quinta-feira, 21 de julho de 2011

Deus confia, e conta com os jovens!

Na contramão daquilo que se pensa e rotula o jovem: irresponsáveis, levianos, inconsequentes,...; Deus mostra, Bíblica e historicamente, que sempre contou com os jovens no seu projeto evangelizador, logo, os trata como parte essencial nesta missão de arrebanhar vidas para o Reino.
Na promessa da vinda do Espírito Santo em Joel 3, 1 a passagem afirma: "Depois disso, acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre todo ser vivo: vossos filhos e filhas profetizarão; vossos anciãos terão sonhos, e vossos jovens terão visões". E assim tem sido, mesmo antes da Promessa ser para todos, pois no Antigo Testamento casos com de Samuel (I Sm 3, 1-4) e de Davi (I Sm 16, 11-13) mostram como os jovens são parte do projeto salvífico do Pai.
No Novo Testamento ver-se-á outros exemplos como de Maria Santíssima (Lc 1, 27) que acredita-se, teria em torno de quinze anos ao aceitar a proposta de Deus de conceber e gerar o Salvador (Lc 1, 31); dentre os discípulos, posteriormente apóstolos, havia um muito jovem: João, um dos prediletos de Jesus e tido como "o discípulo amado" (Jo 19, 26).
São Paulo teve como discípulo mais próximo seu Timóteo, que por sua juventude era alvo de desconfiança e desprezo por parte da comunidade, onde Paulo o encorajava: "Ninguém te despreze por seres jovem. Ao contrário, torna-te modelo para os fiéis, no modo de falar e viver, na caridade, na fé, na castidade" (I Tm 4, 12).
Ao longo da história da Igreja o chamado de Deus aos jovens foi imenso: São Francisco (vinte e cinco anos); Santo Antonio (dezesseis anos); Santa Teresa D'Ávila (quinze anos); Santa Terezinha do Menino Jesus (treze anos); Santa Catarina de Sena (seis anos); São Padre Pio (primeiros anos de vida)...Todos tiveram experiências profundas com o Senhor desde a mais tenra idade, e tornaram-se heróis da fé, disseminando a Palavra e o amor de Deus, e escrevendo seus nomes para a eternidade.
Deus não olhou para essas nuances próprias da juventude, mas para o potencial do jovem de acolher o chamado e contagiar a outros. São Francisco por exemplo, contagiou Santa Clara, São Bernardo, dentre tantos jovens amigos seus da época, e todos foram levados à santidade. Assim com tantos outros santos e santas. Logo, o jovem é um terreno, um solo fértil, para a semente da Palavra de Deus cair e gerar trinta, sessenta e cem por um.
Portanto jovem, apesar de críticas e julgamentos pelo seu jeito, agir, pensar, falar, Jesus conta com o seu sim, a sua concordância ao seu apelo constante: "Eis que estou a porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, Eu com ele e ele comigo" (Ap 3, 20), responda positivamente à este apelo do Senhor que quer contar com tua disposição, sua energia, sua impulsividade, sua garra, sua coragem, sua alegria..., para propagar o Evangelho entre tantos outros jovens que se perdem em meio às falsas delícias e banquetes de alimentos envenenados deste mundo.
O jovem quer a todo custo ser diferente. Seja diferente, seja de Jesus! Dissemine a paz e o amor, lance sementes em meio há um mundo que ensina o ódio, o desprezo, e a lançar pedras.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

"Duplicidade: o grande problema de muitos cristãos!"

