quinta-feira, 28 de abril de 2011

"Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos..." (At 3, 19)

Quando se prega a conversão é comum ouvir-se de vozes questionadoras, perguntas como: "Por quê eu preciso me converter se nunca matei, roubei, não bebo, não uso drogas...! Quem precisa é quem faz essas coisas! A ignorância espiritual que se abate sobre as pessoas leva a estas contestações impedindo-as até mesmo de perceber que neste questionamento já estão cometendo pecados como orgulho e soberba.
Conversão significa voltar ao começo. E onde é o começo? Onde é o início? Ou melhor, quem é o início? Deus. Conversão é, portanto voltar para Deus. E só retorna à Ele quem reconhece seus pecados, que reconhece que por pensamentos, palavras, atos e omissões, esta-se, constantemente pecando, mesmo aqueles que questionam não precisar disso por supostamente não estarem a cometer delitos graves.
Voltar ao início é aprender com Deus que a nossa natureza humana é tendenciosa a queda, à fraqueza, e não é por menos que o Senhor Jesus alertava: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação, pois o Espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mt 26, 41); nossa carnalidade pode nos levar em um instante de raiva, ira, ódio, ou outro motivo, a cometer qualquer um daqueles pecados acima que foram motivo de questionamento, tudo fruto de uma tentação.
Sem essa vigília e oração, sem uma busca constante da proteção de Deus, sem o auxílio da Palavra de Deus que para nós é "um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho" (Sl 118, 105) o pecado virá certamente, e a sua consequência não é somente para a própria pessoa, mas para o próximo, também.
São Pedro na sua pregação queria dizer isto: necessário se faz arrepender-se (reconhecer que errou, que fraquejou ante as tentações, que ofendeu a Deus...), mas para isso tem que haver um outro componente importante: humildade. Aquele filho pródigo teve humildade de reconhecer seu pecado, assim como Zaqueu, a samaritana, e tantos outros, e a conversão aconteceu.
Voltar ao início requer uma chacoalhada, e essa chacoalhada às vezes vem na forma de uma tribulação, uma tempestade, de uma prova, pois para o homem muitas vezes somente palavras não serão suficientes para demovê-lo do caminho errado. Bom seria se assim não fosse.
Jesus continua pela Igreja e seus enviados sendo essa voz, como foi a de São Pedro: "Arrependei-vos e convertei-vos", voltai ao início, "vinde e vede" (Jo 4, 29), "provai e vede como o Senhor é bom, feliz o homem que se refugia junto Dele" (Sl 33, 9). Aquele (a) que fez a experiência de voltar e constatar que, mesmo nunca tendo roubado, matado, drogado-se, prostituido-se, mas reconheceram-se necessitados de mudança de vida, não se arrependeram, pelo contrário passaram a se questionar: "Por quê não aceitei este convite mais cedo?". Aceite você também!
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

terça-feira, 26 de abril de 2011

"Mulher por quê choras? Ele já não está aqui, ressuscitou!" (Jo 20, 13; Mc 16, 6)

Maria Madalena chorava à entrada do sepulcro onde estava o corpo de Jesus; em dado momento entra para vê-lo e depara-se com dois anjos (Jo 20, 13) que exclamam: "Mulher, por quê choras? O Senhor não está aqui! Ressuscitou! (Mc 16, 6). Narra a Palavra que logo atrás dela fala, agora, Jesus, e faz o mesmo questionamento, e a mesma afirmação dos anjos (Jo 20, 15). Mas, ela só percebe que é Jesus ao ter seu nome pronunciado (vers. 16).
Coincidência, ou Jesuscidência, como alguns cristãos costumam falar, ouvi este Evangelho na Santa Missa antes de ir ao velório e sepultamento de um amigo e parente vítima da violência desmedida que graça neste mundo. E ao me fixar nesta passagem pus-me a refletir sobre o que estava vivenciando, e já vivencie outras vezes.
A dor da perda é própria do ser humano, as lágrimas, as palavras que se ouve, algumas exageradas e cheias de contradições ao que nos promete as Sagradas Escrituras como: "Eu nunca mais vou te ver!", exprimem a necessidade de que se tem de compreender o que o Evangelho nos afirma.
Neste velório, não foi diferente o choro ao pé do caixão, lembrando Maria Madalena lá no sepulcro de Jesus, faz ver como a Bíblia mostra algo que é natural nestes acontecimentos, porém algo alí deveria ser analisado com mais atenção: uma mulher chora próximo aonde Jesus foi deixado (digamos ao lado do caixão), porém, o morto não está lá! Emissários de Deus afirmam àquela mulher: Ele não está aqui! Ressuscitou!
Como Jesus fala nestas situações: Ele (a) não está aqui! Ressuscitou! Mas infelizmente é a nossa humanidade que prevalece, quase sempre sobre a fé, apegamo-nos mais ao fato que à promessa. E a promessa é o próprio Jesus que afirma: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá" (Jo 11, 25).
Jesus tem buscado fazer estas palavras cumprirem-se conosco quando vida ainda temos, pois mortos pelo pecado, por Ele somos trazidos de volta à vida quando o aceitamos pela fé, como Senhor e Salvador. E quando se está debaixo dessa graça de uma vida transformada por Jesus, tem-se a firme fé que ao se morrer (corporeamente), Ele nos fará ressurgir para uma vida nova com Ele no céu.
Firmado nesta certeza não veríamos pessoas a bradarem: "Nunca mais vou ver....!", mas acreditaria no que Jesus diz: "Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde Eu estou, também vós estejais" (Jo 14, 3). Ele prometera um reencontro no céu, para onde foi, e esse reencontro só não se dará se este (a) for para a perdição.
Há todo aquele (a) que passou, ou passará, por esta experiência da perda de alguém, bom seria que ao vivenciar este momento que, mesmo em lágrimas, que é natural, pois Jesus chorou a morte de Lázaro, a alegria da certeza que ele (a) "não está ali", mas ressuscitou para a vida eterna com Cristo, pois soube aceitar a Jesus e viver em conformidade com sua Palavra fosse motivo de alegria e consolo.
Aceite a Jesus e veja a morte com os olhos da fé na Palavra do Senhor, que é verdade, e peleje, empenhe-se, para que os seus e quem mais puder evangelizar, ao chegar a este momento, tenha a certeza que um céu de glória o espera, e que no dia do reencontro feliz tudo seja festa.
O velório que estive todos estes momentos foram vividos, mas a certeza de que aquela vida vive em Jesus foi superior à tristeza da breve separação!
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

"A paz esteja convosco!" (Lc 24, 36)

Indubitavelmente, não se consegue constatar de forma mais clara a necessidade de paz neste mundo do que quando a violência e a consequência dela, a morte, chegam até você. E quando isto acontece a pessoas queridas que são atingidas pela falta da mesma, a sensação que se experimenta é das piores.
O pecado, infelizmente, trouxe a violência ao mundo, tanto que a primeira tragédia narrada na Bíblia, logo após Adão e Eva pecarem, foi um fratricídio (irmão assassinar outro!), no caso de Caim para com Abel (Gn 4, 8); e assim viu-se a face terrível daquele que é autor e consumador de toda violência, satanás, de quem Jesus declarou ser ladrão e cujo missão não é outra, senão, "matar, roubar e destruir" (Jo 10, 10).
O pecado tirou a paz deste mundo, e se ainda gozamos de alguma é porque temos um Deus misericordioso que é por nós, porém, à mercê das investidas do mal. O homem tem buscado a paz de todas as maneiras, até por acordos e decretos; mas a paz verdadeira, aquela que é fruto de quem está em paz com Deus, esta não se consegue à força de acordos nem decretos.
A verdadeira paz é Jesus que um dia disse: "Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como o mundo a dá." (Jo 14, 27), pois a paz que Jesus fala é aquela que é fruto de quem vive uma intimidade profunda com Ele, que sabe valorizar e respeitar o real sentido da vida, que sabe que Deus dá a vida e somente Ele pode tirá-la, é a paz de quem guarda o temor de Deus...
Quem tem Jesus, o Príncipe da paz (Is 9, 5), este procura fazê-la acontecer a partir do seu lar, da sua família, pois é impossível querer que autoridades humanas possibilitem paz a um país, um estado, uma cidade, se Aquele que pode realmente fazê-la acontecer não for buscado no seio das famílias.
Se a lógica mostra que o mal está por trás de toda violência, que tira a paz, e que somente Jesus tem a capacidade de combater o mal e restabelecer a paz, então Jesus deveria ser a solução, porém, na contramão dessa lógica o homem arvora-se na audácia de achar que por seus próprios meios será capaz de contornar tal situação e os fatos mostram que tem sido infrutífero.
Infelizmente, enquanto não caem em sí, como aquele filho pródigo, para entender as palavras das Sagradas Escrituras que dizem: "Se o Senhor não edificar a casa em vão trabalham os que a constroem." (Sl 126, 1), que "Feliz o povo cujo Deus é o Senhor" (Sl 143, 15), veremos a escalada da violência cada vez mais próximas das famílias, será vermos pais, mães, filhos, crianças, idosos, perdendo a vida de forma absurda, como eu, infelizmente, sou testemunha.
Busquemos fazer a paz acontecer (como diz a letra da canção de Pe. Zezinho), em nós, na nossa família, na vizinhança, no trabalho, e que ela se dissemine por todo este país; mas para isso permitamos que o Senhor Jesus adentre nosso coração com sua saudação: "A paz esteja convosco!", e partir daí tornar-mo-nos "fazedores da paz" como diz, também, Pe. Zezinho.
Deus te abençoe e te dê a paz em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 24 de abril de 2011

