as exceções e produzir milagres, não somente no que diz respeito às deficiências físicas, visíveis, mas também às deficiências da alma, que ressalte-se aqui, foi onde Ele mais operou milagres.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.