"Ai do coração fingido, dos lábios perversos, das mãos malfazejas, do pecador que leva na terra uma vida de duplicidade" (Eclo 2, 14).
O Livro do Eclesiástico nessa passagem faz referência há um dos dilemas daqueles que se propõem caminhar com Jesus: a duplicidade. Uma experiência do amor de Deus trás, a princípio, um desejo de abandono total em Deus, porém, o passar do tempo leva o coração a, novamente, começar a dar espaços para aquilo que era próprio da nossa existência pecadora e distanciada de Deus anterior àquela experiência transformadora.
Aquele que não segue fielmente o conselho de Jesus: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mt 26, 41), vai, em algum instante, ver-se sendo novamente seduzido por aquelas práticas e opções dos tempos de afastamento de Deus; daí começa-se a querer fazer uma tentativa de harmonizar, de conformar, as coisas mundanas às divinas, e assim começa-se a ver comentários como: "Não vejo nada demais..."; "Não tem nada haver..."; "A Igreja tem que se modernizar...", e daí por diante; e a Palavra de Deus é incisiva: "Que união pode haver entre a justiça e a iniquidade; Ou que comunidade há entre a luz e as trevas?" (II Cor 6, 14).
No fundo o que acontece é que os que estão nesta situação não estão conseguindo ter seu olhos, corpo, mente, alma, espírito e coração voltado plenamente para Jesus. Olha-se para o Senhor, mas de "canto de olho", olha-se para as coisas do mundo, e daí, o coração vai enchendo-se de duplicidade; por isso que a Palavra de Deus em Provérbios 23, 26 diz: "Meu filho, dá-me teu coração. Que teus olhos observem meus caminhos".
Um coração não voltado totalmente para Deus vai buscar outros caminhos e, infelizmente, é o que acontece: a sedução das coisas do mundo nas suas diversas expressões, ao final, arrastam muitos de volta para a "velha vida". Não conseguiram vencer tal duplicidade, não foram perseverantes na Palavra, e assim tantos vão ficando pelo caminho, ou tomando outros caminhos.
A duplicidade como mostra Eclesiástico 2 é uma falta do temor de Deus, o que gera no homem esta falsa impressão que amar o mundo e a Deus pode ser possível; a estes o Senhor fala no versículos 16-18: "Ai daqueles que perderam a paciência, que saíram do caminho reto, e se transviaram nos maus caminhos. Que farão eles quando o Senhor começar o exame? Aqueles que temem o Senhor não são incrédulos à sua Palavra, e os que O amam permanecem em sua vereda".
Que o Senhor nos ajude a vencer a duplicidade que ainda há no nosso coração, fruto do pecado que ainda se manifesta, e que só em vígilia e oração aos pés de Jesus é que poderá ser vencido. Um vida totalmente entregue ao Senhor Jesus é o que Ele deseja. Que o Senhor pela força do seu Santo Espírito nos ajude neste duro combate, pois o mundo não relaxa em tentar nos levar de volta para ele.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 10 de julho de 2011

"Os tíbios,..." (Ap 21, 8)