Cristo ressuscitou! Ele ressuscitou verdadeiramente! (Lc 24, 34)

Este, segundo narram os relatos históricos, era o cumprimento entre os primeiros cristãos, nos primeiros tempos das primeiras comunidades, da Igreja de Jesus.
Pode-se sentir nestas palavras mais que um mero ritual, mas uma expressão profunda, sincera, verdadeira, tanto da parte de quem cumprimentava, como da parte de quem retribuía, uma exteriorização de um sentimento de quem teve uma experiência pessoal com Jesus ressuscitado, visto que as pregações dos apóstolos, e dos primeiros cristãos, baseava-se no testemunho pessoal de quem teve um encontro íntimo com o Senhor.
Este testemunho ganhará força a partir de Pentecostes, visto que logo após a ressurreição de Jesus os relatos bíblicos mostram os discípulos ainda acabrunhados e temerosos, como na aparição de Jesus no cenáculo (Jo 20, 19), no encontro com os discípulos de Emaús (Lc 24, 13-34), no reencontro com Pedro que voltara ao velho ofício de pescador (Jo 21, 3).
Porém, a partir da vinda do Espírito Santo no cenáculo em Jerusalém (At 2, 1-6), os apóstolos, e todos que alí estavam, e o primeiro foi o nosso Papa: São Pedro, agora não mais acabrunhado e temeroso, mas animado e cheio de coragem, fala àquela multidão que desdenhava do que se passava naquele lugar testificando: "Israelitas, ouvi esta palavras: Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por Ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que o retivesse em seu poder" At 2, 22-24).
São Paulo pregava dizendo: "Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé." (I Cor 15, 13-14). Vê-se, então, que nestas duas passagens das Sagradas Escrituras era parte fundamental da pregação dos convertidos o testemunho de que Jesus havia ressuscitado, vencido a morte, para dar a todo homem livre acesso a Deus e por Ele ser salvo mediante aceitá-lo como Senhor e Salvador.
O poder da Palavra de Deus, pregada por aqueles homens, chegando até os dias atuais, cumprindo a ordem do Senhor Jesus: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado" (Mc 16, 15-16), tem levado a muitos a essa experiência de ressurreição, onde a mesma se inicia no batismo e permanece a cada Páscoa quando, ao se vivenciar, fielmente, a Quaresma até sua culminância no Domingo da ressurreição, sente-se Jesus realizar esse renascer.
A ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo é a certeza que, por Ele, o pecado, cujo salário é a morte (Rm 6, 23), pode ser derrotado, que este homem velho, com coração de pedra, onde Jesus jaz insepulto, pode ser trazido à vida, para ser testemunho do imensurável poder de Deus e assim ser instrumento de ressurreição para outros.
Possamos todos, juntamente com a Santa Igreja, sermos anunciadores dessa que é a maior notícia para todo aquele que ainda jaz nas trevas do pecado: Cristo ressuscitou! Ele ressuscitou verdadeiramente! E quer realizar este milagre na sua vida e na vida de muitos outros.
Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo e Feliz Páscoa!

domingo, 17 de abril de 2011

Vozes que aclamam, ou vozes que escarnecem?

Ao adentrar este período áureo para nossa Santa Igreja Católica que é a Semana Santa externo minha pouca, ou pouquíssima santidade, para emitir qualquer palavra que seja a respeito destes dias que se iniciam hoje com o Domingo de Ramos até o Sábado da Vigília Pascal. Sobre este período de sete dias, onde o sete sabe-se significar o número de Deus, o número da perfeição, da entrada triunfante de Jesus em Jerusalém até a sua gloriosa ressurreição, onde vê-se o projeto de resgate do homem concluir-se, em Jesus, com perfeição, a narração das Sagradas Escrituras não necessitam de qualquer adendo. Assim, a única reflexão a que me permito fazer é sobre as manifestações do povo. Inicia-se com Jesus sendo ovacionado, ao som de "Hosana ! Bendito o que vem em nome do Senhor, o rei de Israel!" (Jo 12, 12) , ao tremular de ramos de palma (vers. 12) e ao estender dos mantos e aclamado Rei; posteriormente, após todas as penas sofridas até ser erguido na cruz, ouve-se, agora o povo a bradar: "Ele salvou a outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é rei de Israel, desça agora da cruz e creremos nele!" (Mt 27, 42). Muitos que aclamavam, agora escarnecem; e nos dias de hoje? Como se tem portado a cristandade que conhece, pelas Sagradas Escrituras e pela Sagrada Tradição da Igreja, todo este acontecimento, e que testemunha o empenho da Igreja em atualizar, a cada ano este ato supremo de entrega e doação por todo gênero humano, independente de época ou geração; como tem vivido este tempo? O que prepondera? A multidão dos que proclamam a Jesus como Rei e Senhor e vivem este período com respeito e contrição e acolhem com gratidão todo o padecimento do Senhor? Ou a multidão dos que fazem eco ao coro dos escarnecedores que desvalorizam, ridicularizam, e até contestam o acontecido? Creio que os fatos apontam para uma resposta: igrejas se esvaziando, e praias, bares, boates...se enchendo; práticas de jejum, oração, caridade, sendo cada vez mais rejeitados e contestados, a via-sacra é tratada como uma mera encenação, ou um espetáculo a se comparar com obras de Sheakespeare ou outros. Entretanto, ainda há, e haverá, aqueles que hão de estender seus ramos, seus mantos e seu coração Àquele que "aniquilou-se a si mesmo, (...). E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor" (Fl 2, 7. 8-11). Àqueles que já fizeram essa profissão de fé que Deus os mantenha nesta fidelidade; aos que seguem no escarnecimento que a misericórdia do Senhor os alcance, e os faça despertar do engano para tomar posse dessa graça salvífica. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

sábado, 16 de abril de 2011

Um por todos, mas todos por Um?

