quarta-feira, 7 de março de 2012

"O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir" (Mt 20, 28)

Essa frase do Senhor Jesus vem após dar uma reprimenda na mãe e Tiago e João que vem ao Senhor com o pedido de na glória pusesse seus filhos à direita e esquerda do Senhor (Mt 20, 21).
A atitude dessa mãe, talvez motivada pelo fato os dois filhos serem, juntamente com Pedro, os discípulos mais íntimos de Jesus, pois somente aos três Jesus permitiu testemunhar a cura da filha de jairo (Lc 8, 51), a transfiguração (Mc 5, 37) e sua agonia no Jardim do Getsêmani antes da prisão (Mc 14, 33), levou-a a crer que os filhos, na sua visão, gozavam de um status maior que os demais discípulos.
Óbvio que, como a própria sequência do texto mostra, a indignação dos demais foi imediata e Jesus tomando a palavra dá uma resposta que irá se tornar uma exigência para a autêntica prática cristã. A resposta do Senhor é: "Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo." (Mt 20, 26). E ainda acrescenta: "E o quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo" (vers. 27)
Certamente, foi uma resposta que pôs fim à animosidade que teria se criado naquele momento, porém a dimensão dessas palavras, e o seu pleno entendimento só se tornaria compreendido nos últimos momentos da vida de Jesus quando na última ceia (Lc 22, 7-21) o Senhor surpreende a todos despojando-se de suas vestes para lavar os pés dos discípulos (como um servo, um escravo costumava fazer com o seu senhor!).
Naquela hora Jesus ao concluir aquele momento pergunta: "Sabeis o que vos fiz? (J0 13, 12) e em seguida dá uma ordem: "Dei-vos o exemplo, para que, como Eu vos fiz, assim façais também vós" (Jo 13, 15). Jesus agora não só fala, mas age, e cobra o mesmo daqueles que lhe sucederiam e dariam continuidade à obra.
A sua crucifixão e morte demonstraria essa ordenança em sua plenitude, pois Jesus morreu como servo a serviço do Pai e de todo homem e quem reconhece esse fato na sua profundidade é São Paulo quando em Filipenses 2, 6-8 diz: "Sendo Ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz".
Portanto, a mensagem de Jesus mesmo sendo ainda incompreensível aos discípulos, daí a tristeza dos dois no caminho para Emaús (24, 13-35), somente após Pentecostes no nascimento da Igreja é que os, agora apóstolos, puderam compreender enfim, e aplicar isso nas suas ações evangelizadoras, vivendo e doando suas vidas pelo Reino e pela salvação das almas.
Portanto, quem quiser ser algo no Reino tem que compreender que aqui tem que servir, obedecer, rebaixar-se, pois como dizia Santa Terezinha que compreendeu essa mensagem: "O próprio do amor é rebaixar-se".
Quem assim agir vencerá a morte, que é fruto do egoísmo, vaidade, individualismo, e será ressuscitado no último dia, pois o bem praticado suplantou o mal que prevalecia.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.