Segundo os dicionários, tibieza, é a qualidade, condição ou estado de tíbio: estado de fraqueza, de frouxidão, de debilidade, de falta de ardor, de entusiasmo; frieza.
Por quê será que o Senhor Jesus fala deste atributo no livro do Apocalipse quando faz referência àqueles que irão para a condenação eterna? Porque, seja como qualidade, condição ou estado de vida, a tibieza é pecado. E é um pecado que incomoda profundamente o Senhor, tanto que o dicionário fala em frieza, e Jesus, no mesmo livro de Apocalipse diz: "Mas, como és morno, nem frio nem quente, vou vomitar-te" (Ap 3, 16).
O Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 2094 diz que esta é "uma das formas de pecar contra o amor de Deus. A tibieza é uma hesitação ou negligência em responder ao amor divino, podendo implicar a recusa de se entregar ao dinamismo da caridade". Logo, aquele que é envolto na condição de tíbio é alguém que não tem predisposição à ser disseminador do amor de Deus, visto que a caridade não se restrige apenas a gestos fortuitos de bondade (doar uma cesta básica, por exemplo), mas fazer transparecer na vida daquela pessoa que recebe aquele gesto caridoso mais que o ato em sí, a presença Daquele que motivou tal ato: Deus.
O Senhor na passagem de Apocalipse deixa claro, portanto, que admite a atitude daqueles "frios", ou seja, que pouco ou nada fazem pelo bem do próximo, visando sempre seus esforços em favor de interesses pessoais: os egoístas; ou os "quentes", aqueles que vivem esse amor de Deus partilhando-o como o próximo com o intuito de levá-lo a experimentar, também, este amor transformador, santificante, libertador.
Os "quentes" são os que, por uma experiência do batismo no Espírito Santo, são tomados de um ardor missionário, um desejo incontrolável de ver essa graça acontecer na vida das outras pessoas, não medindo as consequências.
Porém, existe os "meio termos", os "mornos", esses são inadimissíveis para Jesus; são aqueles que, segundo o Catecismo, "recusam-se a se entregar ao dinamismo da caridade". Até tem boas intenções, mas são pessoas sem atitudes concretas, são os acomodados aos esforços, pois a caridade passa pelo esforço, o sacrifício, a entrega, a disponibilidade. São aqueles que "se puder eu vou", "se não demorar...", "se eu não tiver de falar nada...", ou seja, são os cristão da desculpa, que põem impecilho sempre, o medo, a timidez, sempre são argumentos para justificar a falta de vontade. E isso acontece até no meio daqueles que se dizem "de caminhada".
Porém, o indiferente é o mais detestável. A passagem do homem rico e do pobre Lázaro (Lc 16, 19-31) deixa clara a indignação de Deus para com estes. Uma pessoa que se fecha totalmente ao sofrimento, a dor, à necessidade do próximo, chegando ao ponto de ainda desprezá-lo e humilhá-lo, o Senhor conta o final deste ao fim da parábola.
Assim, vê-se que a tibieza é algo presente na vida do ser humano e que só é retirada quando de uma experiência pessoal de Jesus que é capaz de retirar tal pecado; e muitos estão necessitando serem libertos deste mal, e urgentemente, mesmo dentro da Igreja, de pastorais, grupos de oração, ...pois, concluindo o a passagem de Apocalipse 21, 8 ela diz: "..., os infiéis, os homicidas, os impuros, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte".
Não se deixe levar pela tibieza, pois o amor de Deus nos chama a propagar este amor a outros corações através da caridade. Lembre-se da passagem de Mt 25, 31-46 quando Jesus fala que os que se salvarão foram os que praticaram a caridade, não por medo de ir para o inferno, mas por uma ação do Espírito Santo que nos leva a olhar o próximo com olhar de Deus, pois eles refletem o próprio Deus.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Oração: via de mão tripla.