A célebre frase dos quatro mosqueteiros: "Um por todos e todos por um!" antes de entrarem em confronto com os inimigos do rei, ou do seu país, a França, permeia esta reflexão. Dava a entender que toda vez que proclamavam esta frase é como se quisessem dizer: "Um pelo rei, então, todos pelo rei; ou um pela França, todos pela França". Esta frase, que para o romance pode ter sido meramente uma inspiração brilhante do autor, como tantas frases que ficaram gravadas para a posteridade por outros célebres romances, tem um soar diferenciado quando associada há uma passagem bíblica importante da história do povo de Deus. No Evangelho de São João 11, 45-57, após a ressurreição de Lázaro, os fariseus, escribas e doutores da lei concluem que é hora de matarem Jesus, e a decisão é corroborada pelo sumo sacerdote da época Caifás quando proclama: "Vós não entendeis nada! Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação" (vers. 49-50). Apesar de ser uma frase profética, pois era o que deveria acontecer, era a missão de Jesus, estava claro que a frase deste homem era não para se ver a profecia cumprida, mas para verem-se livres de alguém que já estava importunando por demais. E assim foi feito: Jesus foi preso, julgado, condenado e morto. Um Homem veio por todos, deixou seus ensinamentos, aperfeiçoou os mandamentos, deixou exemplos..., mas o mundo não o reconheceu (Jo 1, 10). Sucederam-lhe os apóstolos, e tantos outros homens e mulheres que perseveraram, até com a vida, para defender o Rei e o Reino, porém, infelizmente ao longo da história o que mais prepondera são os que prefererem proclamar: "Eu por mim, e cada um por sí!". Jesus foi fiel ao propósito de Deus, porém, seu gesto não encontra, até o momento, eco no coração da maioria, pois à medida que o tempo avança, o ato de amor de Jesus é tratado, cada vez mais, como um mero fato histórico, e alvo de contestações. Certamente, por isso que Jesus próximo à sua morte orou ao Pai clamando: "Não rogo somente por eles, mas também, por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um..." (Jo 17, 20-21). E São Paulo vai explicitar em Ef 4, 5: "Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos", reafirmando o que Jesus queria dizer que na unidade é que a graça acontece. Os mosqueteiros eram capazes de compreender e executar as palavras que proclamavam; o povo de Deus, ainda não. Erguer-se em favor do Rei e do Reino ainda, na mente de muitos, é tarefa para alguns poucos privilegiados, ou de malucos, mesmo. Sejamos, então, na força do Espírito Santo, "um por todos", todos os que sofrem, que padecem com a fome, a miséria, a discriminação, a violência, o abandono...e "todos por um", por Jesus, o único capaz de fazer as pessoas e este mundo melhores, e para que o Reino de Deus já se faça ainda nesta terra onde "aí não haverá mais grego, nem judeu, nem bárbaro, nem cita, nem escravo, nem livre, mas somente Cristo, que será tudo em todos" (Cl 3, 11). Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Agradar vai desagradar

O Senho Jesus Cristo já alertava na passagem de Mt 6, 24: "Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro". A caminhada do cristão que se propõe, verdadeiramente, a fazer uma opção de vida, sabendo que, no que tange às coisas espirituais, não há meio termo, vai, em algum momento, ver-se nesta condição de ter que optar por qual senhor escolher servir. Portanto, agradar a Deus é desagradar o inimigo de Deus. Agradar a Deus é fazer uma opção sincera por dar ouvidos à Sua palavra, é reconhecer a Jesus como Senhor, Mestre, Pastor e Salvador. Jesus na passagem do Evangelho de São João 10, 25-27 quando questionado se era realmente o Cristo responde: "Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, Eu as conheço e elas me seguem." Ao final deste diálogo os judeus pegaram em pedras para o apedrejar (Jo 10, 31). Fazer uma opção por Jesus é atrair o desagrado, o ódio do mundo, e o próprio Senhor já advertia: "Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia" (Jo 15, 18-19). Odiar o pecado com todas as sua seduções, falsos prazeres e alegrias será importunar a muitos; logo virão as críticas, deboches, rejeição...e, ao se permanecer firme, os ataques, as calúnias, as perseguições. Porque o papel de quem opta pelo senhor deste mundo, pois já Jesus já afirmara: "O meu reino não é deste mundo" (Jo 18, 36), é atirar pedras; porém quem opta por Jesus é chamado a lançar sementes (Mt 13, 4). Das pedras não pode brotar vida, pois, neste caso, são feitas para ferir e machucar, nestes corações de pedra Jesus está morto e sepultado; porém, no interior da semente existe vida, que servirá para alimentar e gerar mais vida. No entanto, o Espírito Santo tem poder para transformar corações de pedra em corações de carne e ressuscitar Jesus e levar essas vidas a abandonarem a velha condição de agradar ao diabo para agradar a Deus. Não é decisão fácil, pois o pecado tem a capacidade de inverter a realidade fazendo com que se acredite que o ruim é bom, e o bom é ruim. São Paulo quando passou pela experiência de ser curado dessa cegueira relata que lhe "saíram dos olhos umas como escamas" (At 9, 18) e pôde, então, ver verdadeiramente, a dimensão da sua cegueira espiritual e o quanto desagradava a Deus. Dali, em diante, tornou-se profundo testemunho de Jesus Cristo, desagradando a muitos e sofrendo as consequências, inclusive de um apedrejamento (At 14, 19), porém, firme em agradar a Jesus dizia: "Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores pela virtude Daquele que nos amou." (Rm 8, 35.37). Agradar ao mundo é amar o pecado, e diz São Paulo em Rm 6, 23: "Porque o salário do pecado é a morte", mas agradar a Deus, diz São Paulo no mesmo versículo: "é vida eterna em Cristo Jesus, Nosso Senhor". Que o Espírito Santo nos ajude a fazer sempre a escolha que agrada a Deus. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Duas letras a mais e a perpetuação de uma promessa.

São raros, na Bíblia, casos onde Deus determina ou altera o nome de alguém, porém, nas poucas vezes em que este fato é narrado nas Sagradas Escrituras, a consequência é de proporção imensurável. Em Gn 17, 1-27 a Palavra narra o chamado de Deus a Abrão, prometendo-lhe que será pai de uma multidão de povos (vers. 4) e, mediante o sim a Deus, o Pai diz: "De agora em diante não te chamarás mais Abrão, e sim Abraão, pois farei de ti o pai de uma multidão de povos" (vers. 5). São Paulo ao relatar este episódio da história de Israel em Hb 11, 8 dá a explicação para que a promessa se cumprisse: a fé. A fé de Abrão acrescentou a seu nome uma letra, mas à sua história um posteridade incalculável, pois, apesar de tudo o que se apresentava à sua realidade: a idade avançada, a esposa estéril, e também de idade avançada, como diz o próprio São Paulo: ele "Esperando contra toda a esperança, Abraão teve fé e se tornou pai de muitas nações..." (Rm 4, 18). No Novo Testamento dois outros atos de fé ficarão para a eternidade: no primeiro, Maria, que nem é chamada pelo nome, mas por uma saudação, também aceita a proposta de Deus e, por inspiração do Espírito Santo proclama: "Desde agora me proclamarão bem-aventurada todas as gerações" (Lc 1, 48), foram duas letras a mais, a fé, que a levou, acreditando no inacreditável, de gerar um filho por ação divina, sujeita a perder a vida, que escreveu seu nome para eternidade. O segundo caso é o de Simão, filho de Jonas que, já sendo discípulo de Jesus, certo dia, juntamente com os outros eram questionados pelo Mestre: "No dizer do povo, quem é o Filho do homem?" (Mt 16, 13) e, após diversas respostas, eis que Simão responde: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!" (vers. 16); a esta resposta Jesus exclama: "E Eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (vers. 18). Ao nome de Simão foi acrescido um outro nome, e tudo deu-se porque Simão antes acrescentou duas letras ao que já tinha. Contra toda a circunstância, pois era rude, ignorante, sem estudos, deu o seu sim, mesmo tendo fraquejado, é verdade, mas redimiu-se e deu prosseguimento à determinação de Jesus e hoje, dois milênios depois, as palavras do Senhor estão a prevalecer. São três exemplos onde duas letras fizeram a diferença, para os personagens, e para a posteridade, pois, mesmo Abraão, pois diz Jesus: "Abraão exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria" (Jo 8, 56), que não viu Jesus em pessoa, mas, provavelmente numa visão (nota da Bíblia Ave-Maria), juntamente com Maria e Pedro que o viram em pessoa, creram no "Nome que está acima de todos os nomes" (Fl 2, 9). Estes, assim como tantos outros ao longo da história do cristianismo acresceram essas duas letras e seus nomes estão para a eternidade como narra Eclo 44, 6.10.13: "Os homens ricos de virtude, (...), foram homens de misericórdia. Nunca foram esquecidas as obras de sua caridade. (...). Por causa deles seus filhos permanecem para sempre, e sua posteridade, assim como a sua glória, não terá fim". Acrescente estas duas letras: fé, que se transmutam em duas palavras: Jesus Cristo, e faça a diferença neste tempo, mesmo as circunstância sendo contrárias, colaborando com a Igreja por meio do seu testemunho, afim de que a promessa iniciada em Abraão tenha continuidade até a volta gloriosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"Conhecereis a verdade, e a verdade vos livrará" (Jo 8, 32)

Quantas verdades existem neste mundo? Em qual delas acreditar? O homem de hoje, mais que nunca, vê-se confrontado com muitos que se apresentam propondo verdades que procuram, a princípio, ser a solução para os dramas e conflitos destes tempos modernos. São propostas que à primeira vista parecem ser salutares, mas que ao final vão mostrar-se em sua verdadeira face: imperfeitas e prejudiciais. A verdade que prepondera hoje é que cada um é livre para ser e fazer o que quiser, sem restrições ou limites, já que o mundo hoje não possui restrições ou limites, principalmente no que tange à tecnologia e os avanços científicos. Assim sendo, a religião (ou seja, Deus) vem na contramão dessa ótica, impondo restrições e limites, o que é inaceitável. É nesta contestação que reside o perigo e a perda do homem, pois ao aceitar esta proposta enganadora ele se apossa de uma "verdade" que irá nortear seus caminhos, suas ações, onde, porém, a consequência será trágica, pois será caminho de morte. É fato que o homem é guiado por exemplos, até mais que palavras, logo, tem em homens seus exemplos e padrões de conduta; dai, portanto, ter-se tantos "reis e rainhas" sendo coroados a todo momento: rei do futebol, da música, do cinema, rainha do teatro, dos "baixinhos", e assim por diante. Todos estes e estas apresentando ao mundo sua forma de ser e viver, suas "verdades" que, na maioria das vezes, é equivocada e inaceitável, mesmo sendo eles (as) muitas alvo de falhas graves de moral e caráter. Porém, o homem, na sua cegueira prefere se dobrar a esses falsos ídolos, estas "estátuas de Nabucodonosor" (Dn 3, 1) que exaltam a vaidade, ostentação, riquezas, poder, orgulho e negação de Deus. Vem, então, Jesus dizer a estes cegos: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos livrará", pois, respondendo à pergunta inicial existe apenas uma verdade que se deva acreditar: Jesus Cristo. Ele afirma: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14, 6). Jesus, "o Rei dos reis e Senhor dos senhores" (I Tm 6, 15), é o único cujas palavras e exemplos são dignos de fé, capaz de mostrar ao homem que se ele precisa de limites e restrições é porque ao perder esses parâmetros ele se perde tornando-se capaz das piores aberrações é só lembrar de alguns nomes como Nero, Hitler, e por aí vai. Existe uma única maneira do homem não cair nessa cilada de seguir estas outras "verdades": obedecer o que Jesus diz. E Ele dá a dica: "Se permanecerdes na minha Palavra..." (Jo 8, 31); esta Palavra iluminou a vida de Sidrac, Mesac e Abdênago que preferiram enfrentar uma fornalha a dobrar-se ante a estátua de Nabucodonosor (Dn 3, 20), e foram por Deus livres da morte (Dn 3, 49). Tenha sempre, meu irmão (ã), a Palavra de Deus, "Facho que ilumina meus passos, luz em meu caminho" (Sl 119, 105) a te iluminar e te mostrar as falsas verdades para que não se veja dobrado perante elas e desagradando a Deus. Tenha Jesus Cristo a luz do mundo como seu único Senhor e apenas a Ele renda adoração e gratidão mesmo que tenha que passar pela fornalha da crítica, da gozação, da discriminação... Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

terça-feira, 12 de abril de 2011

"Quando tiverdes levantado o Filho do homem, conhecereis que Sou..." (Jo 8, 28)

A Bíblia em Nm 21, 4-9 narra o povo de Israel murmurando contra Deus por causa do cansaço e das privações que passavam na caminhada pelo deserto. Passaram, então, a reclamar a Deus e a Moisés por os terem tirado do Egito, e até da comida que Deus lhes servia: o maná. A intensidade da impaciência e irritação do povo era tal que chegaram ao ponto de tratar o alimento que era oferecido por "miserável alimento" (vers. 5). O grau de insatisfação levou aquela gente a tornar-se mal agradecida ao livramento que Deus lhes dera do cativeiro do Egito, quando veio em seu socorro ao ouvir o clamor deles (Ex 3, 7), e esta atitude atraiu a ira de Deus que enviou sobre eles serpentes que feriram e mataram a muitos (vers. 6). O povo percebendo seu grave pecado foram a Moisés que, ao clamar a Deus, ordenou-lhe fazer uma serpente de bronze afim de que todo aquele que fosse mordido, ao olhar para a serpente, seria salvo (vers. 8). Assim o fez Moisés e quem olhava a serpente de bronze, conservava a vida (vers. 9). No Gênesis uma serpente, um ser, utilizando de uma mentira injetou em Eva, que após transmitiu a Adão, o veneno mortal do pecado. Esse veneno colocou inimizade entre o homem e Deus e por isso nossa natureza está sempre a se rebelar contra Deus pela desobediência, orgulho, vaidade, egoísmo, murmuração...São venenos injetados no nosso coração pela nossa condição imperfeita que não consegue vislumbrar, nem compreender a intensidade do amor de Deus. Isso aconteceu com aquele povo de Israel que, ao experimentar a contrariedade e adversidade do momento, revoltou-se contra o Pai e toda aquela prova de amor demonstrada ao serem libertos foi esquecida. Assim é conosco: Deus é sempre louvado quando estamos na bonança, porém, basta um momento de adversidade para a contrariedade, a murmuração, o questionamento, a lastimação surgirem; e acontece por causa do veneno que age constantemente em nosso íntimo. Moisés, servo sem este veneno, clamou a Deus e o antídoto, o remédio, sugerido foi uma serpente de bronze: um veneno para combater outro, uma substância para combater outra, um bem para combater um mal. Esta substância não vinha de fora para dentro, mas de dentro para fora: a fé. O veneno do pecado entra pelos sentidos, pensamentos, atitudes...o antídoto sai de um coração cheio de fé, por isso que sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11, 6), pois sem fé não temos como combater o veneno. Esta passagem é profeticamente, concretizada em Jesus quando Ele afirma: "Quando tiveres levantado o Filho do homem conhecereis quem sou...". Em outra citação Jesus diz: "E quando Eu for levantado da terra, atrairei todos os homens a mim" (Jo 12,32). A serpente de bronze foi suspensa, provavelmente, numa haste de madeira; Jesus também foi suspenso num madeiro, e todo aquele que o olha e o reconhece, e o proclama como o Filho de Deus e o aceita como Senhor, pela fé (Rm 10, 9), recebe este antídoto: o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1, 29). Este antídoto é erguido todos os dias, em todas as partes do mundo onde existe uma Igreja Católica. Este antídoto é a Eucaristia. Disse Jesus "Quem come o meu corpo e bebe o meu sangue tem a vida eterna" (Jo 6, 54). Pela fé eu creio que Jesus está presente nas espécies do pão e do vinho que vem como esse antídoto sarar e curar todos os males fruto do pecado. Aquele que O enxerga pela fé na Eucaristia é atraído para sí e por Ele salvo. Este é o tesouro que Jesus nos oferta a cada celebração quando é erguido da terra pelas mãos dos seus sacerdotes para que todo aquele que o olha com os olhos da fé seja atraído pelo seu imenso amor. Por Ele "chega o que é perfeito, e o imperfeito desaparecerá" (I Cor 13, 10). Busque, então, irmão (ã) viver esta experiência de fé a cada santa missa na Eucaristia, tendo nela a certeza que ali está Jesus o remédio eficaz contra o veneno do pecado. Diz o Senhor Jesus: "Todo aquele que o Pai me dá virá a mim, e o que vem a mim não o lançarei fora" (Jo 6, 37). Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Jesus e a mulher.