Uma das grandes dificuldades que se tem de orar com o proveito e eficácia que se deveria ter é que ainda não se compreendeu a dimensão trina da oração. A consequência disso é uma oração imersa num balbuciar de palavras sem ordem nem sentido que, ao final, não cumpre a sua missão.
Por quê, então, não cumpre a sua missão? Analizemos a passagem do Evangelho de São Lucas (Lc 11, 1-4) onde o Senhor Jesus ensina os discípulos a rezar. O Senhor inicia a oração fazendo referência a quem? Ao Pai. Esta é a primeira via: o Pai. E por nunca termos, nem buscarmos, essa intimidade com o Pai, o Abba, o "paizinho", o Pai querido, que Jesus veio nos mostrar, é que já se inicia erroneamente a oração. A dificuldade que se tem de reconhecer que é o Pai, Deus, quem faz tudo e pode tudo, nos leva apenas ao Filho ou ao Espírito Santo; e o próprio Senhor Jesus disse: "Tenho-vos mostrado muitas boas obras da parte do meu Pai" (Jo 10, 32).
A oração tem que chegar ao Pai pelas mãos de Jesus, pois Ele disse: "Ninguém vai ao Pai senão por Mim" (Jo 14, 6). A oração tem que evocar a santidade, a majestade, a bondade, o perdão, a misericórdia de Deus, ou seja, as múltiplas características do infinito amor do Pai.
Posteriormente, Jesus mostra no Pai Nosso, mesmo que de maneira conjunta as outras duas vias: a segunda que é o nosso próximo. Uma oração que se esquece do irmão está impregnada de egocentrismo, ou seja, centrada no próprio eu. Daí, há todo momento, ver-se apenas pedindo, pedindo e pedindo...Ainda falta este amor do Pai, este amor caridoso que tanto São Paulo enfatizava: "Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade, as três. Porém, a maior de todas é a caridade" (I Cor 13, 13). Se se ora por saúde, lembre-se que existem muitos doentes; se se ora pela restauração da família, lembre-se que existem muitas outras famílias precisando ser restauradas, e assim por diante.
Não lembrar-se do outro é egoísmo, e é pecado. Jesus na cruz, nas suas últimas palavras pediu perdão para aqueles que O condenaram e mataram. Às vezes, lembramos muito facilmente do outro na oração em momento de raiva, decepção, traição, chateação, e chega-se, certas vezes, ao cúmulo de pedir que Deus mande castigos sobre aquela pessoa. As palavras de Jesus; as palavras de Estevão quando era apedrejado, tem que nos mostrar o contrário.
A terceira via é, por fim, nós mesmos. Não será por isso que Jesus disse que o maior Mandamento é "Amar a Deus, ao próximo, como a sí mesmo"(Mt 22, 3-39)? A oração deve ser o itinerário, o reflexo do Mandamento de Jesus. Ao contrário do que se pensa deveríamos estar em último lugar: "Quem quiser ser o primeiro seja o último", dizia o Senhor. A preocupação com o bem estar pessoal, familiar, financeiro, afetivo, enfim, essa centralização em sí mesmo, nos tira a visão de que a ordem das coisas não é eu, Deus e o próximo; mas, Deus, o próximo e eu.
O momento chave para a nossa salvação deu-se naquele momento onde Jesus orava no monte das oliveiras e clamava ao Pai: "Pai se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça todavia, a minha vontade, mas sim a tua" (Lc 22, 42). Jesus colocou o Pai em primeiro lugar e, automaticamente, o próximo, pois a missão de Jesus era salvar o homem. Ele ficou em último lugar; mas, foi vivenciando fielmente aquilo que é o correto que alcançou o êxito na sua missão.
Meditando nessa passagem de Jesus no monte das oliveiras pode-se ver claramente que as três vias vão originar o maior sinal da missão do Senhor: a cruz. Assim, uma primeira conclusão que se pode tirar: oração é sacrifício. Para obter-se uma graça da parte de Deus para o próximo, ou para nós, passa por sacrificar-se; talvez por falta deste entendimento é que muitos abandonam a caminhada, pois para chegar a isso será necessário, muitas vezes, chegar até a negação de sí mesmo.
A segunda conclusão é que na cruz há um ponto de intersecção das três vias. Neste ponto fico o centro irradiador daquilo que toda oração precisa: o amor. E este centro irradiador é o coração. Por isso que em Provérbios 23, 26 Deus diz: "Filho dá-me teu coração". Porque é dele que flui a oração capaz de tocar em Deus, porém, somente um coração livre, curado, feliz, cheio de amor. Um coração triste, amargurado, vazio, infeliz, sem amor, não é capaz de fluir uma oração que vai adorar e bendizer a Deus como Ele merece; ao contrário, muitas vezes será capaz apenas de questionar, criticar e resmungar contra o Pai.
Um coração cheio de amor é capaz de orar pelo próximo como se vê na maravilhosa oração de São Francisco, e de tantos outros santos e santas da Igreja. Portanto, se desejamos êxito na missão pela via da oração e ação, temos que ter essas três vias muito claras na nossa mente e no coração; coração este que tem que estar sarado, curado, liberto, cheio de amor, para que a oração brote eficazmente.
Que com o auxílio do Espírito Santo, que infunde em nós o amor de Deus (Rm 5, 5) e a fé (I Cor 12, 9), necessária para que essa oração seja poderosamente eficaz, alcançemos aquilo que o próprio Senhor Jesus Cristo promete: "Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis" (Mt 21, 22).
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

"Para alcançar o que queres,hás de ir por onde não queres!"

Ao se meditar sobre o Sermão das Bem-aventuranças (Mt 5, 1-11), observa-se, claramente, que alcançar o Reino dos céus, que era o centro da pregação de Jesus, é necessário viver exatamente aquilo que São João da Cruz afirma na frase que dá título a este texto.
Nestes onze versículos, o Senhor mostra aos discípulos, tendo como plano de fundo a multidão que deixara lá embaixo na montanha, que trilhar o caminho da glória é viver um constante renunciar das nossas convicções e posturas para viver uma proposta divina, que para nós será, por vezes, motivo de conflito e contradição.
Imaginarmo-nos aos pés de Jesus e ouvindo-O dizer: "Estão vendo essa multidão de pessoas aflitas, sofridas, desamparadas, maltratadas, cheias de ira e ódio, com sentimentos de vingança, chorando suas misérias, sem paz ou esperança, perseguidas, discriminadas...Pois Eu vos digo: a tudo que vocês possam ver e sentir, e até se compararem no seu íntimo a muitos deles, Eu afirmo: Felizes são aqueles que estão aqui por sua pobreza e necessidade, pois os ricos e abastados; aqueles que estão nos palácios; nas suas belas casas; vivendo com todo o conforto que o dinheiro pode oferecer; esses não vêem necessidade de virem a Mim; esses não tem nos seus planos alcançar a salvação, envolvidos que estão pelos prazeres que os bens podem proporcionar".
"Digo-vos que felizes são aqueles que choram; não o choro de revolta por estarem vivendo uma vida contrária àquela que gostariam de ter; não o choro de murmúrio, da raiva de serem humilhados, por serem tido por malditos devido a uma doença, ou pelo fato de ser órfão, viúva ou estrangeiro, mas felizes porque vertem lágrimas de conformação à vontade do Pai, na certeza de que Ele as acolhe e no tempo certo as fará retornar na forma de bençãos em profusão, como no tempo de Jó".
"Felizes, ao contrário de muitos que nessa multidão se encontram, que nutrem sentimentos de ódio e revanchismo, e um desejo profundo de vingança contra aqueles que hoje os oprime e subjugam, e cujo desejo seria devolver na mesma moeda, e que no entanto perdem sua vida em atos de rebeliões infrutíferas, são aqueles que optam por "abençoar os que vos perseguem; não pagando o mal com o mal" (Rm 12, 14.17) e que no seu desejo constante de justiça a terão no tempo certo da parte de Deus que tudo vê".
"Felizes são os que nãos se apressam em extravasar suas mágoas e ressentimentos contra quem os magoou, maltratou, traiu ou frustrou, mas assim como o Pai do céu, que tem sabido dar a cada um uma nova oportunidade, "porque sabe do que são feitos" (Sl 102, 14), assim também deve ser cada um de vós, oferecendo, a partir do perdão sincero, uma oportunidade para que aquela pessoa mude e se transforme".
"Digo-vos, ainda que, ao contrário de muitos que cumprem todos os preceitos da Lei e vivem os mandamentos, mas trazem no seu íntimo toda espécie de impureza e pecado, felizes são os que se empenham em manter seu coração e espírito livres das mazelas do pecado buscando, portanto, o céu não pela obediência legalista, mas pela profunda vontade de não ofender ao Pai".
"Afirmo-vos que, diferente de muitos dessa multidão que nutrem constante sentimento de guerra e rebelião, felizes são os que lutam pela paz, não somente a paz com as pessoas, mas a paz com Deus, cada vez que fazem a opção por obedecê-Lo".
"Há estes está reservado o Reino dos céus, e que será, para muitos, motivo de calúnia, perseguição, falsidades; mas Vos garanto: há estes será grande a recompensa".
Palavras como estas, claro que fruto de um momento de reflexão, se realmente corroborarem com a proposta evangélica, são para deixar qualquer um desnorteado, pois é ir de encontro a tudo o que nossa concepção teria tido como certa ou errada. É por isso que Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: "O próprio do amor é rebaixar-se", o que esta absolutamente correto, pois o cumprimento destas palavras de Jesus passa por uma renúncia de sí, para deixar que o amor prevaleça.
Jesus, penso, não quis dizer outra coisa senão: "Abandonem suas convicções e aquilo que o mundo julgar ser atitude correta, para que assim possam ser meus imitadores e aptos ao reino dos céus".
Essa proposta de Jesus não é tarefa fácil, por isso muitos quando confrontados com essas situações vêem-se incapazes de seguir a caminhada; tiram a mão do arado e olham para trás, e voltam à velha vida.
O Reino de Deus é fruto de uma decisão séria e um firme propósito de conversão e mudança de vida. Peça sempre o auxílio do Espírito Santo, a te dar essa firme convicção e esse desejo de ser de Jesus e alcançar o céu, o que queres, mesmo tendo que ir por onde não queres (abandono do orgulho, das convicções equivocadas, da intransigência, da altivez, rebaixamento,...).