É fato que a mulher, por milênios, foi vítima de preconceitos, discriminação, subjugamento, desprezo, até chegar o ponto da quase nulidade. Em dados momentos da história de muitas civilizações, ocidentais ou orientais, era, praticamente objeto, cuja importância se restringia a gerar filhos e cumprir os afazeres domésticos. Na história de Israel não foi tão diferente, apesar que, no Antigo Testamento, muitas mulheres recebem menção especial: Sara, Ana, Rute, Judite, Ester..., a palavra mostra que a estéril, a viúva, a adúltera, tinham tratamento preconceituoso e excludente. Porém, a passagem de Jesus neste mundo, principalmente naquela época, veio mostrar como Deus não faz acepções, nem distinções. O Evangelho de Jo 8, 1-11, mostra um destes muitos casos onde o ministério de Jesus, os seus ensinamentos, tiveram a mulher como parte do enredo. Neste caso, o Senhor tem à sua frente uma mulher trazida por escribas e fariseus (vers. 3) flagrada em adultério, já julgada e condenada por eles, afim de saberem qual a posição de Jesus a respeito do fato. Diante de tal alvoroço narra a Palavra que O Senhor sentou-se e pôs-se a escrever no chão (vers. 6). Essa atitude de Jesus é como se dissesse: "Se vocês já tomaram a decisão Eu me calo!". E dessa forma é o agir de Jesus: enquanto se fala demais, se grita demais Ele vai se manter calado, até que o silêncio o permita falar. Foi o que aconteceu: as vozes se calaram, e Jesus falou: "Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar uma pedra" (vers. 7). Todos caíram em sí, e retiraram-se. Pergunta, então, o Senhor à mulher: "Ninguém te condenou?" (vers. 10), e à negativa dela Ele completa: "Nem Eu te condeno. Vai e não tornes mais a pecar" (vers. 11). Jesus através desta passagem deixa claro o perigo de nos colocarmos como juízes dos outros, mesmo tendo a Palavra de Deus como justificativa, pois somente Ele é o Justo Juiz (II Tm 4, 8). E assim, nesta passagem Jesus devolveu a dignidade a esta mulher, como foi com a samaritana (Jo 4, 1-30), como foi com a cananéia (Mc 7, 24-30), com a mulher do fluxo de sangue (Lc 8, 43-48), com Maria Madalena (Mc 16, 9), e tantas outras que o texto bíblico não faz referência. O Senhor Jesus teve uma relevância tão grande na vida da mulher daquela época que ao pé da sua cruz, estava apenas um apóstolo (João), o restante eram somente mulheres. Na sua ressurreição quem primeiro testemunhou seu reviver foram mulheres (Mt 28, 1), e a Palavra em Ef 5, 25 quando faz referência às obrigações do marido em relação à espoda diz: "Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela", em outras palavras, Paulo diz que por amor o marido deve ser capaz de morrer pela esposa. Neste tempos modernos, onde a mulher, infelizmente, até por culpa delas próprias, estão sendo novamente exposta a todo tipo de vilipêndio, desvalorização, violência (agressões, estupro, assassinato,)...a Palavra de Deus, Jesus Cristo vem dizer que junto a Ele elas terão sempre lugar e posição especial, serão muito mais que um belo corpo, mas uma bela alma. Sejam vocês mulheres, fiéis seguidoras de Jesus, aquele que não julga as aparências ou atitudes, mas o coração, e sabe valorizá-las e dar-lhes a importância devida como ninguém. Deus as abençoe em Nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 10 de abril de 2011

"Lázaro, vem para fora!" (Jo 11, 43)

O Evangelho de hoje (Jo 11, 1-44) vai narrar uma das mais impressionantes passagens do exercício ministerial de Jesus: a ressurreição de Lázaro. Certamente, dentre todos os prodígios, milagres, sinais, curas ou libertações realizados pelo Senhor, este vem dar uma visão de como se dá a ação do poder de Deus em colaboração à nossa fé, e como somos parte importante para que esta graça chegue às pessoas. É bem verdade que esta era a terceira vez que Jesus ressuscitava um morto: a primeira foi a filha de Jairo (Mc 5, 21-24.35-43), a segundo o filho da viúva de Naim ( Lc 7, 11-17) e a terceira esta de Lázaro. Mas por quê esta última é mais impressionante? A narrativa dá alguns indicativos. Diz o texto que Jesus era jurado de morte na judeia (vers. 7 e 16), porém Jesus não se importa, pois o que interessa é que a glória de Deus se manifeste naquele lugar; com essa atitude Jesus nos mostra que a despeito dos perigos, fazer o bem ao próximo, a vontade de Deus, está acima dos riscos e aí faz-se lembrança, aqui, do trecho da canção que diz: "Tenho que lutar, tenho que arriscar, ai de mim se não o faço!". Posteriormente, no diálogo com Marta e Maria vemos dois comportamentos: ambas creem que Jesus tinha poder para curá-lo e não lhe permitir a morte, mas é Maria quem impulsiona Jesus a ressuscitá-lo, por quê? Marta foi argumentar com Jesus, Maria foi clamar aos pés de Jesus; Marta teve que ouvir do Senhor que Ele era a ressurreição e a vida, Maria foi a Ele já com esta certeza. E o ensinamento que fica é que: para alcançarmos a graça da parte de Jesus não deve haver sombra de dúvida sobre sua divindade; quem respondeu a Marta não foi Jesus, o filho de Maria e José, o carpinteiro, o homem pobre que não tinha lugar para recostar a cabeça, mas o Filho de Deus, o próprio Deus. Maria já tinha essa certeza e moveu Jesus a realizar o milagre. Chega, então, o momento áureo. Jesus ordena: "Tirai a pedra" (vers. 38), e mais uma vez Marta argumenta, e mais uma vez Jesus lhe chama a atenção. Quantos de nós Jesus não já deu a ordem de ir retirar "a pedra" do coração do irmão com uma palavra, um conselho, uma exortação e ficamos argumentando com Jesus em vez de simplesmente obedecê-lo? O sepulcro de pedra é o coração humano, que quase sempre, por si só, será incapaz de retirar a pedra, por isso Jesus nos chama a colaborar com Ele nesta missão. Por fim, retiram a pedra e Jesus faz sua parte com o poder da Sua Palavra: "Lázaro, vem para fora!" (vers. 43), e aquele morto ressuscita, revive, Jesus manifesta a glória de Deus na vida daquele homem e assim, causa um espanto em todos que vêem aquela cena. Jesus, posteriormente, passaria pela experiência de Lázaro na sua Paixão e Morte, mas ao terceiro dia, pelas mãos do próprio Deus é ressuscitado, para agora, não mais como homem, mas como o "Nome que está acima de todo nome" (Fl 2, 9) à destra do Pai, trabalhar incansavelmente para que muitos outros lázaros saiam do sepulcro e encontrem Nele a vida e vida em abundância (Jo 10, 10). Porém Ele está a necessitar dos que retirem a pedra. Jesus precisa, primeiro, que nós deixemos o sepulcro, e posteriormente trabalhemos para que outros também saiam. Caso você, meu irmão (ã), ainda se veja jazendo no sepulcro, vítima dos seus pecados, clame a Jesus e Ele te socorrerá, transformará este sepulcro (teu coração de pedra) num "coração de carne" (Ez 11, 19) e te devolverá a vida. E se você já está entre os que experimentou essa ressurreição, trabalhe para tirar a pedra na vida de outros, seja um evangelizador, seja canal de benção na vida de outros. Ajude a Jesus a trazer outros lázaros para fora! Deus te abençoe em Nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

sábado, 9 de abril de 2011

"Jamais homem algum falou como este homem...!" (Jo 7, 46)

Esta foi a resposta dos guardas aos príncipes dos sacerdotes e fariseus quando indagados do porque de não terem trazido preso Jesus (Jo 7, 40-53). E a resposta daquele (es) soldado (s) foi mais uma das muitas passagens onde o Poder da Palavra de Deus contida em Jesus se tornara irresistível ao coração que a ela dá atenção e abertura. E as Escrituras vão mostrar, quase sempre, que aqueles que dão ouvidos às Suas palavras são os "menores", os que simples, os "ignorantes"...Foi assim com aqueles soldados, como foi com a samaritana, o cego, dos dez, que voltou (também, samaritano), a mulher cananéia, os galileus, que eram considerados quase como uma sub-raça, como acontece com os nordestinos por parte de determinadas regiões mais "evoluídas". É no coração daqueles que Jesus chamou de "pequeninos" (Mt 18, 14) que essa Palavra encontrou, naquela época, e até os dias de hoje seu melhor refúgio e aplicação; existem as exceções, claro, mas é no coração atribulado, sofrido, necessitado, como do órfão, da viúva e do estrangeiro, do mendigo, do enfermo, que essa Palavra pôde encontrar terra boa. Nestes: como os soldados dessa passagem do Evangelho, como foi com Pedro no Discurso do Pão de Vida (Jo 6, 22-71), quando aquela multidão, inclusive a maior parte dos discípulos abandonaram Jesus restou apenas os doze e o Senhor ao lhes perguntar: "Quereis vós também retirar-vos?" (vers. 67) e a resposta de Pedro: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna" (vers. 68), é que a Palavra de Deus vai ser mais impactante, pois não encontra oposição nem questionamento. E por quê acontece dessa maneira? Pedro na sua resposta a Jesus indica o por que: as palavras de Jesus estavam, e estão carregadas, do eterno; não são palavras que alienam, como infelizmente muitos querem mostrar por aí, mas são palavras que conseguem transportar o homem da sua condição imperfeita, desfigurada, de pecador infeliz, para uma condição de filho de Deus, que guarda em sí a sua essência divina, perfeita. Por isso que ao encontrarem-se com Jesus muitos caíam-lhe aos pés: não resistiam a força do divino, mas após serem imersos nas palavras de vida eterna e devolvidos à sua condição de filhos diletos de Deus, punham-se de pé. É maravilhoso isso! Pena que muitos hoje não procuram deixar-se mergulhar nesta Palavra, que é viva (pois Jesus fala por ela, sim!) e eficaz (pois produz efeitos impressionantes) na vida de quem a ouve com os ouvidos do coração; e assim como Jesus fazia, em pessoa, é capaz de por o homem de pé na sua condição de filho de Deus novamente. São João experimentou isso, assim como os demais apóstolos, e assumindo essa condição de filho exclamou: "Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato." (I Jo 3,1). As palavras de Jesus não exprimiam outra coisa, senão este imenso amor do Pai por cada um, e estas palavras mexeram profundamente com aqueles soldados, como tem mexido com muitos ao longo destes dois milênios. Que seja assim com você também, que você possa, iluminado pelo Espírito Santo, constatar que nenhuma mente, por mais brilhante que seja, terá a capacidade de "falar como este Homem". Dê ouvidos à Palavra de Jesus e seja feliz. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Somos o endereço visível de Jesus!

Por quê a santidade incomoda o mundo? Por quê fazer uma opção por Jesus e pelo Reino de Deus atrai a ira de tantos? Havia, há muito tempo atrás, uma propaganda de uma marca de camisa cujo slogan era: "Não é a ....que é diferente; as outras é que são iguais!". Fazer uma opção pelo "diferente" de Deus num mundo onde reina o "igual", fruto do pecado, realmente vai incomodar. A leitura do Livro de Sabedoria (Sb 2, 1.12-22) vai mostrar isso. O texto fala de Alguém que "se gaba de conhecer a Deus e se chama a si mesmo filho do Senhor" (vers. 12); "Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes" (vers. 15); "Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por Pai" (vers. 16). Obviamente, o texto, profeticamente fala de Jesus, e lá no Evangelho de São João 7, 25-31, estão novamente os críticos e incomodados questionando: "Não é este aquele a quem procuram tirar a vida? (...). Mas este nós sabemos donde vem. Do Cristo, porém, quando vier, ninguém saberá donde seja" (vers. 26-27). A profecia se cumpre. Jesus em sua santidade no agir, falar, tratar o próximo, mostrava uma forma de se portar perante as pessoas muito diferente da que se observava naquele momento, até mesmo das dos "homens de Deus"; Ensinar o povo a dirigir-se a Deus como o Abba, o paizinho, o Pai querido, era uma temeridade para aquela gente que o julgava, os mais ignorantes de exibicionista, os sábios, de blasfemo. E o questionamento era: "Se não sabemos de onde vem o Cristo, e esse ai nós sabemos (um marceneiro pobre, órfão de pai, nascido numa estrebaria, que morava numa vilazinha paupérrima...), como pode ele sair por aí dizendo-se filho de Deus e nos propondo uma doutrina que vai contra a Lei de Moisés?". Jesus responde dizendo: "Vós me conheceis, e sabeis donde sou!...Entretanto, não vim de mim mesmo, mas é verdadeiro Aquele que me enviou, e vós não o conheceis" (vers. 28-29). Eles esperavam um Messias magnânimo, que viria de forma tão espetacular, provavelmente diretamente do céu que não deixaria dúvidas sobre a sua divindade sobrenatural. Daí, então ver alguém com toda essa história como a de um ser humano qualquer, era inaceitável. A cegueira espiritual daqueles homens não os fizeram compreender que Jesus Cristo era o endereço visível, humano de Deus, capaz de mostrar em corpo físico o divino, o celestial. E todos aqueles (eu, você) que buscamos seguir os passos de Jesus e sermos seus imitadores encontramos esta resistência, também, pois a pergunta volta aos lábios dos distanciados: "Quem é esse comedor de arroz com feijão pra vir me ensinar o que é certo ou errado?" Não conseguem enxergar que somos o endereço visível de Jesus, que não temos a pretensão, assim como Jesus, de usar da santidade para excluir, mas para mostrar um outro caminho, uma outra maneira de se portar em meio a um mundo tão descarcterizado. Somente por uma experiência de Deus, por meio do Espírito Santo é que essas vidas, que jazem nas trevas da ignorância total, poderão entender e compreender que santidade não é status, mas é condição para se alcançar aquilo que de melhor Deus tem para nós: o Reino dos céus! Busque esse encontro com Jesus, se ainda não teve, abandone o velho endereço (do pecado e suas consequências) e mude-se (converta-se) para um Novo Endereço (da santidade e seus benefícios), traga outros para conhecer este endereço que é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 6) e seja fiel, pois será tentado a abandonar este Endereço, para voltar ao outro. Deus te abençoe em Nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

"Quem se gloria, glorie-se no Senhor" (II Cor 10, 17)

Dentre as muitas mudanças pela qual passa o homem no seu itinerário de convertido é ter a clara visão de que, acima, e muito acima dele, está Deus em toda sua majestade, onipotência, onisciência e onipresença, em toda a sua realeza e glória. Portanto, o que é o homem para arvorar-se em se colocar em patamar tão alto que o leve à falsa crença que pode ser deus? Um famoso jogador de futebol brasileiro, um dia questionado sobre quem seria o rei do futebol, respondeu: "Reis podem ter muitos, mas deus só existe um!". Ele não completou a frase, mas falava dele mesmo. A cegueira própria do pecado leva o homem a estes extremos, por isso que Paulo já dizia: "A sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus" (I Cor 3, 19), querem a peso de fama, dinheiro, status e poder uma glória para si desconhecendo quem realmente é o autor de tudo isso; por isso que o Pai já exortava o povo israelita em Dt 8, 17: "Não digas no teu coração: a minha força e o vigor do meu braço adquiriram-me todos estes bens". Na passagem de Êxodo 32 o povo se cansa de Deus e ergue um ídolo, um bezerro de ouro para adorá-lo no lugar do Pai (vers. 8) e Deus, na sua cólera, diz a Moisés: "Deixa, pois, que se acenda minha cólera contra eles e os reduzirei a nada; mas de ti farei uma grande nação" (vers. 10); Moisés, porém, não se deixa engrandecer e clama a Deus que lembre da promessa feita aos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó (vers. 13) e Deus, então, se arrepende (vers. 14). Moisés não se deixou inflamar pela vaidade porque era um homem de profunda intimidade com o Pai e não quis glória para si, pois sua glória estava em reconhecer e obedecer a Palavra de Deus. É o que Jesus vai exortar àqueles fariseus, que a todo custo, pela posição privilegiada que possuíam, engradeceram-se a ponto de não reconhecer Jesus como Filho de Deus, mesmo quando Jesus cita a Lei de Moisés à qual eles dizem crer: "Pois, se crêsseis em Moisés, certamente creríeis também em mim, porque ele escreveu a Meu respeito. Mas, se não acreditais nos seus escritos, como acreditareis nas minhas palavras?" (Jo 5, 46). O mundo hoje rejeita, veementemente, a Palavra de Deus, logo não reconhecem a Jesus como seu Senhor, e não lhe rendem glória; preferem acreditar em palavras diabólicas como a de uma música de uma cantora americana intitulada "One of us" (Um de nós, ou, qualquer um de nós); esta música diz que qualquer um de nós é deus, ou pode ser deus: uma blasfêmia! Logo, incita o homem a glorificar-se a si mesmo dos seus feitos, conquistas, vitórias... Porém, aqueles que reconhecem a Jesus como Senhor e Salvador bradam a uma só voz com todos os anjos e santos do céu: "Amém, louvor, GLÓRIA, sabedoria, ação de graça, honra, poder e força ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém!" (Ap 7, 12). Quanto a nós, a mim, a você, irmão (ã), vivamos com diz o canto litúrgico: "Quanto a nós devemos gloriar-nos na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 6, 14) que é nossa Salvação, nossa vida, nossa esperança de ressurreição, e pelo qual fomos salvos e libertos". Renda ao Pai, em nome de Jesus Cristo, toda glória, por tudo que és e tens, pois tudo provém Dele. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

"Vinde à Luz" (Is 49, 9)