domingo, 3 de julho de 2011

Duas histórias: uma mesma fé, uma missão cumprida!

A vida de São Pedro e São Paulo são exemplos práticos que Deus não faz acepções quando diz respeito há um chamado para a missão. São dois homens de origens diferentes, que em situações diferentes, tiveram uma mesma experiência de Cristo em suas vidas que os levou a abraçar um propósito, uma missão que os tornaria eternamente lembrados como essas "colunas" da fé cristã.
Pedro que teve a graça de conhecer o Senhor ainda em vida, andou ao lado do Mestre e Senhor, ouviu suas pregações e ensinos, testemunhou milagres, a ressurreição, o cumprimento da promessa do Espírito Santo, tornou-se o responsável de dar continuidade à missão de Jesus; Paulo nunca O viu, mas apenas ouvia falar de um certo Jesus que apesar de morrer da forma mais ignominiosa, continuava a arrebanhar judeus pela pregação e testemunho de homens simples e "ignorantes". Um zeloso defensor da Lei que não compreendia pessoas abandonarem a obediência à Lei de Moisés para aderir a uma prática e a alguém que não cumpria os pré-requisitos do Messias aguardado por Israel.
Pedro inculto, pescador; Paulo formado na escola de Gamaliel, fariseu; enfim, quantas diferenças, mas o que interessava para Deus é que os dois tinha a capacidade de fazer com que o Evangelho do Senhor fosse propagado.
Pedro inicia, juntamente com os demais Apóstolos sua missão, efetivamente, após Pentecostes quando encontravam-se acuados e amedrontados pela perseguição dos doutores da Lei; Paulo tem sua missão iniciada, após uma experiência com Jesus quando perseguidor implacável dos Apóstolos e demais fiéis, após também receber o Espírito Santo.
Após assumirem o ide de Jesus, Pedro e os demais decidem por anunciarem Jesus aos judeus, Paulo decide ir anunciar Jesus ao gentios; a partir daí cada um vai viver suas experiência de evangelizarem realizando curas, libertações, milagres, convertendo vidas para Jesus e disseminando o Evangelho entre as nações.
Ambos são perseguidos, presos, torturados, mas fielmente mantém a fé até o fim e Deus como que para dizer: "Foram chamados em situações diferentes, cumpriram a missão em lugares diferentes, às vezes pensaram diferente, mas produziram os mesmos frutos: vão ser glorificados no mesmo lugar".
E assim, encerraram sua carreira na mesma cidade (Roma), em períodos muito próximos, para assim testificar que as histórias podem ser diferentes, mas o prêmio é o mesmo: "a coroa de vitória", pois serviram ao mesmo Senhor, numa mesma fé, sob a ação do mesmo Espírito, com o mesmo propósito: que "todo aquele que Nele crer e for batizado seja salvo" (Mc 16, 15-16).
Louvado seja Deus, que pelo sangue e testemunho destes heróis da fé, como de tantos outros que ajudaram a esta Igreja Católica a fundamentar suas bases em fundamento inabalável que permanecerá até a volta gloriosa do Esposo, pois "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16, 18).
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