Nada incomoda mais a Deus do que as trevas, a escuridão. Tanto é verdade que ao iniciar todo o trabalho da Criação o primeiro ato de Deus foi trazer a luz ao planeta: "Deus disse: Faça-se a luz" (Gn 1, 3). Isto porque nada se pode ver na escuridão e Deus tinha necessidade de tornar visível, principalmente ao homem que formaria, a beleza de tudo o que geraria (plantas, animais, aves, firmamento, etc.). Porém, ao desobedecer a Deus o homem mergulhou nas trevas fruto do pecado original onde conheceu a morte por consequência. Deste evento no Éden, até a vinda de Jesus, o Pai tentou a todo custo trazer o homem à luz, enviou seus servos: os profetas que dentre eles cita-se aqui Isaías que em várias passagens profetizou ao povo que viria alguém que seria a Luz de Deus: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa" (Is 9, 1). Na passagem de Is 9, 9 Deus diz: "Eu te formei e designei (...) para dizer aos prisioneiros: "sai". E àqueles que mergulham nas trevas: "Vinde à luz". E esta Luz veio. "O Verbo era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem." (Jo 1, 9). O próprio Jesus afirmou: "Eu sou a luz do mundo" (Jo 9, 5). Essa Luz veio para ser a Palavra que é "Luz para os nossos passos, lâmpada para os nosso pés" (Sl 119, 105). Mas como diz São João: "Estava no mundo e o mundo não O conheceu" (Jo 1, 10). Quantas vidas ainda permanecem a optar pelas trevas do pecado, vivendo ao sabor das suas vontades e desejos, incendiadas pelos apelos da carne, sendo tragadas para um caminho largo (Mt 7, 13) cujo final é a perdição. Jesus, profeticamente, nos exorta: "Vinde à Luz", vinde para a vida, vinde e vede o que de melhor posso te oferecer: "Vida e vida em abundância" ( Jo 10, 10), pois, "ainda que esteja morto Eu o ressuscitarei" (Jo 6, 40). Esta Luz nos mostrará todas as trevas de pecado, tudo o que era motivo de escuridão (tristeza, angústia, sofrimento, dor...) e iluminados por essa Luz de vida toda treva, todo pecado, será dissipado pelo perdão Dele. Abandone, irmã (ão), esta vida de trevas, venha para a luz que é Cristo para gozar de vida nova Nele, pois para aquele que O aceita diz o Salmo: "A Luz resplandeceu em plena escuridão, jamais irão as trevas vencer o Seu clarão". Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Jesus: Água da Vida

"A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas" (Gn 1, 2). Diante de um cenário desolador que havia sobre este planeta, o único elemento que atría a atenção de Deus era a água, parece que o Pai dali já prenunciava que dela, e por ela, viriam muitos dos seus sinais. Deus sempre vinculou a água à vida: nela criou os primeiros seres vivos (Gn 1, 20-23); nela vinculou toda a vida, pois a planta precisa de água para realizar seus processos vitais, assim como os animais, também, onde destaca-se aqui o fato das fêmeas, como a mulher, terem no seu líquido amniótico um fator vital para a sobrevivência do ser que gera; vinculou a água como fonte de purificação, de remissão dos pecados (lembremos a missão de João Batista), de renovação pelo batismo (Jo 3, 5). Da água surgiria Aquele que viria a tornar-se a principal fonte de vida: Jesus Cristo. Sou levado a crer que, quando o Espírito pairava sobre as águas em Gn 1, 2, parece que já antevia que dali sairia algo de muito especial, pois Jesus foi gerado pelo Espírito Santo de Deus na água do ventre de Maria (Lc 1, 35-36); foi transformando água ém vinho o Seu primeiro milagre (Jo 2, 1-12); foi dando ordem as águas que demonstrou seu poder aos discípulos apavorados (Mc 4, 35-40); foi andando sobre as águas, agora em carne e osso, que mostrou-se visivelmente aos discípulos a passagem de Gn 1, 2. Das águas Jesus surge como sinal de Deus para, novamente, trazer Luz e Vida àqueles que estão nos abismos e escuridão da sua existência (Glória a Deus!). Foi o que aconteceu àquele homem entrevado da passagem do Evangelho de São João 5, 1-18. Aquele paralítico esperava alguém o mergulhar naquela piscina para ser curado. Mal sabia ele que após trinta e cinco anos (metade da vida) em sofrimento, por ali passaria a Água da vida, brotada do Santuário de Deus (Ez 47, 1-12). Diz essa profecia de Ezequiel no versículo 9: "Tudo o que esta Água atingir se tornará são e saudável...". Essa Água chegou à vida daquele homem remiu-lhe todos os pecados, o tornou são e o restaurou. Quantos estão á procura desta Água, mas infelizmente, estão mergulhando em águas imundas, águas de morte, águas que não saciam nem restauram. Irmão, Jesus é a Água da Vida, mergulhe nesta água e deixe-se ser sarado, curado, restaurado. Renove seu batismo a cada dia mergulhando nesta fonte de águas vivas que é Jesus. Um dia na história do povo de Deus essas águas foram sinal de morte (dilúvio), mas a partir de Jesus a água que brota do templo (o coração Sagrado do Senhor) é, e será, eterna fonte de vida. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo nossa Água de vida.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

"Um novo céu, uma nova terra" (Is 65, 17)

As leituras de hoje falam de esperança, mas só espera quem confia, e só confia quem acredita, e só acredita quem tem fé, que é o fundamento da esperança (Hb 11, 1), e só se tem fé verdadeira a partir de uma experiência com Jesus que é Aquele que envia o Seu Espírito e este capacita com o dom da fé (I Cor 12, 9). Aquele oficial do rei (Jo 4, 46) estava deseperado pelo temor de perder o filho, mas ficou sabendo que por ali iria passar um Homem em quem muitos haviam depositado sua esperança e por Ele tiveram seus anseios respondidos na forma de milagres, prodígios, consolações...E depositando toda sua confiança naquele Homem, foi até Ele (vers. 47), e acreditando no poder de Jesus rogou pela cura do filho e, por uma palavra do Senhor (vers. 50), recebeu a graça. O mais interessante é que ao chegar em casa, narra a Escritura, que ao saber dos empregados que o filho ficara curado no momento em que o Senhor liberou aquela Palavra de cura, ele e toda a sua casa converteram-se a Jesus (Jo 4, 53). Aquele oficial agora deixou de ter Jesus apenas como alguém que lhe seria útil momentaneamente, para agora Tê-lo como alguém imprescindível para toda a vida. A passagem de Jesus pela vida daquele oficial deixou um sinal de salvação profundo onde, a partir daquele episódio, não desejou mais outra coisa senão experimentar aquela graça pelo resto de sua vida. Aquele homem teve em si uma experiência de céu, como teve Pedro, Tiago e João no dia da transfiguração (Mc 9, 2-8): "Senhor é tão bom estar aqui..." (Mc 9, 5); sentir a ausência da dor, do cansaço, dos problemas, das tribulações, da angústia, do medo de perder alguém...É tudo que todo ser humano quer, e foi o que sentiu aquele oficial. E ele só pôde sentir isso por que no seu coração havia uma terra fértil, terra boa (Lc 8, 8) onde aquela Palavra de Jesus caiu e encontrou condições favoráveis: encontrou fé. E essa fé em Jesus o levou a tomar uma decisão: "eu e minha família seremos Dele!", ou seja, converteram-se. É essa a profecia de Isaías 65, 17-20. A vinda gloriosa de Jesus possibilitará todas aquelas maravilhas, porém, já se pode ter um prenúncio disso ainda nesta vida ao crermos pela fé no seu Nome, entregarmos nossa vida a Ele, e desde já experimentar este novo céu, esta nova terra, ainda nesta vida. Não perca tempo meu amado (a) seja como aquele oficial, porém não espere a tribulação chegar para tomar uma decisão faça-o como a única maneira de ter seu coração (talvez terra, seca, árida) mudados em terra boa (Is 44, 3-5), seu espírito, invadidos pelo céu de justiça e paz que somente Jesus Cristo pode dar. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

domingo, 3 de abril de 2011

"Vem para o meio" (Mc 3, 3)

Em oração com os irmão do grupo ao qual participo o Senhor suscitou essa passagem de Mc 3, 1-5 onde Jesus era colocado à prova pelos fariseus a respeito de curar em dia de sábado, o que era proibido pela Lei de Moisés. E o Senhor questiona: "É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?" (vers. 4). Daí, então, Ele vê aquele homem com uma deficiência física na mão e o chama: "Vem para o meio". E aquele homem é curado. O discernimento que o Senhor nos dava era que por nosso farisaismo, uma santidade cega e muitas vezes excludente, jogamos o irmão para a margem em vez de trazê-lo para o centro, e este centro, o Senhor nos dizia, é o coração Dele. A nossa vivência e práticas cristãs nos tornaram cegos, sendo assim incapazes de iluminar o outro, mas na verdade nos aperfeiçoando em deixar o outro no esquecimento e na escuridão. Essa constatação vem de encontro ao Evangelho de hoje (Jo 9, 1-41) Jesus cura um cego de nascença que era mais um à margem, sem dignidade nem importância para ninguém, mas Jesus que é a Luz do mundo (ver. 5) lançou luz, o seu amor, sobre a vida daquele homem e assim como o da mão seca devolveu-lhe ao seu lugar merecido: de ser humano, de alguém que tem valor! E assim a essas duas passagens evangélicas nos chamam a viver isso: despojarmo-nos dos nossos farisaismos, para nos colocarmos no nosso lugar de pessoas pecadoras, limitadas e dependentes de Deus, capazes de olhar ao redor e perceber os "deficientes" dessa vida e, revestidos dessa luz de Jesus, pois Ele nos chama em Mt 5, 13 a sermos luz para o mundo, e levá-los para o meio, o coração amoroso de Jesus deixando, então, que Ele faça o resto. Precisamos ser luz e nada mais, sermos experts em tirar vidas das trevas e trazê-las Àquele que pode realmente, dissipar toda escuridão. Isso pode se dar por meio da Palavra de Deus (Sl 119, 105), ou através de uma palavra que o Espírito Santo te inspire, um sorriso, um abraço, um gesto fraterno...Enfim. Deixe-se iluminar por Jesus e a partir dessa experiência emita essa luz na vida de tantos que ainda andam na cegueira sendo guiados por outros cegos, e sobre estes Jesus diz que o final é abismo, morte (Mt 15, 14). Deus te abençoe em Nome do Nosso Senhor Jesus Cristo e que Sua Luz te conduza no Caminho da Verdade e da Vida.

sábado, 2 de abril de 2011

"Faz do meu nada amor" (Santa Terezinha do Menino Jesus)

A parábola contada por Jesus no Evangelho de hoje (Lc 18, 9-14) trás uma comparação entre dois homens: um fariseu (culto, importante, porém soberbo) e um publicano (não tão culto, rejeitado por ser cobrador de impostos, mas humilde). Diz o Senhor que os dois subiram ao templo para orar (vers. 10), o que até aí os coloca em igualdade no que diz respeito a serem fiéis às suas práticas de fé e devoção; porém, o diferencial vai manifestar-se quando ambos iniciam as suas orações. O fariseu, diz Jesus, está de pé (vers. 11) numa atitude superior, demonstrada pelas suas palavras como narra o Senhor no mesmo versículo; o publicano, porém, provavelmente prostrado, "à distância, batia no peito, dizendo: "ó Deus tende piedade de mim que sou pecador" (vers. 13). Quanta diferença! Um se exalta, o outro se humilha. E porquê isso? Por quê certamente, aquele fariseu, que é qualquer pessoa que se julga agradável a Deus por obedecer algumas práticas evangélicas, não por amor e por compreender-se dependentes de Deus, acabam caindo no pecado da soberba, chegando ao ponto de julgar-se superior aos que não o fazem. Quantos caem nessa armadilha perigosa de não praticarem este auto-exame interior e se deixam levar por este erro, vendo-se depois, à força de uma falsa santidade, discriminando, julgando e excluindo irmãos. Não foi o que aconteceu àquele publicano, que é qualquer pessoa que reconhece no seu íntimo como incapaz de permanecer longo tempo sem pecar contra Deus ou contra o próximo; aquele publicano batia no peito, porque reconhecia que sua profissão levava-o a, constantemente, cometer pecados, pois ser cobrador de impostos era coagir, ameaçar, humilhar, aquele que era cobrado e muitas vezes não tinha como pagar. Já o fariseu que sobre o subterfúgio de homem da Lei, homem de Deus, podia fazer as mesmas coisas que o publicano, porém sem nenhum tipo de dor na consciência. Jesus ao mostrar essa incoerência dá o veredito: "Digo-vos: este (o publicano) voltou para casa justificado, o outro (fariseu) não". Pois, todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado" (vers. 14). Um homem de Deus não foi perdoado, teve sua prece rejeitada; um pecador recebeu o perdão, teve sua oração acolhida. Tudo por que reconheceu quem era: nada, um dependente de Deus, pois assim já dizia Santo Afonso de Ligório: "Tudo que temos provém de Deus, porque de nós mesmos só temos o nosso nada e o nosso pecado". Aquele que reconhece o seu nada diante de Deus, como Santa Terezinha que dizia: "Faz do meu nada amor" aproxima-se muito mais do coração do Pai, por isso que na leitura de Oséias 6, 6, Deus diz: "Porque Eu quero o amor mais que os sacrifícios...". Aquele fariseu buscava agradar pelos rituais, o publicano buscava agradar porque amava. Ao adentra o templo (a Igreja), reconheça em suas orações o seu nada diante de Deus, humilhe-se, e seja exaltado; talvez não neste mundo, mas na glória eterna, pois Ele que vê e sabe tudo e perscruta o nosso interior (Lc 18, 11) assim o fará. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Qual é o maior mandamento?

A Palavra narra em Ex 31, 18 que Moisés ao subir o Monte Sinai recebe de Deus, duas tábuas de pedra (tábuas do testemunho), escritas com o dedo de Deus. Nestas tábuas estavam diversas ordenações de práticas e preceitos relativos à conduta daquele povo para com Deus e de uns para com os outros. Porém, o que acontecia era que o povo israelita respeitava, observava e praticava a Lei de Deus, de forma radical, mais por medo dos castigos do que por amor. Jesus, então, quando é questionado sobre essa diversidade de mandamentos da Lei, qual seria o primeiro, o principal , mandamento (Mc 12, 28) Ele responde: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda tua alma, de todo o teu espírito e com todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: amarás ao teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12, 30-31). O Senhor Jesus mostra agora a nova face da Lei que não deve ser cumprida, vivenciada segundo o medo, mas segundo o amor, pois foi por amor que Ele Jesus veio, porque o "Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Único para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3, 16). Desta forma, Jesus mostra a verdadeira face do Pai, compreendida por São João e proclamada por ele: Deus é amor (I Jo 4, 8. 16). Daí o Senhor responder dizendo que o primeiro mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas; porém em I Jo 4, 20 ele vai afirmar que "se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê". Por isso, Jesus completa que se deve, também, amar ao próximo. E aqui está o cerne da questão: o próximo. O amor (não como sentimento, mas como gesto concreto), deve ter sempre como fim o outro, o irmão; Jesus deixou isso evidente em tantas passagens, e todos os Evangelhos apontam para essa realidade: a minha experiência de Deus deve se aperfeiçoar no convívio com o meu próximo. O meu desejo de salvação fortalece-se quando eu o partilho com o meu irmão, por amor a Deus, a ele e a mim mesmo. Amar a Deus com fins de benefício próprio é egoísmo; mas amar a Deus visando o benefício do outro, também, isso é misericórdia, isso é ser convertido. E o mandamento de Jesus passa até por amar os inimigos, pois como Ele diz: "Se amais somente os que vos amam que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?" (Mt 5, 46). E para todo aquele que vive o mandamento do Amor, o si próprio, realmente deve estar em último lugar; porém, este mundo individualista, capitalista, impiedoso que vivemos mudou a ordem das coisas, e o que se vê hoje são pessoas que amam: muito a sí próprias, talvez a Deus, e quase nunca o próximo. Não será por isso que vemos tantas mazelas nestes tempos? Viva, pratique, exercite, irmão, os mandamentos assim como Jesus ordena, pois Ele assim o fez até a sua morte de cruz, e seja um cristão diferenciado e capaz de contagiar a outros a viver essa mesma experiência e assim dissemine o Reino de Deus nestes tempos tão complicados de total desamor. Deus te abençoe em nome do Nosso Senhor Jesus Cristo que te AMA com sincero amor.