"As palavras que vos tenho dito são Espírito e Vida" (Jo 6, 63)

Não há mais dúvidas que ao se observar os rumos que as pessoas tem tomado, incentivadas por uma cultura permissivista, as palavras das Sagradas Escrituras estão, a cada dia, sendo relegadas ao desprezo e até o ridículo.
A cada dia abandona-se a Palavra de Deus, que proclamadas por Jesus disse que são "Espírito e Vida", para deixar-se conduzir por palavras de sabedoria humana, terrena e diabólica (Tg 3, 15) que são "Carne e Morte".
O Senhor Jesus naquele diálogo com Nicodemos já deixara claro que "o que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito" (Jo 3, 6), assim, São Paulo já afirmava: "Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal; os que vivem segundo o espírito apreciam as coisas que são do espírito" (Rm 8, 5). Compreende-se, então, porque as coisas do mundo falam mais alto à mente e ao coração das pessoas.
Desta forma constata-se porque que a devassidão, a depravação, a concupiscência, a afronta a palavra de Deus, a resistência em obedecer acontece; são pessoas que se satisfazem daquilo que é carnal, portanto defender preceitos divinos como a fidelidade ao matrimônio é motivo de chacota, ironia, de rejeição, defender o que Deus ordenou: "Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne" (Gn 2, 24), ou seja união é entre homem e mulher, mas, desafortunadamente vemos a nossa nação ir frontalmente contra esta ordenança do Pai validando a "união homoafetiva".
Esse é um dos tantos exemplos de que "o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à Lei de Deus, e nem o pode" (Rm 8, 7), e "a aspiração da carne é a morte" (Rm 8, 6), mas o homem, cego pelo pecado, vai dando vazão às suas vontades carnais, e ainda justifica, às vezes: "a carne é fraca". E de fraqueza em fraqueza, de desobediência em desobediência, vai trilhando o caminho da perdição.
Agora existem os que param e dão ouvidos a Deus; arrependem-se e dão abertura para Jesus agir; são dóceis ao que o Senhor disse a Nicodemos: "Quem não nascer de novo não poderá ver o reino de Deus" (J0 3, 3), e vivendo uma experiência da efusão do Espírito Santo passam, então, a serem "seres espirituais", e para estes " a aspiração do Espírito é vida e paz".
Os que dão ouvidos às palavras de Jesus, são afeitos às coisas espirituais; tudo o que diz respeito a Deus é o que atrai: a oração, a leitura das Sagradas Escrituras, a Santa Missa, a vivência dos Santos Sacramentos, as canções inspiradas, a vida dos Santos, a prática da Doutrina da Igreja..., enfim, os que vivem segundo o Espírito obedecem, temem, amam a Deus, e assim trilham o caminho da salvação.
Diz o Senhor Jesus: "Bem-aventurados os que ouvem as palavras de Deus e as observam" (Lc 11, 28), estes dão sinal de afeiçoar-se às coisas do Espírito, que nasceram de novo e, portanto, trilham o camindo da vida eterna, renunciando as propostas deste mundo para acolher a voz inconfundível do bom pastor.
Deus te abençoe no nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.